Tempo comum - V Semana
Evangelho: Mc 7, 1-13
1 Reuniram-se à volta de Jesus os fariseus e alguns escribas vindos de Jerusalém; 2 e notaram que alguns dos Seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, por lavar; 3 ora os fariseus e todos os judeus aferrados à tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos cuidadosamente; 4 e, quando vêm da praça pública, não comem sem se purificar; e praticam muitas outras observâncias tradicionais, como lavar os copos, os jarros, os vasos de metal, e os leitos. 5 Os fariseus e os escribas interrogaram-n'O: «Porque não se conformam os Teus discípulos com a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?». 6 Ele respondeu-lhes: «Com razão profetizou Isaías de vós, hipócritas, quando escreveu: “Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. 7 É vão o culto que Me prestam, ensinando doutrinas que são preceitos humanos”. 8 Pondo de lado o mandamento de Deus, observais cuidadosamente a tradição dos homens». 9 Disse-lhes mais: «Vós bem fazeis por destruir o mandamento de Deus, para manter a vossa tradição. 10 Porque Moisés disse: “Honra teu pai e tua mãe. E todo o que amaldiçoar seu pai ou sua mãe, seja punido de morte”. 11 Vós, porém, dizeis: Se alguém disser ao pai ou à mãe, é “qorban”, oferta a Deus, qualquer coisa minha que te possa ser útil, 12 já não lhe deixais fazer nada a favor do pai ou da mãe, 13 anulando assim a palavra de Deus por uma tradição que tendes transmitido de uns aos outros. E fazeis muitas coisas semelhantes a estas».
Comentário:
Quarto Mandamento, que é também de direito natural, requer de todos os homens, mas especialmente daqueles que querem ser bons cristãos, a ajuda abnegada e cheia de carinho aos pais, que se realiza todos os dias em mil pequenos detalhes e ganha particular relevo quando os progenitores são anciãos ou estão mais necessitados. (cfr. Conc. Vat. II, Const. Gadium et spes, 48).
Infelizmente o que Jesus recrimina aos que O ouvem, continua a verificar-se hoje em dia: filhos que abandonam os pais quando estes se tornam incómodos
porque, achacados pela doença ou outras limitações, passam a ser um estorvo na sua vida.
Todos os anos, principalmente pelas férias de Verão, centenas de pessoas idosas e fragilizadas são literalmente abandonadas nos hospitais pelos familiares mais próximos – os filhos – que querem ir de férias “descansados” e sem maçadas.
Estes procedimentos revelam uma frieza de coração e uma total ausência de carinho ou ternura pelos progenitores que têm direito a elas, uma falta de respeito por eles, como pessoas em primeiro lugar e como pais em segundo.
Merecem sem dúvida, as mesmas invectivas que, neste trecho do Evangelho, Jesus faz aos fariseus e aos escribas, precisamente aqueles que deveriam dar, ao povo, o exemplo nas relações dos filhos com os seus pais.
(ama, comentário sobre Mc 7, 1-413, 2011.01.12)
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