(Re Lc
XV, 1-3.11-32)
Esta
passagem do Evangelho segundo São Lucas, conhecida como a “Parábola do Filho
Pródigo” é, para mim, das mais belas e que mais me “marcam”.
Em
primeiro lugar considero que o filho mais novo faz um pedido ao pai
absolutamente impróprio: dar-lhe a sua parte da herança.
A
herança só é devida depois da morte de quem se herda porque só então se
conhecerá o que é, não é, portanto, justo pedi-la sem que tal se tenha
verificado.
Se o
fizer, o pai tem de fazer igual pelos outros herdeiros dando quanto possui,
ficando sem nada absolutamente dependente da generosidade e assistência dos que
receberam a herança.
Mas
estas considerações não devem desviar-me do propósito de meditar o porquê da
Sagrada Liturgia escolher este texto para este Domingo da Quaresma.
Este
Domingo é conhecido por Laetare, Alegria e, o Evangelho é exactamente
a expressão da Alegria mais profunda e extraordinária: a alegria de um Pai que vê
regressar ao lar paterno o filho que julgava perdido.
Também
eu quero ser um filho pródigo sempre que, pelas minhas faltas, pecados,
fraquezas e misérias pessoais me afasto da casa do Meu Pai do Céu.
Pródigo
porque regresso humilhado e contrito.
Pródigo
porque me lanço a Teus pés implorando misericórdia.
Pródigo
porque não tenho onde me acolher senão na 'casa' de onde nunca devia ter saído.
Pródigo
porque me converto e me reconheço naquilo que sou: um 'filho' em viajem
permanente a caminho da casa do Pai.
Sei
muito bem que a alegria que sentes cada vez que regresso Te faz esquecer todas
as minhas culpas.
Reflectindo
na Quaresma
A
Santa Missa
Já
foste à Missa hoje, houve-se perguntar, às vezes, aos Domingos.
Claro
que, a intenção subjacente na pergunta é muito específica. Como quem dissesse
‘Já cumpriste a tua obrigação de Cristão?”
Cumprir
uma obrigação? Está bem, pelo menos… isso!
Mas
fazer o que seja por obrigação, porque “tem de ser” tem um mérito muito
relativo.
O
mérito reside no desejo de dar exemplo, de vencer a vontade de fazer outra
coisa…
Mas…quem
faz o que deve não terá mérito?
Claro
que tem, mas, terá um mérito incomensuravelmente maior se o fizer por convicção
e amor, sobretudo amor.
O
amor tempera os actos e as intenções, qualifica as obras, o que se faz.
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