São Mateus faz muitas
vezes um relato de perguntas feitas pelos fariseus e chefes do povo, perguntas
essas que escondem crítica, preconceito e animosidade.
Parece-me que o
Senhor gosta dessas perguntas em primeiro lugar, talvez, porque embora
deformadas como já disse, são o desabafo de quem se sente, de alguma forma
perplexo; depois porque Lhe dá o ensejo de, ao responder-lhes, ensinar,
doutrinar, pôr as coisas no seu devido lugar.
Este Mestre Divino,
tem uma paciência infinita e vai repetindo uma e outra vez os ensinamentos
fundamentais para esclarecimento das gentes que O rodeiam.
Os tempos são outros, é o que Jesus quer que entendam.
Como se dissesse:
‘Chegou, está a chegar coMigo, outro tempo em que a Lei será renovada e
aperfeiçoada. Será um tempo de concretização e não de expectativa como este que
tendes vivido. Virá um novo reino aberto a todos sem excepção.’
As relações do homem com Deus são sempre novas porque a vida evolui e assim
a fé.
Esta aumenta, fortalece-se, fica mais esclarecida. É o que é natural e
assim deve ser.
Não se trata de uma atitude nova, mas diferente porque mais consciente e,
mais consciente porque melhor informada.
Não consiste em ir pondo remendos, acrescentar o quer que seja, mas, apenas
considerar que convém ao cristão estar ao par das mais recentes propostas do
Magistério.
Jejuar é uma prática muito aconselhada por todos os directores espirituais
como uma salutar medida para fortalecer a temperança.
Esta virtude fundamental para o cristão, não se resume ao jejum, mas a toda
a forma de viver e comportar-se não apenas consigo próprio, mas sobretudo com
os outros.
Como se pode ver não
é justo considerar os chefes do povo de Israel, neste caso um chefe de
Sinagoga, todos da mesma forma, São Mateus deixa bem claro, que algumas das
maiores manifestações de fé em Jesus Cristo, vêm precisamente dessa classe
social.
Impressiona, de
facto, a fé deste homem que diz com toda a clareza:
«Minha filha acaba de morrer, mas vem impor-lhe a Tua mão
e viverá.»
Uma fé assim não pode
senão mover o Coração amantíssimo de Jesus levando-O a fazer o que Se Lhe pede.
São Mateus tem como principal preocupação escrever a sua versão do
Evangelho para o povo judeu e demonstrar o poder de Jesus Cristo como um poder
divino, isto que É, de facto, Ele é o Filho de Deus.
Daí que a descrição que faz dos milagres realizados por Jesus é feita com o
rigor de um cronista, isto é, na sequência em que, de facto, aconteceram.
Neste trecho tal é bem visível: a caminho de acudir a uma súplica de um
homem importante, Jesus detém-se para atender uma pobre mulher em sofrimento.
Como se fosse uma prática habitual, corrente, na vida diária do Senhor e,
de facto, noutras ocasiões, nem sequer descreve os milagres portentosos
limitando-se a dizer que «curou a todos»
Pedir e confiar, confiar e pedir é quanto temos de fazer.
Podemos perguntar a razão que levou o Evangelista a relatar num mesmo
episódio dois milagres operados por Jesus. Penso que a intenção é justamente
essa: Jesus é como que "urgido" a actuar movido pelos sentimentos do
Seu Coração Amantíssimo independentemente das circunstâncias.
Curar uma doença persistente e limitadora ou ressuscitar alguém não são
milagres diferentes na importância ou magnitude, para Cristo a
"importância" não existe nem a graça dispensada é maior ou menor mas
sim proporcional à Sua Suprema Justiça e ao Seu Amor pelos homens.
O demónio dominava aquele pobre homem de tal forma que este não podia
falar.
Acontece-nos também a nós quando nos fechamos e, por um motivo qualquer - o
mais frequente são os respeitos humanos - não confessamos as nossas faltas.
É o chamado "demónio mudo" contra o qual devemos lutar com todas
as nossas forças.
Os sacerdotes
trabalhadores por excelência da Messe do Reino de Deus, devem merecer-nos mais
que profundo respeito mas também o nosso apoio incondicional.
Mais importante ainda
são as nossas orações por eles pedindo as graças e virtudes que tanto
necessitam.
Que sejam santos e
guiem o povo de Deus com segurança e bom critério.
O dever que os
cristãos têm de pedir a Deus vocações sacerdotais fica bem expresso neste
texto.
Não será tanto o
pedir para que Deus sugira vocações mas, sobretudo, para que esses que alguma
vez sentiram o apelo do Senhor, tenham a coragem e determinação para responder
afirmativamente.
Os trabalhadores da
messe de Deus têm as suas tarefas, o seu múnus, muito claro e específico,
trata-se, em última instância de servir activa e dedicadamente o Reino de Deus.
Estou pessoalmente
convencido que muitos que recusam esse apelo se conhecessem verdadeiramente a
grandeza da tarefa que lhes é pedida se apressariam a corresponder.
São Mateus exagera
quando escreve:
«curando todas as enfermidades e doenças»?
O Evangelista conta o
que viu, não inventa ou exagera.
O Médico Divino não
deixa de acudir a quem a Ele recorre e, pela Sua enorme bondade e misericórdia,
transmite esse poder aos Doze que escolhe.
Oração pelos
Sacerdotes:
Meu Senhor Jesus
Cristo dai à Vossa Igreja Sacerdotes Santos que se entreguem ao serviço
exclusivo da Igreja e das almas, ao anúncio fiel da palavra de Deus, à administração
dos Sacramentos, em especial da Eucaristia e da Penitência e observando
amorosamente a Sagrada Liturgia, para exemplo e guia seguro do Povo de Deus.
Reflexão
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