13/01/2022

Publicações em Janeiro 13



O que eu quero e o que eu necessito. Nem sempre coincidem estas duas: O que eu quero e o que necessito. A dificuldade reside, quase sempre, na moderação e no critério, ou seja, a moderação da vontade de ter e a avaliação do que realmente me faz falta. Aparentemente o que não tenho provoca uma vontade, um desejo de possuir e se não me detenho a pensar se isso me é absolutamente necessário, indispensável para um fim que me proponho, caio com facilidade num mero desejo de posse sem um motivo sério, concreto, razoável. Neste caso, não parece muito apropriado endereçar a Deus esse desejo, essa vontade de ter. Sintética, mas plenamente o Pai-Nosso resolve a questão: peço como o Senhor ensinou aquilo que preciso. Mas, sendo assim, considerarei que o “resto” é supérfluo, desnecessário, não deve englobar o pedido? Não me parece que seja exactamente assim porque o que agora parece a “a mais” pode noutra circunstância não o ser e embora deva viver o dia-a-dia preparando o futuro não cabe este tipo de “previsões” quando se tem confiança absoluta que Deus é hoje e sempre um Pai atento às reais necessidades dos Seus filhos. Estar na escuridão é um prenúncio de morte: «O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz, e a luz amanheceu aos que jaziam na zona caliginosa da morte.» Morte, dizia, que equivale a condenação, porque quem está na escuridão exclui-se a si mesmo da possibilidade de salvação, que é o fim que verdadeiramente se deve procurar. «É esta a causa da condenação: veio a Luz ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a Luz, pois eram más as suas obras.» Para abandonar as trevas e andar com a segurança que dá a claridade, é fundamental caminhar com Jesus Cristo, passo a passo, todos os momentos do dia. «Andai enquanto tendes luz para que as trevas não vos dominem. Quem anda nas trevas não sabe para onde vai». Aos poucos, como os dois de Emaús, vamos ouvindo o que nos diz e compreendendo melhor o nosso papel na vida, na sociedade. A caminho de Emaús, (…) aqueles discípulos estão tristes. Mais que tristes: estão desanimados e desiludidos. Tinham andado, talvez longo tempo, com o Mestre, escutado os Seus discursos, presenciado os Seus milagres. Ainda há três dias, quando da entrada triunfal em Jerusalém, tinham gritado a plenos pulmões: Hossana Filho de David!... e agora... agora…, era a dura realidade: O Senhor morto e sepultado, os Apóstolos escondidos, toda a gente desorientada sem saber o que fazer. E era isto que diziam um ao outro, queixando-se, lamentando talvez, tanto tempo e tantas ilusões perdidas. Na sua confusão, nem sabiam bem o que pensar: Teriam sido enganados por um visionário que morrera vítima do seu próprio sonho? Como é que Jesus, que tinha poderes tão extraordinários que Lhe permitiam ressuscitar mortos, curar enfermos, dar vista aos cegos e, ainda, com uns poucos de pães e alguns peixes, saciar a fome a milhares de pessoas, ficara assim, de repente, inerme, nas mãos dos Seus inimigos? (…) Tudo isto, em turbilhão, calculamos bem, nas suas cabeças e também nos seus corações. Estavam confusos, tristes, desiludidos.   Tal como nós, muitas vezes, em ocasiões tão diversas como, numa doença que faz sofrer, numa provação dura de aguentar, enfim... aquilo a que chamamos tragédias; ficamos também a pensar connosco mesmos: ‘E Deus? Onde está? Porque permite isto?’   Tal como a caminho de Emaús, podemos dar-nos conta que, a nosso lado, segue alguém que espera uma oportunidade para se "meter" connosco, para se introduzir na nossa vida, ajudando-nos a avaliar a dificuldade que enfrentamos, explicando-nos as razões e os motivos de tudo quanto nos acontece. Umas vezes, entendemos perfeitamente o que nos quer dizer, outras, talvez muitas, infelizmente, nem sequer O ouvimos. Ele é o Cristo que passa... que passa na vida de cada homem, várias vezes e de tão variadas formas. Está ansioso por ser ouvido por nós, deseja que O convidemos a entrar na nossa alma. Também nós devemos dizer-Lhe com frequência: «Senhor cai o dia, não tarda a noite, fica connosco!». Sim, muitas vezes cai o dia da nossa esperança, o dia da nossa fé; sentimo-nos desconsolados:

Aquilo que esperávamos com tanta confiança, não aconteceu; aquele amigo que estimávamos, desprezou-nos; o ente querido que tanta falta nos faz, está morrendo; esta dificuldade, que se avoluma cada dia que passa, cujo peso está ficando impossível suportar. Outras vezes sentimos que é a noite que não tarda, a noite da nossa confusão, do nosso desânimo, da nossa frustração. Parece que tudo se desmorona à nossa volta, que os outros é que têm razão, que o mal triunfa e o pecado compensa, que da prática do bem e do esforço por ser melhores só nos advêm problemas, angústias e dificuldades. E então, temos de dizer-lhe: Fica connosco Senhor, as Tuas palavras tão cheias de sabedoria abrem novos horizontes à nossa frente, vemos as coisas com outra luz, a Tua presença conforta-nos e fortalece-nos e ajuda-nos a vencer o medo. Depois, tal como no Evangelho, os nossos olhos hão-de abrir-se e reconheceremos Jesus, junto de nós, onde sempre esteve. Sossegados então, com a alma em paz, com as certezas todas claríssimas no nosso espírito, sabendo muito bem que o que acreditamos é verdadeiro, é belo e nos salva, prontamente, como aqueles dois de Emaús, voltamos à estrada ao encontro dos outros para lhes dar notícias importantes e que não podem esperar: Que O Senhor ressuscitou, pelo Seu próprio poder, porque é Deus Todo-Poderoso; que, não obstante ter ido para os Céus, ficará connosco, para sempre, até ao final dos tempos. Destes dois homens de Emaús, só sabemos que eram discípulos de Cristo. Quem sabe, talvez fossem dos setenta e dois enviados pelo Mestre em pregação pela Palestina; é possível que tivessem feito milagres, coisas extraordinárias, as suas palavras e os seus actos teriam convertido muitos e, no entanto, tudo isso agora era posto em causa.

 

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