Dentro
do Evangelho – (cfr:
São Josemaria, Sulco 253)
(Re Jo XXI; Lc XXIV; Mc XV, Mt
XVII)
Os Quatro Evangelistas terminam os "seus"
Evangelhos de forma algo diferente; mesmo os "sinópticos".
Penso que em Jo XXI encontro uma explicação: «Não caberiam no mundo os livros que
seria preciso escrever para contar quanto Jesus Cristo disse e fez!»
Quem, como João, desde o primeiro instante, esteve
ao lado de Jesus, inclusive vivendo em Sua casa, com a Sua Santíssima Mãe que,
depois, suspenso da Cruz, Cristo lhe daria como Mãe e, nele a todos nós homens
que a consideramos como Tal, sabe bem do que fala.
Quero crer que este Apóstolo, íntimo do Senhor,
como todos os Doze bem sabiam, mais que amigo... confidente como constatamos na
Última Ceia, no momento quando Pedro, vendo-o no momento seriíssimo do anúncio
da traição reclinado sobre o peito de Jesus, lhe diz: «Pergunta-Lhe a quem se refere».
João é um jovem que aprendeu a considerar os mais
velhos e, portanto obedece a Pedro, tanto mais porque guarda as palavras que
Jesus Cristo lhe dirigiu: «Apascenta
as Minhas ovelhas... Tu és a pedra sobre a qual edificarei a Minha Igreja».
João sofreu perseguições e violências inauditas
tendo, inclusive, sido mergulhado num caldeirão de azeite a ferver. Jesus
salvou-o sempre dessas provações.
João, creio bem, escreveu o Evangelho porque o
Divino Espírito Santo assim "obrigou", o seu desejo era viver o seu
isolamento na Ilha de Pathmos, esperando na sua velhice o momento de se juntar
definitivamente ao Amor da Sua Vida.
Ler e reler o Evangelho escrito por São João, é
como consultar um "diário" sério, credível da vida de Jesus.
Mais tarde, escreve o Apocalipse que qualquer um
por mais pragmático ou incrédulo que possa ser, reconhece a "mão" que
segurou a pena e efectivamente escreveu... o Divino Espírito Santo.
Não posso, não devo, não quero ter um Evangelista
"preferido" mas, São João faz-me mergulhar fundo para, logo a seguir
me levantar a alturas insuspeitadas.
Reflexão
Para ter paz de espírito é fundamental controlar a memória, sobretudo, os
que têm, como é o meu caso, uma idade avançada.
A minha memória é um arquivo de monumentais proporções e, se lhe acrescento
o grafismo que a caracteriza, é como que folhear um album de recordações com imagens
e detalhes que me arrastam para passados distantes.
O AMOR DA MINHA VIDA costumava dizer-me: 'António... desliga o computador
que tens na cabeça'.
É o que amiúde lhe peço.
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