Tema para breve reflexão |
(a. veloso, BROTÉRIA, Vol. LXX, nr. 6, nr. 666)
[1] Aristipo de Cirene (ca. 435-335 a.C.), contemporâneo de Sócrates, é considerado o fundador do hedonismo filosófico. Ele distinguia dois estados da alma humana, o prazer (movimento suave da alma) e a dor (movimento áspero da alma). Segundo ele o prazer, independentemente da sua origem, tem sempre a mesma qualidade e o único caminho para a felicidade é a busca do prazer e a diminuição da dor. Ele afirma inclusive que o prazer corpóreo é o próprio sentido da vida. Outros defensores do hedonismo clássico foram Teodoro de Cirene e Hegesias de Cirene.
Epicuro modificou a teoria hedonista afirmando ser a falta de sofrimento o verdadeiro prazer. Dessa forma o caminho para a felicidade consistiria não na busca de prazer, mas na libertação do sofrimento - da agitação e da dor. Esse caminho não é, para esse autor, o caminho da busca desenfreada de bens e prazeres corporais, mas o da busca da concentração nas necessidades realmente necessárias (ex. amizade), da serenidade e do equilíbrio.
É importante notar que o hedonismo cirenaico diferencia-se do hedonismo epicurista, sobretudo no que diz respeito à avaliação moral do prazer. Enquanto a escola cirenaica preceitua que o prazer é sempre um bem em si e melhor quanto mais tempo durar e quanto mais intenso for, a filosofia epicurista determina que o prazer, para ser um bem, precisa de moderação (gr. Phronēsis)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.