O Papa Bento XVI quis destacar a importância para os fiéis de ter uma direcção espiritual, ao receber hoje, em audiência, a comunidade da Faculdade Pontifícia teológica Teresianum de Roma, no 75º aniversário de sua fundação.
Desde sempre, indicou, a Igreja recomenda a prática da direcção espiritual, “não só aos que desejem seguir Cristo de perto, mas a todo cristão que quer viver com responsabilidade o próprio Baptismo, isto é, a vida nova em Cristo”.
“Todos, de facto, e de modo particular os que acolheram o chamamento divino para segui-lo mais de perto, precisam estar acompanhados de uma guia segura na doutrina e especialista nas coisas de Deus”, que “pode ajudar a defender-se de subjectivismos fáceis, colocando à disposição seus conhecimentos e experiências no seguimento de Jesus”.
“Trata-se de instaurar a mesma relação pessoal que o Senhor tinha com seus discípulos, o laço especial com que Ele os conduziu, no seu seguimento, para abraçar a vontade do Pai, para abraçar a cruz”, comentou o Pontífice.
“Também vós, queridos amigos, na medida em que sejais chamados a este dever insubstituível, fazei um tesouro de tudo o que aprendestes durante estes anos de estudo, para acompanhar todos os que a Providência vos confiar, ajudando-os no discernimento dos espíritos e na capacidade de seguir os impulsos do Espírito Santo, com o objectivo de conduzi-los à plenitude da graça até alcançar a medida da plenitude de Cristo”, disse aos seus convidados.
“Teresianum”
O Papa recordou a erecção, em 16 de Julho de 1935, memória litúrgica da Beata Virgem Maria do Monte Carmelo, da Faculdade Teológica do então Colégio Internacional da Ordem dos Carmelitas Descalços.
“Desde o começo, esta orientou-se ao aprofundamento da teologia espiritual no quadro da questão antropológica”, que, no decurso dos anos, constituiu depois o Instituto de Espiritualidade, que, junto à Faculdade Teológica, compõe o grupo académico que está sob o nome de Teresianum.
“Fazer parte de tal comunidade académica constitui uma peculiar experiência eclesial, fortalecida pela riqueza de uma grande família como a Ordem dos carmelitas Descalços”, afirmou.
Neste sentido, aludiu ao “amplo movimento de renovação originado na Igreja pelo testemunho de santos como Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz”, que “suscitou este ressurgir dos ideais e fervores da vida contemplativa que no século XVI inflamou, por assim dizer, a Europa e o mundo inteiro”.
Seguindo os passos desse carisma, coloca-se também o trabalho de aprofundamento teológico e antropológico “e o trabalho de penetrar no mistério de Cristo, com a inteligência do coração que está junto a um conhecer e a um amar” por parte dos estudantes, observou.
“Isso exige que Jesus esteja no centro de tudo, dos vossos afectos e pensamentos, do vosso tempo de oração, de estudo e de acção, de todo o vosso viver. Ele é a Palavra, o ‘livro vivente’, como foi para Santa Teresa de Ávila.”
“O amor do redentor – concluiu – merece toda a atenção do coração e da mente, e pode activar em vós o admirável círculo em que o amor e o conhecimento se alimentam reciprocamente.”
INFORMAÇÕES MUITO BREVES [De vez em quando] 2011.05.24
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.