Mês de Maio
MISTÉRIOS
DO EVANGELHO
Sétimo
Mistério
Jesus não faz acepção de pessoas
Fazer
como que uma escolha, considerar ou não alguém, segundo um qualquer critério
pessoal é um erro, uma falta - por vezes grave - que deve evitar-se.
Eu,
muitas vezes, elejo ou considero alguém, conforme esse alguém me é simpático ou
não. Claro que nem penso que posso “sofrer” o mesmo por parte de outros e,
nesse caso, se o pensasse, não ficaria triste, desiludido, talvez magoado? E,
tenho de concluir que teria razão. Todos somos filhos de Deus que nos criou. Todos,
sem excepção, somos irmãos de Jesus Cristo que deu a Sua Vida na Cruz por todos
mesmo aqueles que nem sequer O conhecem ou não acreditam n’Ele. Portanto, o que
nos diferencia uns dos outros? Não a cor da pele, a estatura, a idiossincrasia
pessoal. Apenas e só o que fazemos, as nossas obras mesmo as privadas que
ninguém conhece.
Jesus
Cristo deu-nos exemplos que temos de ter em conta quando lemos no Evangelho que
falava com todos, respondia a todos - mesmo quando as perguntas ou argumentos
não eram nem sérios nem honestos - aceitava convites para visitar, tomar uma
refeição, conviver um pouco com quem quer que fosse.
«Estando
Jesus em Betânia, em casa de Simão o leproso…» (Mc XIV, 3); «Tendo entrado, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para
comer uma refeição…» (Mc XIV, 1); «(…) Porque comeis e bebeis com os publicanos
e os pecadores?» (Lc II, 27-32)
Também
no Evangelho consta que só uma única vez permaneceu em silêncio sem dar nem
resposta nem manter diálogo: tal aconteceu quando na presença de Herodes. «Durante
o simulacro do processo, o Senhor cala-se. Jesus autem tacebat (Mt XXIV,33).
Com Herodes, volúvel e impuro, nem uma palavra (…).» «Concedei a todos a mais
absoluta confiança; sede muito nobres. Para mim, vale mais a palavra de um
cristão, de um homem leal - fio-me inteiramente de cada um - do que a
assinatura autêntica de cem notários unânimes, apesar de me terem talvez
enganado nalguma ocasião por seguir este critério. Prefiro expor-me a que um
irresponsável abuse desta confiança, a retirar a quem quer que seja o crédito
que merece como pessoa e como filho de Deus. Garanto-vos que nunca me senti
defraudado com os resultados desta atitude.» (S.
Josemaria, Amigos de Deus 159)
Finalizo
com um propósito e um pedido:
Propósito:
Não me deixar guiar pelos meus critérios na avaliação dos outros. Não tenho nem
o direito nem ganho nada em fazê-lo. Para mim, todos me devem merecer respeito
e consideração.
Pedido:
Ajuda-me, Senhor, a cumprir o que acima me proponho. Que tenha sempre presente
o Teu exemplo na consideração e respeito que demonstraste – sempre – por todos
os que se cruzavam contigo nos caminhos da Palestina. Que compreenda e actue
como Tu nas relações com os demais não fazendo acepção de pessoas seja pelo que
for. Senhor ajuda-me a pensar nos outros. Os que conheço, de quem sou amigo ou
familiar e aqueles que me são desconhecidos. Todos são Teus filhos como eu,
logo, todos são meus irmãos. Se somos irmãos, somos também herdeiros, convém
portanto que me preocupe com aqueles que vão partilhar a herança comigo.
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