01/01/2011

Textos de Reflexão para 02 a 08 de Janeiro 2011





Tempo de Natal



Ano 2011 Semana II

                                                                                                                           





Natal


Domingo 02 de Janeiro

Evangelho: Mt 2, 1-12

1 Tendo nascido Jesus em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que uns Magos vieram do Oriente a Jerusalém, 2 dizendo: «Onde está o rei dos Judeus, que acaba de nascer? Porque nós vimos a Sua estrela no Oriente e viemos adorá-l'O».3 Ao ouvir isto, o rei Herodes turbou-se, e toda a Jerusalém com ele. 4 E, convocando todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Messias. 5 Eles disseram-lhe: «Em Belém de Judá, porque assim foi escrito pelo profeta: 7 “E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que apascentará Israel, Meu povo”». 6 Então Herodes, tendo chamado secretamente os Magos, inquiriu deles cuidadosamente acerca do tempo em que lhes tinha aparecido a estrela; 8 depois, enviando-os a Belém, disse: «Ide, informai-vos bem acerca do Menino, e, quando O encontrardes, comunicai-mo, a fim de que também eu O vá adorar». 9 Tendo ouvido as palavras do rei, eles partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando sobre o lugar onde estava o Menino, parou. 10 Vendo novamente a estrela, ficaram possuídos de grandíssima alegria. 11 Entraram na casa, viram o Menino com Maria, Sua mãe, e, prostrando-se, O adoraram; e, abrindo os seus tesouros ofereceram-Lhe presentes de ouro, incenso e mirra. 12 Em seguida, avisados em sonhos por Deus para não tornarem a Herodes, voltaram para a sua terra por outro caminho.

Nota:
Durante o Tempo do Natal não publicamos o costumado Comentário e/ou Meditação sobre o Evangelho do dia. Convidamos o leitor a fazê-lo e a amabilidade de o “postar” em comentários.

Tema: Desejo de ser feliz

O desejo mais profundo de uma pessoa é ser feliz. Não só por um momento, mas feliz para sempre. Outra coisa não seria normal! Mas há quem desista desse sonho por lhe parecer uma paixão inútil e impossível, confundindo felicidade com bem-estar ou prazer. Ser feliz é ser fecundo. É esse o significado da palavra. E uma árvore só é fecunda quando é podada. Não se é feliz sem podar o egoísmo. (Vasco P. Magalhães, sj Não há soluções, há caminhos.)

Doutrina: «RERUM NOVARUM»

Uso comum dos bens criados e propriedade particular deles
Uma consideração mais profunda da natureza humana vai fazer sobressair melhor ainda esta verdade. O homem abrange pela sua inteligência uma infinidade de objectos, e às coisas presentes acrescenta e prende as coisas futuras; além disso, é senhor das suas acções; também sob a direcção da lei eterna e sob o governo universal da Providência divina, ele é, de algum modo, para si a sua lei e a sua providência. É por isso que tem o direito de escolher as coisas que julgar mais aptas, não só para prover ao presente, mas ainda ao futuro. De onde se segue que deve ter sob o seu domínio não só os produtos da terra, mas ainda a própria terra, que, pela sua fecundidade, ele vê estar destinada a ser a sua fornecedora no futuro.

Festa: Epifania do Senhor

                                                                                                                             
A Epifania do Senhor  (do grego: πιφάνεια, : "a aparição; um fenómeno miraculoso") é uma festa religiosa cristã que se celebrava no dia 6 de Janeiro, ou seja, doze dias após o Natal, porém, a     partir da reforma do calendário litúrgico em 1969 passou a ser comemorada 2 domingos após o Natal.
A Epifania representa a manifestação de Jesus Cristo como o enviado de Deus Pai, se dá a conhecer ao Mundo. Na narração bíblica Jesus deu-se a conhecer a diferentes pessoas e em diferentes momentos, porém o mundo cristão celebra como epifanias três eventos: a Epifania propriamente dita perante os magos do oriente  (como está relatado em Mateus 2, 1-12) e que é celebrada no dia 6 de Janeiro; a Epifania a João Batista no rio Jordão; e a Epifania a seus discípulos e início de sua vida pública com o milagre de Caná quando começa o seu ministério.
No sentido literário, a "epifania" é um momento privilegiado de revelação, quando acontece um evento ou incidente que "ilumina" a vida da personagem
                                                                                                                             


Segunda-Feira 03 de Janeiro

Evangelho: Mt 4, 12-17. 23-25

12 Tendo Jesus ouvido dizer que João fora preso, retirou-Se para a Galileia. 13 Depois, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, situada junto do mar, nos confins de Zabulon e Neftali, 14 cumprindo-se o que tinha sido anunciado pelo profeta Isaías, quando disse: 15 “Terra de Zabulon e terra de Neftali, terra que confina com o mar, país além do Jordão, Galileia dos gentios! 16 Este povo, que jazia nas trevas, viu uma grande luz, e uma luz levantou-se para os que jaziam na sombra da morte”. 17 Desde então, começou Jesus a pregar: «Fazei penitência porque está próximo o Reino dos Céus».
23 Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas e pregando o Evangelho do reino de Deus, e curando todas as enfermidades entre o povo. 24 A Sua fama espalhou-se por toda a Síria, e trouxeram-Lhe todos os que tinham algum mal, possuídos de vários achaques e dores: possessos, lunáticos, paralíticos. E Ele curava-os. 25 Seguiam-n'O grandes multidões de povo da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia e de além do Jordão.

Nota:
Durante o Tempo do Natal não publicamos o costumado Comentário e/ou Meditação sobre o Evangelho do dia. Convidamos o leitor a fazê-lo e a amabilidade de o “postar” em comentários.

Tema: Deus existe

Não se podendo contar com a fé, por ser posterior à Revelação, para provar convenientemente, ao ateu, a existência de Deus, nem aos sequazes do naturalismo e do fatalismo, a espiritualidade e a liberdade da alma humana, pode contar-se com absoluta certeza, com a razão. (Denzinger, Enchiridion, nr. 1506)

Doutrina: «RERUM NOVARUM»

As necessidades do homem repetem-se perpetuamente: satisfeitas hoje, renascem amanhã com novas exigências. Foi preciso, portanto, para que ele pudesse realizar o seu direito em todo o tempo, que a natureza pusesse à sua disposição um elemento estável e permanente, capaz de lhe fornecer perpetuamente os meios. Ora, esse elemento só podia ser a terra, com os seus recursos sempre fecundos. E não se apele para a providência do Estado, porque o Estado é posterior ao homem, e antes que ele pudesse formar-se, já o homem tinha recebido da natureza o direito de viver e proteger a sua existência.

Festa: Santíssimo Nome de Jesus

                                                                                                              
A devoção ao Santíssimo Nome de Jesus, já arraigada na Igreja desde os seus alvores, foi pregada e inculcada de modo particular por São Bernardo, por São Bernardino de Sena e pelos Franciscanos, os quais difundiram pequenos quadros trazendo as letras do Nome de Jesus. Em Camaiore di Luca, na Itália, começou-se a celebrar a festa, depois de aprovada para a Ordem dos Franciscanos (1530) e sob o pontificado de Inocêncio XIII (1721), estendida a toda a Igreja.
O próprio Deus revelou o Nome a ser imposto ao Verbo Encarnado, para significar a sua missão de Salvador do género humano. O SS. Nome de Jesus é o divino poema que exprime da maneira mais sublime o que pôde encontrar a sabedoria e a misericórdia divinas para salvar a humanidade decaída. É um nome grande e eterno, poderoso e terrível, vitorioso e misericordioso, o único que nos pode salvar. É melodia para o ouvido, cântico para os lábios e alegria para o coração... "Ilumina, conforta e nutre; é luz, remédio e alimento" (S. Bernardo).
Jesus é o mais fiel amigo da alma; é o benfeitor mais generoso, que por ela se imola sobre o altar, por ela entrega-se sem reservas e se oferece em alimento e sustento. É o advogado mais poderoso, que cuida incessantemente de seus interesses junto do Pai; é "título de eterna predestinação". Nutramos o mais terno amor pelo Nome de Jesus, tenhamos nele a mais total confiança, por ele o mais profundo respeito, para ele o canto mais sublime. Invoquemo-lo nas tentações, nas provas e nos perigos e pronunciemo-lo frequentemente durante o dia. Ao lado do Nome de Maria, seja a primeira palavra da manhã e a derradeira da tarde.
(Fonte: Missal Romano)



Terça-Feira 04 de Janeiro

Evangelho: Mc 6, 34-44

34 Ao desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor, e começou a ensinar-lhes muitas coisas. 35 Fazendo-se tarde chegaram-se a Ele os discípulos, dizendo: «Este lugar é solitário e a hora é já adiantada; 36 despede-os, a fim de que vão às quintas e povoados próximos e comprem alguma coisa para comer». 37 Ele respondeu-lhes: «Dai-lhes vós de comer». Eles disseram: «Iremos, pois, com duzentos denários comprar pão para lhes darmos de comer?». 38 Jesus perguntou-lhes: «Quantos pães tendes? Ide ver». Depois de se terem informado, disseram-Lhe: «Temos cinco pães e dois peixes». 39 Então mandou-lhes que os fizessem sentar a todos, em grupos, sobre a relva verde. 40 E sentaram-se em grupos de cem e de cinquenta. 41 Jesus, tomando os cinco pães e os dois peixes, elevando os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu a Seus discípulos para que os distribuíssem; igualmente repartiu os dois peixes por todos. 42 Comeram todos e ficaram saciados. 43 E recolheram doze cestos cheios das sobras dos pães e dos peixes. 44 Os que tinham comido dos pães eram cinco mil homens.
Nota:
Durante o Tempo do Natal não publicamos o costumado Comentário e/ou Meditação sobre o Evangelho do dia. Convidamos o leitor a fazê-lo e a amabilidade de o “postar” em comentários.

Tema: Felicidade no Matrimónio

O segredo da felicidade no matrimónio está no pormenor, nas coisas quotidianas e humildes: um pequeno detalhe no arranjo pessoal ou da casa, a alegria de chegar ao lar, o trabalho em que todos - pai, mãe e filhos - colaborem..., eis o que assegura a continuidade do amor. (Federico Suarez, A Virgem Nossa Senhora, Éfeso, 4ª Ed. nr.1177)

Doutrina: «RERUM NOVARUM»
                                                                                                                             
Não se oponha também à legitimidade da propriedade particular o facto de que Deus concedeu a terra a todo o género humano para a gozar, porque Deus não a concedeu aos homens para que a dominassem confusamente todos juntos. Tal não é o sentido dessa verdade. Ela significa, unicamente, que Deus não assinou uma parte a nenhum homem em particular, mas quis deixar a limitação das propriedades à indústria humana e às instituições dos povos. Aliás, posto que dividida em propriedades particulares, a terra não deixa de servir à utilidade comum de todos, atendendo a que não há ninguém entre os mortais que não se alimente do produto dos campos. Quem os não tem, supre-os pelo trabalho, de maneira que se pode afirmar, com toda a verdade, que o trabalho é o meio universal de prover às necessidades da vida, quer ele se exerça num terreno próprio, quer em alguma parte lucrativa cuja remuneração, sai apenas dos produtos múltiplos da terra, com os quais ela se comuta.



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Quarta-Feira 05 de Janeiro

Evangelho: Mc 6, 45-52

45 Imediatamente Jesus obrigou Seus discípulos a embarcar, para chegarem primeiro que Ele à outra margem do lago, a Betsaida, enquanto Ele despedia o povo. 46 Depois de os ter despedido, retirou-Se para um monte a fazer oração.47 Chegada a noite, encontrava-se a barca no meio do mar, e Ele só em terra. 48 Vendo-os cansados de remar, porque o vento lhes era contrário, cerca da quarta vigília da noite, foi ter com eles andando sobre o mar; e fez menção de lhes passar adiante. 49 Quando eles O viram caminhar sobre o mar, julgaram que era um fantasma e gritaram;  50 porque todos O viram e se assustaram. Mas logo Ele lhes falou e disse: «Tende confiança, sou Eu, não temais». 51 Subiu em seguida para  junto deles na barca, e o vento cessou. Ficaram extremamente estupefactos, 52 pois não se tinham dado conta do que se tinha passado com os pães; a sua inteligência estava obscurecida.

Nota:
Durante o Tempo do Advento não publicamos o costumado Comentário e/ou Meditação sobre o Evangelho do dia. Convidamos o leitor a fazê-lo e a amabilidade de o “postar” em comentários.

Tema: Segredo da fortaleza

O segredo da nossa fortaleza reside na desconfiança de nós mesmos e na confiança absoluta em Deus. (Adolphe Tanqueray, Compêndio de Teologia Ascética e Mística, LAI, 1961, nr. 1095)

Doutrina: «RERUM NOVARUM»

De tudo isto resulta, mais uma vez, que a propriedade particular é plenamente conforme à natureza. A terra, sem dúvida, fornece ao homem com abundância as coisas necessárias para a conservação da sua vida e ainda para o seu aperfeiçoamento, mas não poderia fornecê-las sem a cultura e sem os cuidados do homem. Ora, que faz o homem, consumindo os recursos do seu espírito e as forças do seu corpo em procurar esses bens da natureza? Aplica, para assim dizer, a si mesmo a porção da natureza corpórea que cultiva e deixa nela como que um certo cunho da sua pessoa, a ponto que, com toda a justiça, esse bem será possuído de futuro como seu, e não será lícito a ninguém violar o seu direito de qualquer forma que seja.

                                                                                                                             




Quinta-Feira 06 de Janeiro

Evangelho: Lc 4, 14-22

14 Voltou Jesus, sob o impulso do Espírito, para a Galileia, e a Sua fama divulgou-se por toda a região circunvizinha. 15 Ensinava nas suas sinagogas e era aclamado por todos. 16 Foi a Nazaré, onde Se tinha criado, entrou na sinagoga, segundo o Seu costume, em dia de sábado, e levantou-Se para fazer a leitura. 17 Foi-Lhe dado o livro do profeta Isaías. Quando desenrolou o livro, encontrou o lugar onde estava escrito: 18 “O Espírito do Senhor repousou sobre Mim; pelo que Me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres; Me enviou para anunciar a redenção aos cativos, e a recuperação da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, 19 a pregar um ano de graça da parte do Senhor”. 20 Tendo enrolado o livro, deu-o ao encarregado, e sentou-Se. Os olhos de todos os que se encontravam na sinagoga estavam fixos n'Ele. 21 Começou a dizer-lhes: «Hoje cumpriu-se este passo da Escritura que acabais de ouvir». 22 E todos davam testemunho em Seu favor, e admiravam-se das palavras de graça que saíam da Sua boca, e diziam: «Não é este o filho de José?».

Nota:
Durante o Tempo do Advento não publicamos o costumado Comentário e/ou Meditação sobre o Evangelho do dia. Convidamos o leitor a fazê-lo e a amabilidade de o “postar” em comentários.

Tema: Progressos e Vitórias

O segredo de todos os progressos e de todas as vitórias está em saber recomeçar, em tirar a lição de um fracasso e depois tentar uma vez mais. (G. Chevrot, Simão Pedro, pg. 34)

Doutrina: «RERUM NOVARUM»

A propriedade sancionada pelas leis humanas e divinas
A força destes raciocínios é duma evidência tal, que chegamos a admirar como certos partidários de velhas opiniões podem ainda contradizê-los, concedendo sem dúvida ao homem particular o uso do solo e os frutos dos campos, mas recusando-lhe o direito de possuir, na qualidade de proprietário, esse solo em que edificou, a porção da terra que cultivou. Não vêem, pois, que despojam assim esse homem do fruto do seu trabalho; porque, afinal, esse campo amanhado com arte pela mão do cultivador, mudou completamente de natureza: era selvagem, ei-lo arroteado; de infecundo, tornou-se fértil; o que o tornou melhor, está inerente ao solo e confunde-se de tal forma com ele, que em grande parte seria impossível separá-lo.





Sexta-Feira 07 de Janeiro

Evangelho: Lc 5, 12-16

12 Sucedeu que, encontrando-se Jesus numa cidade, apareceu um homem cheio de lepra, o qual, vendo Jesus, prostrou-se com o rosto por terra e suplicou-Lhe: «Senhor, se Tu queres, podes limpar-me». 13 Ele, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: «Quero, sê limpo!». Imediatamente desapareceu dele a lepra. 14 Jesus ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. «Mas vai, disse-lhe, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua cura o que foi ordenado por Moisés, para lhes servir de testemunho». 15 Entretanto difundia-se cada vez mais a fama do Seu nome; e concorriam grandes multidões para O ouvir e ser curadas das suas doenças. 16 Mas Ele retirava-Se para lugares desertos, e fazia oração.
Nota:
Durante o Tempo do Natal não publicamos o costumado Comentário e/ou Meditação sobre o Evangelho do dia. Convidamos o leitor a fazê-lo e a amabilidade de o “postar” em comentários.

Tema: Amor misericordioso
A misericórdia constitui-se num elemento indispensável para dar forma ás relações mútuas entre os homens, num espírito do mais profundo respeito por aquilo que é humano e pela fraternidade recíproca. O amor misericordioso implica também aquela cordial compaixão e sensibilidade, de que tão eloquentemente nos fala a parábola do filho pródigo, ou igualmente a da ovelha e da dracma perdidas. (joão Paulo II, Encíclica Dives in Misericordia, 30.11.1980, nr. 14)

Doutrina: «RERUM NOVARUM»

Suportaria a justiça que um estranho viesse então a atribuir-se esta terra banhada pelo suor de quem a cultivou? Da mesma forma que o efeito segue a causa, assim é justo que o fruto do trabalho pertença ao trabalhador.
É, pois, com razão, que a universalidade do género humano, sem se deixar mover pelas opiniões contrárias dum pequeno grupo, reconhece, considerando atentamente a natureza, que nas suas leis reside o primeiro fundamento da repartição dos bens e das propriedades particulares; foi com razão que o costume de todos os séculos sancionou uma situação tão conforme à natureza do homem e à vida tranquila e pacífica das sociedades. Por seu lado, as leis civis, que recebem o seu valor ([1]), quando são justas, da lei natural, confirmam esse mesmo direito e protegem-no pela força. Finalmente, a autoridade das leis divinas vem pôr-lhe o seu selo, proibindo, sob perla gravíssima, até mesmo o desejo do que pertence aos outros: «Não desejarás a mulher do teu próximo, nem a sua casa, nem o seu campo, nem o seu boi, nem a sua serva, nem o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença» ([2])




Sábado 08 de Janeiro

Evangelho: Jo 3, 22-30

22 Depois disto, foi Jesus com os Seus discípulos para a terra da Judeia. Convivia com eles e baptizava. 23 João estava também a baptizar em Enon, junto a Salim, porque havia ali muita água e o povo concorria para ser baptizado. 24 João ainda não tinha sido metido na prisão. 25 Levantou-se uma questão entre os discípulos de João e um judeu acerca da purificação. 26 Foram ter com João e disseram-lhe: «Mestre, O que estava contigo além Jordão, de Quem tu deste testemunho, ei-l'O que está a baptizar e todos vão a Ele». 27 João respondeu: «O homem não pode receber coisa alguma se lhe não for dada do céu. 28 Vós próprios sois testemunhas de que vos disse: Eu não sou o Cristo, mas fui enviado diante d'Ele. 29 O que tem a esposa é o esposo, mas o amigo do esposo, que está ao lado e o ouve, enche-se de gozo com a voz do esposo. Esta é a minha alegria e ela é perfeita. 30 Convém que Ele cresça e eu diminua.
Nota:
Durante o Tempo do Natal não publicamos o costumado Comentário e/ou Meditação sobre o Evangelho do dia. Convidamos o leitor a fazê-lo e a amabilidade de o “postar” em comentários.

Tema: Maturidade

A maturidade humana, manifesta-se, sobretudo, em certa estabilidade de ânimo, na capacidade de tomar decisões ponderadas e no modo recto de julgar os acontecimentos e os homens. (Concílio Vaticano II, Decreto Optatum Totius, nr. 11)

Doutrina: «RERUM NOVARUM»

A família e o Estado
6. Entretanto, esses direitos, que são inatos a cada homem considerado isoladamente, apresentam-se mais rigorosos ainda, quando se consideram nas suas relações e na sua conexão com os deveres da vida doméstica. Ninguém põe em dúvida que, na escolha dum género de vida, seja lícito cada um seguir o conselho de Jesus Cristo sobre a virgindade, ou contrair um laço conjugal. Nenhuma lei humana poderia apagar de qualquer forma o direito natural e primordial de todo o homem ao casamento, nem circunscrever o fim principal para que ele foi estabelecido desde a origem: «Crescei e multiplicai-vos» ([3]). Eis, pois, a família, isto é, a sociedade doméstica, sociedade muito pequena certamente, mas real e anterior a toda a sociedade civil, à qual, desde logo, será forçosamente necessário atribuir certos direitos e certos deveres absolutamente independentes do Estado. Assim, este direito de propriedade que Nós, em nome da natureza, reivindicamos para o indivíduo, é preciso agora transferi-lo para o homem constituído chefe de família. Isto não basta: passando para a sociedade doméstica, este direito adquire aí tanto maior força quanto mais extensão lá recebe a pessoa humana.




SANTO NATAL!








[1] Veja-se S. Tomás, Sum. Teol., I-II, q. 95, a. 4.
[2] Dt 5,21.
[3] Gn 1,28.

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