“Ao longo do interrogatório Pilatos introduz outro termo proveniente do seu mundo e que normalmente está vinculado com o vocábulo ‘reinado’: o poder, a autoridade (…). o domínio requer um poder; mais ainda, define-o. Jesus, todavia, caracteriza a essência do seu reinado como o testemunho da verdade. Mas a verdade, é acaso uma categoria política? (…) Pode a política assumir a verdade como categoria para a sua estrutura? Ou deve deixar a verdade como dimensão inacessível, à subjetividade e tratar antes de conseguir estabelecer a paz e a justiça com os instrumentos disponíveis no âmbito do poder? E a política, em vista da impossibilidade de poder contar com um consenso sobre a verdade e apoiando-se nisto, acaso não se converte em instrumento de certas tradições que, na realidade, são só formas de conservação do poder? Mas, por outro lado, o que acontece se a verdade não conta para nada? Que justiça será então possível? Não deve haver talvez critérios comuns que garantam verdadeiramente a justiça para todos, critérios fora do alcance das opiniões cambiantes e das concentrações de poder? Não é certo que as grandes ditaduras viveram a causa da mentira ideológica e que só a verdade pode levar à libertação?”
55 Perguntas y respuestas sobre Jesús de Nazaret, extraídas del libro de Joseph Ratzinger-Benedicto XVI: “Jesus de Nazaret. Desde la Entrada en Jerusalén hasta la Resurrecção”, Madrid 2011, Ediciones Encuentro. Página 15, marc argemí, trad. ama
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