Estive lá, em casa do Pedro, ontem à noite.
A Zeca parece uma sombra deformada de uma mulher alta, de constituição atlética...talvez tenha diminuido uns vinte centímetros, move-se com extrema dificuldade, sustenta-se apenas graças a uma espécie de arnês que lhe mantém o tronco, não a prumo, mas possívelmente unido ao resto do frágil corpo.
Mas, a Zeca, não vive no corpo devastado pela doença, vive nos olhos que mantêm o fulgor da ansiedade criativa, da cabeça sempre fervilhando com ideias, projectos, pinturas, exposições, coisas para fazer...muitas coisas para fazer.
Naquelas três horas, ontem à noite, não a ouvi queixar-se uma única vez!
O Pedro, olha para nós, com um olhar sereno e consciente. Sem receio e, estranhamente confiante.
Vim de lá envergonhado por todas as vezes que me queixo de coizitas sem importância.
As lições que Deus nos dá!
ResponderEliminarÀs vezes pensamos, falo por mim, que estamos num "qualquer patamar" de uma vida espiritual, que nos dá a "certeza" de tudo podermos arrostar, e de repnte perante algo que nos esmaga, essa "certeza" esbate-se.
Então Deus coloca na nossa vida alguém, ou alguéns, que serenamente nos mostra uma confiança, uma entrega à vida, que só pode mostrar-nos a presença real de Deus nas nossas vidas.
É isso, a presença de Deus, que a Zeca e o Pedro me deixam ver na serenidade da sua aceitação lutando.
Abraço do teu irmão