11/10/2010

Gestos e atitudes corporais durante a celebração da Santa Missa

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Observam-se muitas vezes, durante a celebração da Eucaristia, a tomada de atitudes gestuais diferentes entre os fiéis n’Ela participantes.

É particularmente notório, no momento que antecede a Consagração, a confusão entre as pessoas que se ajoelham, as que ficam de pé e as que ficam indecisas sem saberem como proceder.
(Hoje em dia nota-se também a infeliz atitude de algumas pessoas, não poucas, se sentarem neste particular momento.)

O resultado é que, durante a Epiclese, (importantíssima oração que consta de invocações especiais, pelas quais a Igreja implora o Poder Divino para que os dons oferecidos pelos homens sejam consagrados, isto é, para que o pão e vinho se convertam no Corpo e Sangue de Cristo), a confusão e o consequente barulho se instalam, com o ajoelhar, o sentar, o olhar para o lado e para trás para ver o que os outros fazem, não permitindo assim a participação visível e auditiva de todos os fiéis na oração/celebração, ofuscando a dignidade do momento.

Mas na Instrução Geral do Missal Romano, vem tudo muito claro sobre a atitude a tomar, durante as diversas partes da Celebração da Eucaristia.

Assim, no ponto 21.º, diz expressamente:

«Em todas as Missas, desde que não se indique outra coisa, todos estão de pé: desde o inicio do cântico de entrada, ou enquanto o sacerdote se encaminha para o Altar, até à oração Colecta, inclusive; durante o cântico de Aleluia que precede o Evangelho; durante a proclamação do Evangelho; durante a Profissão de Fé e a Oração universal; e desde a Oração sobre as oblatas até ao fim da Missa, excepto nos momentos adiante indicados.
Estão sentados: durante as leituras que precedem o Evangelho e durante o Salmo responsarial; durante a homilia e durante a preparação dos dons do Ofertório; e, conforme as circunstâncias, durante o silêncio sagrado depois da Comunhão.
Estão de joelhos: durante a Consagração; excepto se a estreiteza do lugar, o grande número de presentes, ou outros motivos razoáveis, a isso obstarem».


A Oração Colecta: é a oração feita a seguir ao Glória (nas Missas em que é recitado ou cantado), ou então, feita a seguir ao “Senhor, tende piedade de nós”.
A Profissão de Fé: é o “Credo”, recitado a seguir à homilia.
A Oração Universal: é também chamada "Oração dos fiéis", em que se reza pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem, por todos os homens em geral e pela salvação do mundo inteiro.
A Oração sobre as Oblatas: é a oração imediatamente a seguir ao convite do sacerdote para que todos orem juntamente com ele.


Tal como acima nos diz a Instrução Geral do Missal Romano, devemos ajoelhar no início da narração da Instituição da Eucaristia e Consagração, ou seja, a seguir à Epiclese.

Se assim fizermos, haverá harmonia e sobretudo não haverá ruído e confusão num dos momentos mais importantes da Santa Missa.


É tempo de deixarmos de simplesmente “ir à Missa”, para começarmos a participar activa e conscientemente nela, de celebrar, (pois todos somos celebrantes), vivendo a Eucaristia, não só em Igreja, mas também no nosso dia-a-dia.


Notas:

1 – Como poderá haver alguma “confusão” sobre o momento em que se inicia a Consagração, como vem escrito na Instrução Geral, podemos retirar essa dúvida, acedendo a:



2 – Para que percebamos melhor a importância da Epiclese, (momento em que normalmente e infelizmente se estabelece a confusão), podemos aceder ao Catecismo da Igreja Católica.

§1105 A epiclese ("invocação sobre") é a intercessão na qual o sacerdote suplica ao Pai que envie o Espírito Santificador para que as oferendas se tornem o Corpo e o Sangue de Cristo, e para que ao recebê-los os fiéis se tomem eles mesmos uma oferenda viva a Deus.

§1109 A epiclese é também a oração para o efeito pleno da comunhão da assembléia com o mistério de Cristo. "A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo" (2Cor 13,13) devem permanecer sempre conosco e produzir frutos para além da celebração eucarística. A Igreja pede, pois, ao Pai que envie o Espírito Santo para que faça da vida dos fiéis uma oferenda viva a Deus por meio da transformação espiritual à imagem de Cristo, (por meio) da preocupação pela unidade da Igreja e da participação da sua missão pelo testemunho e pelo serviço da caridade.

§1353 Na epiclese ela pede ao Pai que envie seu Espírito Santo (ou o poder de sua bênção) sobre o pão e o vinho, para que se tornem, por seu poder, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, e para que aqueles que tomam parte na Eucaristia sejam um só corpo e um só espírito (certas tradições litúrgicas colocam a epiclese depois da anamnese). No relato da instituição, a força das palavras e da ação de Cristo e o poder do Espírito Santo tornam sacramentalmente presentes, sob as espécies do pão e do vinho, o Corpo e o Sangue de Cristo, seu sacrifício oferecido na cruz uma vez por todas.
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