Estava
ali assistindo a mais uma das intervenções de Jesus.
Aquela
pareceu-me muito "especial", na minha forma de dizer e, por isso
prestei particular atenção decidido a não perder palavra do que fosse dito.
Jesus
dizia a Simão, um judeu proeminente na sociedade que O tinha convidado para uma
refeição em sua casa: "Quando cheguei não me deste o ósculo, água para
lavar os pés, não me ungiste com óleo".
E,
Simão ficou calado, como que sem palavras para responder.
Eu
pensei que talvez Simão não tivesse convidado Jesus para O honrar, distinguir
mas, talvez, para mostrar aos convivas quem era Aquele Jesus de Quem todos
falavam.
Desdenhou
as "normas" respeitantes a um convidado, talvez, pensando que, dada a
sua posição social conviria não se "comprometer" mas tratá-Lo como um
qualquer dos que frequentemente convidava.
Eu,
que tenho a graça de saber muito mais que Simão, não posso deixar de lamentar
que tenha perdido tão excelente oportunidade de ter recebido Tal Convidado!
Não
pude deixar de reparar que Jesus reagiu de forma absolutamente clara a esta
falta de atenção.
Compreendo
que os convites que façamos a outras pessoas para algum tipo de convivência têm
que ser sinceros, isto é, têm de partir do coração e não de uma secreta vontade,
ou curiosidade, de mostrar a outros que não queremos como que "ficar
atrás" de muitos outros que manifestam interesse em conviver com
"alguém de quem se fala".
Aqui
reside a verdadeira honestidade pessoal: Fazer o que for porque queremos e
pensamos que será um bem e não para como que para "cumprir" algo que
talvez seja conveniente ou de nosso interesse. Não deve, portanto, de uma
"conveniência" mas uma decisão devidamente ponderada.
Mas...
isso não será imitar outros?
Talvez...
mas imitar outros no que fazem de bem considerando o que de alguma forma
obtiveram com a sua acção será, seguramente, algo bom e recomendável.
Tal
como outros observam e avaliam o que fazemos ou manifestamos, também eu o devo
fazer, não com espírito crítico mas com o desejo de descobrir o que de bom
possa existir.
O
exemplo é algo muito sério e que merece constante avaliação. Bem poderei falar
muito bem, escrever ainda melhor mas isso de pouco valerá se o que faço
não estiver de acordo.
Primeiro
fazer... depois dizer! Esta deve ser como uma "máxima" que deve estar
sempre presente.
O
dever de um cristão é anunciar a VERDADE, que É a Palavra de Deus, mas, também
denunciar a mentira ou falsidade sobre a mesma. Daí que, não seja possível
fazê-lo sem conhecer com profundidade a Palavra de Deus e, para tal, não há
outra via que ler e meditar com frequência diária o Evangelho.
Muitos
retiram do Evangelho palavras ou frases fora do contexto para com esta hábil
perversão levarem outros, mais incautos, débeis ou ignorantes, por falsos
caminhos. Estas pobres pessoas cheias de problemas pessoais e numa infrene
procura de soluções estão muito permeáveis a promessas de soluções fáceis de
conseguir. Deixam-se ir nas "pregações", convencer por
"milagres" habilmente engendrados... enfim... toda a sorte de "truques"
com que os inimigos da Fé usam para conseguir os seus objectivos.
O
Cristão, para arrastar outros para o Caminho, a Verdade e a Vida que É Jesus
Cristo, não precisa nem de milagres nem de truques mas de simplesmente
convencer pelo exemplo da sua conduta pessoal.
Na
monotonia da tarde, o dia prestes a findar, estávamos envolvidos nos nossos
mantos e capas, tentando encontrar repouso para recuperar um pouco da dureza da
jornada.
Perdi
a conta das pessoas que nos seguiram, das que a cada instante, pediam a Jesus
que Se detivesse um pouco, Lhe faziam perguntas e pedidos de toda a ordem. Parecia-me
que, a maior parte, não tinha um pedido concreto a fazer mas talvez
tentar obter uma resposta a questões e dúvidas que os assaltavam. Isto demorava
imenso tempo mas, Jesus nem por isso deixava ninguém sem resposta.
Muitas
vezes, a Sua resposta era um exemplo, uma parábola.
"Um
homem tinha dois filhos", esta uma das respostas, das Parábolas que Lhe
ouvi. Algo extraordinário, tanto... que ficou conhecida para sempre como a
"Parábola do Filho Pródigo"!
Ficámos
todos e eu, claro, abismados! Era tão real, verdadeira e concludente que me
apercebi imediatamente que ficaria guardada para sempre nos escaninhos da
História da raça humana.
Filho
Pródigo!
Quem
não sabe o que é?
Quem
nunca ouviu falar?
Mas,
detenho-me a pensar que, talvez haja quem não conheça, nunca tenha ouvido falar
e, penso, que a minha obrigação é dá-la a conhecer sem reservas nem
"escolhidos" mas a todos com quantos me cruze nos caminhos desta
vida.
Hoje
assisti a algo extraordinário!
Estava
no Templo porque era Sábado quando saindo do lugar onde Se encontrava Jesus
dirigiu-Se a uma mulher que caminhava pela coxia com evidente dificuldade.
Estava completamente encurvada, no rosto traços visíveis de sofrimento.
Jesus
disse-lhe simplesmente que se endireitasse. Foi o que aconteceu!
As
manifestações de júbilo e graças mal abafavam os protestos de alguns fariseus
presentes indignados. Uma cura feita num Sábado! E diziam, mais ou menos, que
para curar alguém haveria de escolher outro dos seis dias da semana, nunca um
Sábado.
Fiquei
a pensar neste "retorcimento" da verdade: implicitamente reconhecem o
poder de Jesus mas não querem que o exerça ao Sábado!
Como
é possível tal teimosia endurecida e sem qualquer razão.
Sei
perfeitamente que Jesus pode fazer o que quiser quando e como quiser e, por
isso, do fundo do meu coração Lhe peço: Quando e como quiseres, Senhor, cura-me
dos meus males.
Reflectindo
O exame pessoal
poderá ser prejudicial?
Esta estranha
pergunta tem uma razão que é a seguinte:Quase sempre, ao examinar-me, faço-o
sob uma perspectiva algo derrotista. Dedico a minha atenção aos meus defeitos,
debilidades e faltas de carácter, esquecendo as virtudes ou, até méritos que
possa ter, melhor... que tenho. E considerar o que, por assim dizer, o que
tenho de bom tem de fazer parte do exame quando não este não fica completo. Se
não avaliar o que tenho de bom como poderei melhorar neste ou naquele ponto?
Um "guia
seguro" para me ajudar é São Tomás Moro que aconselha a
"desfocar" o EU com os defeitos e debilidades e a considerar, antes,
o que possuo de positivo. Em primeiro lugar a ALEGRIA! Ninguém conseguirá ser
desapaixonado e livre de amarras ao negativismo se não tiver em si ALEGRIA. A ALEGRIA
evita e remove os pensamentos negativos porque traz consigo uma atitude
eminentemente positiva.
Por exemplo:
considero que a minha reacção ao que for não foi a mais correcta; sim, é verdade...
e depois? Porque é que isso tem de massacrar-me? Acaso sou perfeito? Sim...
quero, desejo sê-lo até para observar o mandato de Jesus Cristo: "sede
perfeitos como o vosso Pai do Céu é Perfeito". Mas, por outro lado tenho
presente que Ele também disse..."perfeito É só Deus". Então Jesus
Cristo admite a possibilidade de eu ser como Deus? Sim, é verdade porque também
nos assegurou que... "a Deus tudo é possível". Donde concluo que me
convirá sobremaneira pedir a Deus que me faça perfeito. Se acredito realmente
que o meu Criador e Senhor é a JUSTIÇA então Ele saberá se a minha petição é
justa. Será uma ousadia pedir tal? Não! Um Pai ouve os pedidos do seu filho e
decide atendê-los ou não conforme julgue ser conveniente.
Quanto mais o meu
Pai do Céu não procerá assim!
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