Um
dia a caminhada deteve-se de súbito: alguém trazia a Jesus uma mensagem
urgente. Nem mais a notícia que o Seu amigo Lázaro tinha morrido!
Lázaro
era um homem rico e muito respeitado por todos. Vivia com duas irmãs, Marta e
Maria, numa bela propriedade constantemente cheia de visitas, amigos,
admiradores. A sua mesa farta estava sempre disposta a acolher mais alguém.
Jesus
apreciava muito a sua companhia e era sua visita assídua. Conviviam como bons
amigos conversando sobre o que fosse. Em particular, muitas vezes Se detinha a
conversar com as duas Irmãs e, embora Marta andasse sempre atarefada
organizando e provendo o necessário ao acolhimento das visitas, Maria ficava,
amiúde, sentada aos pés de Jesus ouvindo quanto dizia. Parecia que
"bebia" sofregamente as Suas palavras.
Lembro-me
que, um dia, Marta com a franqueza que a caracterizava Lhe perguntou:
"Senhor... não Te importa que a minha irmã não venha ajudar-me no muito
que há para fazer"!? Jesus respondeu-lhe com afecto «Marta... Marta...
Maria escolheu a melhor parte que não lhe será tirada».
Levei
bastante tempo a pensar nesta "peculiar" resposta de Jesus mas,
acabei por entender que o mais importante para a nossa vida cristã é escutar o
que Jesus, a cada momento nos diz. Escutando-O saberemos sempre o que devemos
fazer.
Após
a notícia Jesus ficou uns momentos como que pensativo e, depois prosseguiu o
Seu discurso que, confesso, não me lembro sobre que era.
Estranhei...
então um amigo entranhável como Lázaro morre e Jesus não vai a correr ter com
aquela família tão íntima?
Nisto
se passaram, mais ou menos, três dias, findos os quais Jesus disse que ia a
casa de Lázaro.
Adianto-me
para referir que, hoje, compreendo bem esta postura de Jesus. Queria que quem o
observava com olhar crítico e malévolo não tivesse a mais ínfima razão para
aduzir um "truque", uma estratégia destinada a enganar.Sim, poderiam
argumentar que se tratava de um fingimento como, por exemplo, Lázaro não tinha
morrido e tudo não passava de uma encenação para iludir o povo.
Passados
três dias de sepulcro não seria possível aos detractores aduzir essa suposta
"estratégia", e, o que aconteceu todos sabemos: Chegado ao local
Jesus mandou retirar a pedra que selava o túmulo e bradou com voz forte: «Lázaro
sai para fora!», e o morto apareceu á porta do sepulcro.
Na
altura, dada a agitação envolvente, não reparei que tinha acabado de presenciar
dois milagres.
Um a
ressurreição própriamente dita, o outro a sua aparição à entrada do túmulo.
O
costume da época era sepultar os mortos envolvendo-os em numerosas camadas de
tiras de pano, como que enfaixando-os como múmias.
Como,
mesmo ressuscitado Lázaro pôde mover-se para a porta do túmulo?
Estas
considerações levam-me a pensar que os milagres que Jesus opera não se resumem
ao que os nossos olhos vêem mas vão muito além. Por isso mesmo os chamamos
"milagres" porque não podemos compreender nem encontrar base de
explicação lógica ou científica.
O
Santuário de Fátima guarda registo de muitos acontecimentos extraordinários -
comummente chamados milagres - que ao longo dos tempos vão ocorrendo naquele
local sagrado. Estes registos podem ser consultados e têm-no sido por muitos;mas,
não há registos, nem poderia haver, dos muitos outros milhares de milagres
operados nos que ali vão.
Cada
um saberá como a sua prece foi atendida, a sua vida encontrou um novo rumo, a
sua Fé se consolidou.
Mas,
voltando a Lázaro, os enimigos de Jesus não poderam mais que constatar o
milagre mas, não podiam aceitá-lo, portanto decidiram destruir a prova
decretando a morte de Lázaro.
Mais
que "estúpida" posição é constatar até onde pode chegar a cegueira
intelectual de alguns que, acabadas as falsas razões e argumentos optam por
destruir as provas dos factos. Isto é algo mais ou menos imaginário? Penso que
não. Através dos tempos sempre assim aconteceu e, hoje em dia, continua a
acontecer. Sem provas não há inquirição que se sustente, é o que alguns pensam
e tentam, custe o que possa custar, ocultar, fazer com que desapareceçam as
provas.
Mais
tarde ou mais cedo tudo se virá a saber por mais fundo que possa estar escondido.
Quando, inevitavelmente, isso acontecer, podem os "autores" estar
vivos ou terem morrido há muitos anos, mas os herdeiros do seu nome terão de
carregar esse labéu para sempre.
Que
herança deixo eu?
Este
deverá ser um motivo de reflexão para um cristão.
Entenda-se...
herança no sentido do exemplo de como vivi a minha vida em concreto.
A
herança que a mim, como cristão me deve interessar deixar, tem de ser a memória
de uma vida digna, coerente, sem desvios.
Claro
que, para tal, não me basta a minha débil vontade sempre errática na
consideração do que melhor me pode convir em cada circunstância, mas o auxílio
inestimável daquele que o meu Criador pôs a meu lado para me ajudar e inspirar
a fazer o que for. Confio absolutamente nele porque tenho a certeza que quanto
me inspira é para meu bem. Invoco-o constantemente, seja nas coisas grandes, de
relevo, ou das mais "corriqueiras" porque estou absolutamente certo
que tudo quanto faço importa para a minha salvação.
Talvez
que alguns pensem que se trata de um "exagero", mas eu não me importo
nada com tal, prefiro exagerar que ficar-me aquém.
Ele,
o Anjo da Minha Guarda, não se importa nada que eu, como dizer... exagere nos
meus pedidos, bem ao contrário, tenho a certeza, ficará agradado por ter
ocasião para cumprir a missão que Deus lhe deu.
O
Anjo da Guarda que Deus "atribui" a qualquer ser humano tem uma
missão específica e muito clara: guiar, aconselhar, inspirar aquele que o
Senhor lhe atribuiu.
Sim,
qualquer ser humano, um santo ou um facínora da pior espécie, cada um tem
"atribuido" um Anjo da Guarda. Nem posso imaginar a
"frustração" e dor que um destes Excelentes Seres Celestes pode
sentir quando aquele que lhe foi "atribuido" nem sequer saiba da sua
existência ou, muito menos, quando sabendo procede como se não soubesse.
Sumamente
útil desde que nascemos o Anjo da Guarda sê-lo-á ainda mais no momento de
prestarmos contas da nossa vida. Encarregar-se-á de ir advogando em nosso favor
"enfatizando" o que fizemos de bom e tirando relevo ao que não o foi
tanto.
Ocorre-me
perguntar: quem, em seu perfeito juízo pode dispensar um "advogado"
destes?
"Santo
Anjo do Senhor, meu zelozo guardador, pois que a ti me confiou a Piedade
Divina, para sempre me protege, guarda e ilumina". Esta a invocação que em
criança aprendi da minha Querida Mãe, esta a oração que diariamente continuo
persistentemente a fazer.
…
Reflectindo
Mas,
se não creio em Deus então não posso amar?
A
questão parece ter alguma lógica ou, pelo menos, razão de ser.
Pode
dizer-se que há, pelo menos, duas "espécies" de amor?
Não,
o amor é só um.
Possivelmente,
pode confundir-se amar com gostar, ter afeição por alguém.
Mas,
aí, a diferença é abismal.
Por
exemplo, já não será descabido afirmar que se gosta de algo ou tenho afeição
por um animal.
Como
antes disse, ter afeição por uma determinada pessoa não significa
necessariamente que a amo.
Mas
há mais diferenças. Por exemplo, posso gostar mais ou menos, ter uma afeição
mais forte ou intensa por uma pessoa que por outra.
Com
o amor não é assim.
Não
se ama condicionalmente, nem mais nem de menos. Ou se ama ou não.
Bom,
mas, nesse caso, quando cessa o contacto com a pessoa amada que a morte levou,
acaba também o amor?
Não!
Porque
esse contacto permanece, não fisicamente, mas, espiritualmente, logo, o amor
continua talvez - até - mais íntimo ou, melhor dizendo, mais profundo porque
iluminado pela luz da fé que nos faz acreditar sem qualquer sombra de dúvida na
Comunhão dos Santos.
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