A atitude, possível, “sou filho de Deus e, o resto não me interessa para nada”, não é razoável porque, de facto, não possuímos nada nem temos direito a coisa nenhuma.
O facto de ser filhos dá-nos um “estatuto”, efectivamente, mas o conservarmos ou não esse “estatuto” está nas nossas mãos.
«Já não sou digno de chamar-me Teu filho» ([i]) é a constatação da sua perda, voluntária, por opção própria livremente assumida.
A construção da Vida Interior passa assim, a ser um “trabalho” constante com a finalidade de, pode dizer-se, tornar-se uma pessoa completa, carne e espírito, com domínio da vontade, agindo sob determinação do que considera conveniente e bom em detrimento da cedência fácil ao instinto ou apelo mais ou menos mirífico de felicidade.
A couraça, por chamar-lhe assim, que se vai construindo, alicerçada nos valores que se têm - e sabem – como sérios, válidos, importantes e fundamentais, vai-se fortalecendo constantemente não só com o esforço de interiorização, mas com a prática continuada de actos bons e meritórios que tornam verdadeiros e credíveis os desejos de melhoria interior.
Por aqui se vê que a Vida Interior não é uma atitude estática, não se estabelece um qualquer patamar a partir do qual se considera completa e satisfeita a ânsia de melhoria, é, antes, um esforço contínuo de aperfeiçoamento que nunca se dá por satisfeito nem completo.
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