A vida interior é o que podemos chamar de “vida verdadeiramente vivida”.
A ausência de vida interior não permite um conhecimento sério de si mesmo o que é fundamental para detectar as necessidades de melhoria, os pontos e particularidades em que esse esforço por melhorar tem de se aplicar com mais intensidade e perseverança.
Não se deve insistir numa melhoria vaga, sem objectivos concretos e bem definidos. Isto não conduz a nada de concreto.
Se tenho por hábito, ou, pelo menos, é frequente faltar à verdade é fundamental definir quando é que isso acontece mais frequentemente, sobre que temas e em que circunstâncias e não, decidir: a partir de agora não mentirei mais.
Esta citação da mentira ou, se preferirmos, a falta de veracidade, é intencional porque parece ser um defeito muito comum que, por vezes, por ser habitual, não se dá conta. Talvez, na maioria dos casos não se trate de uma mentira séria, grave, que prejudique alguém ou o próprio.
Uma das facetas de carácter que a isto conduz, é a imaginação, talvez, demasiado fértil e incontrolada.
À força de repetir uma história, relatar uma situação ou episódio que não tem um fundamento concreto mas se baseia na lucubração íntima dessas situações ou episódios, vai-se construindo algo que, aparentemente, aconteceu, seja verdade.
Muitas destas situações levam a pessoa a atribuir-se méritos que não lhe cabem, capacidades que não tem, a relatar episódios que não viveu.
Começa-se por “inventar” pequenas coisas e, vai-se deslizando com desconcertante à-vontade para situações factos mais sérios, perde-se a noção da realidade concreta e deixa-se de preocupar, sequer, com as circunstâncias, ambientes ou as pessoas que estão a ouvir. Em situações de confronto, por exemplo alguém que contesta com factos e razões indesmentíveis que o que se disse não é verdade o “calo” adquirido não deixa reconhecer o erro mas tão só argumentar com: “não era bem isso que eu queria dizer”.
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