DENTRO DO EVANGELHO
Detenho-me
numa Parábola de Jesus conhecida como a do “Administrador Infiel” e,
particularmente nas Suas palavras «os filhos das trevas são mais expertos
que os filhos da luz».
Concluo
que não se trata de um louvor daquele comportamento mas de uma constatação de
uma triste realidade.
Se
juntar algo mais: "a árvore má não pode dar bons frutos", ficará mais
claro.
Se o
Administrador da Parábola fosse filho da luz o que teria feito ao ser
descoberta a sua infidelidade seria ir ter com o seu Senhor, confessar a sua
culpa e pedir-lhe perdão.
Mas
era filho das trevas, logo procedeu de acordo com a sua condição que o impedia
tomar a decisão correcta que assentaria na noção íntima que não é admissível fazer algo intrínsecamente mau
para conseguir algo bom.
Qualquer
bem alcançado com o recurso a algo mau terá "vida curta", por assim
dizer, porque a base em que assenta é de barro quebradiço, instável,
inconsequente.
Penso
que as propostas de legislação que muitos fazem têm exactamente esta
configuração: os que as fazem têm estes "pés de barro", logo,
procedem de acordo.
Ninguém
pode dar o que não tem, esta verdade leva-me a considerar que ao exercer o meu
direito de votar nos que, de alguma forma, me irão representar no Parlamento,
têm de ser escrutinados nas suas competências, claro, mas, sobretudo na sua
honestidade pessoal.
Recordo
o que o pai da democracia americana
Benjamin Francklin dizia: A democracia é como um encontro entre dois
lobos e um cordeiro para discutir o que vai ser o almoço.
Infelizmente
em Portugal a abstenção não tem valor, foi uma hábil decisão política para
impedir que fosse necessário haver um mínimo de votos para que um candidato
pudesse ser eleito, daí que abster-se de votar não se traduzirá em opinião.
Logo... que... fazer???
Penso
que neste particular, não resta aos portugueses cristãos que pedir a Quem nos
tem a todos no seu Coração Amantíssimo, a Senhora de Fátima, nos guie a uma
solução conveniente e decisiva.
Ela
saberá o que cada um tem de fazer...
…
Considerando
Os
sentimentos que possa ter são uma dádiva que não posso ignorar.
Essas
como que "molas" interiores
que a propósito do que for como que disparam levando-me a considerar melhor o
que se apresenta.
O
sentimento é muito mais abrangente que o que sou levado a avaliar simplistícamente... uma moção
interior que de alguma forma me constrange e condiciona.
De
facto, o sentimento, é um atributo exclusivo do ser humano que, por o possuir é
levado a caminhos que talvez, não sejam assim tão evidentes numa primeira
visão.
Sentimento
é sentir no âmago do meu ser que o que faço, digo ou, de alguma forma
manifesto, não é algo que surge súbitamente sem uma razão qualquer; é, antes,
um como que frémito íntimo que leva a acrescentar à nua e crua realidade o doce
sentir do coração, da alma, ou seja o efeito natural de uma causa evidente: sou
um ser humano.
Os
sentimentos têm forçosamente que ser controlados e nunca, absolutamente, serem
o motivo, a causa, da minha acção.
Não
os desprezar, o que seria um tremendo erro, mas, avaliando-os serenamente
concluir se vale ou não a pena tê-los em conta.
Não
deixar que, de alguma forma, eles dominem o meu pensamento como que bloqueando
tudo o resto mas, considerando-os, fazer o possível para viver a realidade
presente.
O
que senti ontem já passou, o que importa é o que penso agora.
Fazer
o possível por ser objectivo, concreto.
Compreendo
que a minha idiossincrasia como que assenta numa base sentimental o que, em si
não é reprovável mas que, em qualquer caso, não pode ser dominante.
Que
os sentimentos interiores me guiem... parece‐me
aceitável, mas que me dominem... NÃO!
O
Criador atribuiu-me esta faculdade: ter sentimentos e, portanto o que devo
fazer, tenho a certeza, é aproveitá-los e usá-los para meu bem.
À
janela vejo alguém passar na Rua, não sei quem é, de onde vem, para onde vai,
mas... dentro de mim surge "um sentimento"... vou rezar um Pai-Nosso
por esta pessoa. Penso que é um bom sentimento.
Nesta
consideração poderia acrescentar que uma das melhores formas de "aplicar"
os sentimentos que possa ter é pensar nos outros... todos os outros.
Tal
deve levar-me como automaticamente a deixar de que o EU me domine e siga os
excelentes conselhos de São Tomás Moro na suas "Cartas do Cárcere".
O EU
é algo tão patético e irrealista que me
custa a admitir como sentimento que tenha, mas, a verdade... Quem é este EU?
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