23/06/2023

Publicações em Junho 23

  


Dentro do Evangelho –  (cfr: São Josemaria, Sulco 253)

 

(Re Mt XIII)

 

Nestes quase dois anos e meio a seguir Jesus,  parecia-me que quantos O acompanhavam mais assiduamente se tinham habituado à minha presença e já não se preocupavam que eu escutasse as conversas entre eles; isto foi muito bom para mim, já que me deu oportunidade de os conhecer melhor. Admirava-me sempre com as dúvidas que manifestavam entre si, dúvidas que surgiam da incompreensão de muitos dos discursos do Mestre. É certo, a maneira de falar dos Orientais, sobretudo naquela época, era recheada de imagens, sugestões, exemplos da vida corrente. O vocabulário era exíguo, uma palavra poderia ter mais que um significado de modo que, sobretudo os mestres, empregavam imagens que melhor poderiam esclarecer o que queriam dizer. De forma que era bastante comum ouvi-los interpelar Jesus:- Domine, edissere nos parabulam! O Mestre nunca Se mostrava enfadado, bem ao contrário explicava-lhes com infinita paciência o conteúdo dos seus discursos. Reflicto que, eu, tenho muito que agradecer a estes homens exemplos de honestidade simples e sincera, graças a eles compreendo liminarmente as palavras de Jesus mas, mais... quando me falta algo para compreender totalmente, sigo o seu exemplo e digo do fundo do coração: - Senhor... ajuda-me a compreender!

 

Reflexão

Tentação

Como «leão rugidor» comentava São Pedro a propósito do assédio do tentador ao homem.

Não corrijo o Príncipe dos Apóstolos, como me atreveria, mas considero o que reflicto: O leão é uma fera e como tal pode constituir perigo mas... a sua acção é sempre nobre, ataca para se defender ou para debelar a sua fome. A maior parte das vezes, quando a luta, o ataque exigem esforço porque o "alvo" resiste, limita-se a rugir para incutir medo e dedica-se a descansar. Logo, o leão não representa, para mim, uma ameaça mas, apenas suscita precaução. Já no que respeita ao lobo tenho de ver... tem um comportamento diferente, é um predador inveterado atacando sem dó nem piedade qualquer que encontre pelo caminho, quer o "território" só para si, não tolera intrusos ou recalcitrantes, mesmo que sejam outros lobos iguais a ele. Os seus êxitos dar-lhe-ão estatuto, o Chefe da Alcateia tê-los-á em boa conta. Muito provavelmente todos assistimos a cenas, filmes sobre a "vida selvagem" filmadas "ao vivo" tal qual são. Refiro especificamente aquelas que documentam os ataques de lobos a rebanhos de Renas, para comentar uma realidade... as Renas sendo muito mais numerosas e estando munidas de estatura, peso e defesas muito superiores aos lobos, fogem em todas as direcções, por montes e vales até ficarem exaustas, submergidas na tundra, à mercê do lobo. Este não as largou, foi pacientemente perseguindo o rebanho até conseguir isolar uma e, então, daí à conquista do objectivo foi um ápice. Fico a pensar o que aconteceria se as Renas se unissem e fizessem frente ao lobo... tenho de concluir que para resistir, ultrapassar a tentação, me convém muito não estar sozinho, por mais que confie nas minhas "defesas", tenho a meu lado - sempre disponível - o Anjo da minha Guarda, não espera mais que eu o chame em meu auxílio, por pequenino ou enormíssimo que seja o perigo, Ele vencerá, sempre o "lobo". Mas de "leões e lobos" todos, uns mais outros menos, temos consciência que existem e, sendo assim, é natural que estejamos atentos a esses "ataques" para ripostar, só que, como sabiamente escreveu um Santo dos nossos dias... "Temos de nos convencer de que o maior inimigo da pedra não é o picão ou o machado, nem o golpe de qualquer outro instrumento, por mais contundente que seja: é essa água miúda, que se mete, gota a gota, entre as gretas da fraga, até arruinar a sua estrutura. (Cristo que passa, 77).

Atenção... pois!!!

O tentador: Leão rugidor ou Lobo matreiro e impiedosamente persistente???

 

 

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