4ª Sexta-Feira do Avento 24 de Dezembro
Evangelho: Lc 1, 67-79
67 Zacarias, seu pai, ficou cheio do Espírito Santo, e profetizou dizendo: 68 «Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e resgatou o Seu povo; 69 e suscitou uma força para nos salvar, na casa do Seu servo David, 70 conforme anunciou pela boca dos Seus santos profetas de outrora; 71 que nos livraria dos nossos inimigos, e das mãos de todos os que nos odeiam; 72 para exercer a Sua misericórdia a favor de nossos pais, e lembrar-Se da Sua santa aliança, 73 segundo o juramento que fez a nosso pai Abraão, de nos conceder 74 que, livres das mãos dos nossos inimigos, O sirvamos sem temor, 75 diante d'Ele com santidade e justiça, durante todos os dias da nossa vida. 76 E tu, menino, serás chamado o profeta do Altíssimo, porque irás à frente do Senhor, a preparar os Seus caminhos; 77 para dar ao Seu povo o conhecimento da salvação, pela remissão dos seus pecados, 78 graças à terna misericórdia do nosso Deus, que nos trará do alto a visita do Sol Nascente, 79 para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte; para dirigir os nossos pés no caminho da paz»
Nota:
Durante o Tempo do Advento não publicamos o costumado Comentário e/ou Meditação sobre o Evangelho do dia. Convidamos o leitor a fazê-lo e a amabilidade de o “postar) em comentários.
Tema para consideração: A confissão frequente
A) O exame de consciência 3
3. Não é suficiente conhecer só os actos, as faltas. Igualmente importante – inclusive mais importante – é examinar as atitudes interiores e os sentimentos. Para tal serve o chamado exame de consciência «habitual», quer dizer, o dirigir um olhar breve, frequente, ao próprio interior, observar a inclinação, a tendência momentânea dominante do coração, o sentimento, as aspirações que então prevalecem nele. Entre os muitos sentimentos que lutam no coração do homem e o assaltam, há sempre um sentimento que domina que dá a sua orientação ao coração e determina os seus movimentos. Seja um desejo de louvor, de temor de alguma censura, de alguma humilhação, de alguma dor, sejam zelos ou amargura por alguma injustiça sofrida, seja uma desconfiança, um afã desordenado de trabalho, de saúde. Outras vezes é um estado de certa falta de energia, de desalento ante certas dificuldades, fracassos e experiências. Mas este sentimento dominante poderá também ser o amor a Deus, o afã de sacrificar-se num arranque de zelo ardente, na alegria de servir a Deus, na submissão a Deus, na humildade, na aspiração à mortificação, na entrega a Deus: «Onde está o meu coração?» Qual é a inclinação capital que o determina, qual é a verdadeira olá que põe em movimento todas as partes do conjunto? Pode ser uma inclinação longa e duradoura, uma simpatia, uma amargura, uma antipatia; pode ser uma impressão momentânea, tão profunda e tão forte, que continua vibrando depois de longo tempo no coração. Perguntamos: «Onde está o meu coração?» Desta forma comprovamos frequentemente a inclinação momentânea, a orientação do coração, e avançamos até ao centro donde emanam os diversos actos, palavras e obras. Assim é como chegamos a conhecer os principais acontecimentos tanto no bem como no mal.
Este conhecimento serve para o exame de consciência, tanto particular como geral, e para o exame de consciência da santa confissão. Sem dificuldade descobrimos o que é importante e essencial para o nosso esforço, arrependemo-nos, damos graças a Deus ao ver ordem nos nossos sentimentos íntimos, imploramos de Deus a graça e a força. Descobrimos o que temos de ter em conta para a acusação na santa confissão e para o propósito; vemos em geral como com este rápido olhar interior e habitual, sempre e sempre renovado, começamos e afiançamos o exame de consciência, particular e geral.
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