26/03/2011

Família trabalho: um equilíbrio exigente

Observando
A família e o trabalho são muitas vezes apresentados como duas dimensões contraditórias e conflituantes das nossas vidas.

De facto, quando pensamos na gestão do tempo – que é naturalmente limitado – o trabalho e a família concorrem por este mesmo recurso, pelo que mais dedicação ao trabalho pode implicar menor disponibilidade para a família, ao mesmo tempo que a dedicação que é devida à família pode dificultar a concretização dos objectivos que se nos colocam a nível profissional.

Esta disponibilidade e esta tensão é tanto maior nos tempos em que vivemos, com exigências cada vez maiores em termos de produtividade e empenho; e, também a nível familiar as exigências são hoje maiores que no passado, já que na maior parte dos casos, os dois membros do casal trabalham e os apoios à família são muitas vezes limitados.
Da minha experiência, e reconhecendo que não há uma fórmula ou uma receita clara e uniforme para abordar este tema, existe um conjunto de pontos que devemos ter em conta:
  1. A família e o trabalho não devem de ser entendidos como elementos contraditórios da nossa vida, mas antes como dimensões complementares que, apropriadamente equilibradas, se reforçam mutuamente;
  2. Este equilíbrio não deve ser visto apenas no plano da gestão do tempo, quase como um exercício aritmético em que se alocam horas entre as duas dimensões de forma rígida; ao invés, deverá ser, dentro de determinados limites, desenvolvido à luz dos objectivos que se pretende atingir, ou seja, não deve ser definido em abstracto, mas antes no contexto do que se ambiciona quer na vertente profissional, quer na familiar.
  3. De acordo com esta perspectiva, o equilíbrio entre trabalho e família é naturalmente dinâmico, evolui ao longo do tempo e em função dos objectivos que se têm em cada momento quer a nível pessoal quer a nível profissional.
  4. A gestão deste equilíbrio, ao contrário do que é muitas vezes a nossa convicção, não deve ser tomado como determinístico mas influenciado e gerido de forma proactiva por cada um de nós.
  5. O equilíbrio entre família e trabalho exige uma abordagem extremamente organizada em cada uma das dimensões, com clareza de objectivos e com estabelecimento constante das prioridades quer a nível profissional, quer familiar; este ponto é sobretudo relevante na dimensão pessoal já que, muitas vezes, deixamos que o tempo dedicado à família seja gerido de forma reactiva, sem objectivos ou planos claros.
Finalmente, e em modo de síntese, é importante reconhecer que este equilíbrio constitui um exercício permanente, de ajustes e afinações sucessivas e deve ser partilhado não só a nível profissional mas, sobretudo, a nível pessoal, com as pessoas em quem confiamos e com quem fazemos este caminho.

VER - rui diniz 2011.03.03

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