DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
No
primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao
sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão
Pedro e com o outro discípulo que Jesus amava e disse-lhes: «Levaram o Senhor
do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e
foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo
antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao
sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto,
chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras
no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as
ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara
primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a
Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
Meditação:
A
Ressurreição de Jesus Cristo é a vitória
do bem contra o mal, acabou definitivamente o poder descricionário que o
demónio tinha sobre a humanidade, o seu poder ficou limitado à vontade de cada
ser humano em aceitar ou não o que lhes sugere que façam.
Mas
não só, com a Sua Ressurreição Jesus Cristo veio oferecer aos homens os meios
suficientes para vencerem as tentações e ultrapassarem as dificuldades
inerentes ás suas fraquezas pessoais.
De
facto Ele redimiu-nos para sempre e concedeu-nos o "estatuto" de filhos
de Deus.
O
Mandamento do Amor é a "instrução fundamental" para o conseguir.
Só o
amor pode salvar a vida terrena e garantir assim a Vida Eterna. (AMA,
2022)
Em
Toda a nossa vida presente deve transcorrer no louvor de Deus, porque louvar a
Deus será também a alegria eterna de nossa vida futura. Ora, ninguém pode
tornar-se apto para a vida futura se, desde já, não se prepara para ela. Agora
louvamos a Deus, mas também rogamos a Deus. O nosso louvor está cheio de
alegrias, e nossa oração, de gemidos. Foi-nos prometido algo que ainda não
possuímos; porém, por ser feliz quem o prometeu, alegramo-nos na esperança;
mas, como ainda não estamos na posse da promessa, gememos de ansiedade. É bom
perseverarmos no desejo, até que a promessa se realize; então acabará o gemido
e permanecerá somente o louvor.
Assim
podemos considerar duas fases da nossa existência: a primeira, que acontece
agora em meio às tentações e dificuldades da vida presente; e a segunda, que
virá depois na segurança e alegria eterna. Por isso, foram instituídas para nós
duas celebrações: a do tempo antes da Páscoa e a do tempo depois da Páscoa.
O
tempo antes da Páscoa representa as tribulações que passamos nesta vida. O que
celebramos agora, depois da Páscoa, significa a felicidade que alcançamos na
vida futura.
Portanto,
antes da Páscoa celebramos o que estamos vivendo; depois da Páscoa celebramos e
significamos o que ainda não possuímos. Eis porque passamos o primeiro tempo em
jejuns e orações; no segundo, porém, que estamos celebrando, deixando os
jejuns, nos dedicamos ao louvor de Deus. É este o significado do Aleluia que
cantamos.
Em
Cristo, nossa cabeça, ambos os tempos foram figurados e manifestados. A paixão
do Senhor mostra-nos as dificuldades da vida presente, em que é preciso
trabalhar, sofrer e por fim morrer. A ressurreição e glorificação do Senhor nos
revelam a vida que um dia nos será dada.
Agora,
pois, irmãos, vos exortamos a louvar a Deus. É isto o que todos nós exprimimos
mutuamente quando cantamos: Aleluia. Louvai o Senhor, dizemos nós uns aos
outros. E assim todos põem em prática aquilo que se exortam mutuamente. Mas
louvai-o com todas as vossas forças, isto é, louvai a Deus não só com a língua
e a voz, mas também com a vossa consciência, vossa vida, vossas acções.
Na
verdade, louvamos a Deus agora que nos encontramos reunidos na igreja. Mas logo
ao voltarmos para casa, parece que deixamos de louvar a Deus. Não deixes de
viver santamente e louvarás sempre a Deus. Deixas de louvá-lo quando te afastas
da justiça e do que lhe agrada. Mas, se nunca te desviares do bom caminho,
ainda que tua língua se cale, tua vida clamará; e o ouvido de Deus estará perto
do teu coração. Porque assim como nossos ouvidos escutam as nossas palavras,
assim os ouvidos de Deus escutam os nossos pensamentos. (Santo
Agostinho, Comentários sobre os salmos)
“Não
me transformarás Tu em Ti; serei eu que Te transformarei em mim”. (Santo
Agostinho, Confissões», 7, 10).
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