Observando |
De facto, quando pensamos na gestão do tempo – que é naturalmente limitado – o trabalho e a família concorrem por este mesmo recurso, pelo que mais dedicação ao trabalho pode implicar menor disponibilidade para a família, ao mesmo tempo que a dedicação que é devida à família pode dificultar a concretização dos objectivos que se nos colocam a nível profissional.
Esta disponibilidade e esta tensão é tanto maior nos tempos em que vivemos, com exigências cada vez maiores em termos de produtividade e empenho; e, também a nível familiar as exigências são hoje maiores que no passado, já que na maior parte dos casos, os dois membros do casal trabalham e os apoios à família são muitas vezes limitados.
Da minha experiência, e reconhecendo que não há uma fórmula ou uma receita clara e uniforme para abordar este tema, existe um conjunto de pontos que devemos ter em conta:
- A família e o trabalho não devem de ser entendidos como elementos contraditórios da nossa vida, mas antes como dimensões complementares que, apropriadamente equilibradas, se reforçam mutuamente;
- Este equilíbrio não deve ser visto apenas no plano da gestão do tempo, quase como um exercício aritmético em que se alocam horas entre as duas dimensões de forma rígida; ao invés, deverá ser, dentro de determinados limites, desenvolvido à luz dos objectivos que se pretende atingir, ou seja, não deve ser definido em abstracto, mas antes no contexto do que se ambiciona quer na vertente profissional, quer na familiar.
- De acordo com esta perspectiva, o equilíbrio entre trabalho e família é naturalmente dinâmico, evolui ao longo do tempo e em função dos objectivos que se têm em cada momento quer a nível pessoal quer a nível profissional.
- A gestão deste equilíbrio, ao contrário do que é muitas vezes a nossa convicção, não deve ser tomado como determinístico mas influenciado e gerido de forma proactiva por cada um de nós.
- O equilíbrio entre família e trabalho exige uma abordagem extremamente organizada em cada uma das dimensões, com clareza de objectivos e com estabelecimento constante das prioridades quer a nível profissional, quer familiar; este ponto é sobretudo relevante na dimensão pessoal já que, muitas vezes, deixamos que o tempo dedicado à família seja gerido de forma reactiva, sem objectivos ou planos claros.
Finalmente, e em modo de síntese, é importante reconhecer que este equilíbrio constitui um exercício permanente, de ajustes e afinações sucessivas e deve ser partilhado não só a nível profissional mas, sobretudo, a nível pessoal, com as pessoas em quem confiamos e com quem fazemos este caminho.
VER - rui diniz 2011.03.03
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