OBSERVANDO |
(Cfr. A. Veloso, BROTÉRIA, Vol. LVI, Fasc. 4, 1953, pag. 278)
Duas notas com interesse:
Nota 1:
Correu que, Diderot terá estranhado a Voltaire que tendo ele durante toda a sua vida negando a existência de vida para além da morte, este lhe terá respondido: - E…se há?
Nota 2:
Sobre essa postura, o catedrático de filosofia Carlos Valverde escreve um surpreendente artigo, no qual documenta uma suposta mudança de comportamento do filósofo francês em relação à fé cristã, registada no tomo XII da famosa revista francesa Correspondance Littérairer, Philosophique et Critique (1753-1793). Tal texto traz, no número de Abril de 1778, páginas 87-88, o seguinte relato literal de Voltaire:
"Eu, o que escreve, declaro que havendo sofrido um vómito de sangue faz quatro dias, na idade de oitenta e quatro anos e não havendo podido ir à igreja, o pároco de São Suplício quis de bom grado me enviar a M. Gautier, sacerdote. Eu me confessei com ele, se Deus me perdoava, morro na Santa Religião Católica em que nasci esperando a misericórdia divina que se dignará a perdoar todas minhas faltas, e que se tenho escandalizado a Igreja, peço perdão a Deus e a ela. Assinado: Voltaire, 2 de Março de 1778 na casa do marquês de Villete, na presença do senhor abade Mignot, meu sobrinho e do senhor marquês de Villevielle. Meu amigo."
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