Oração
Monstra te esse
matrem! Sim, mostra que és Mãe, minha Mãe. Como, apesar de tudo
quanto não sou e deveria ser, tu és minha Mãe e me queres, e me proteges, e
desejas a minha felicidade aqui na terra e, depois, no Céu. Monstra te esse
matrem! Ajuda-me também a mostrar-me como teu filho, a comportar-me, a
conduzir a minha vida como teu filho, e, sobretudo: Recordare Virgo Mater
Dei, dum steteris in conspectu Domini et loquaris pro me bona. Ámen
CONSIDERAÇÕES
Reflectir é, em princípio, algo bom.
Fazer o que for levado por ímpeto incontrolado,
raramente pode ser útil
Daí que voltar atrás revendo o que se
fez dá-nos uma possibilidade de correcção no sentido de evitar repetir o erro.
MEDITAÇÃO
Santíssima
Virgem
Seguir
Jesus
Mas
sigo Jesus como? Parece que a resposta está latente no meu coração. Sigo-O cada
vez que me lembro d'Ele o que acontece amiúde durante o dia. Exagero? Não! Mas
penso - e desejo ardentemente - que seja permanente, visceral, com todo o
empenho e entrega de todo o meu coração. Sei muito bem que tal só é possível
com amor. Mas Tu, meu Deus, não sabes que Te amo? Então... aumenta o meu AMOR
POR TI que eu, não consigo, mas Tu podes TUDO!
Segue-me!
Estava
ali, sentado naquela cadeira de café. Não é meu hábito mas, naquela tarde,
estava um pouco cansado de uma caminhada pelas ruas da cidade e apeteceu-me
descansar um pouco. Ouvi distintamente alguém que dizia:- Tu segue-me! Que
estranho! Uma frase que eu conheço perfeitamente e sobre a qual medito
bastante: Refiro-me ao “chamamento típico” de Jesus Cristo que os Evangelistas
referem por várias vezes. Fez-me confusão, confesso. Estarei a ouvir “coisas”?
Estou tontinho? Olhei em volta e as sete ou oito pessoas que estavam por ali
sentadas continuaram a conversar normalmente. Enfim… gente comum, uns três ou
quatro homens, duas senhoras e três jovens “agarrados” aos telemóveis. Pois…
não podia ser… Mas, de facto, tornei a ouvir talvez com um acento de
insistência: - Tu segue-me! Bom… desta vez a coisa pareceu-me séria e tive de
fazer um esforço para não me levantar imediatamente persignando-me. Mas, sou
teimoso, muito teimoso, e nada dado nem a “visões” nem a “audições” estranhas
como vindas “do Além” por isso resolvi “entrar no jogo” e perguntei em
silêncio: - Senhor… estás a falar comigo? E ouvi:- Claro que estou a falar
contigo. Vem e segue-me! Fiquei estarrecido! O Senhor estava a falar comigo,
sentado a uma mesa de café, numa rua qualquer da cidade onde vivo. O esforço
agora, para me comportar sem dar nas vistas, era tentar reter a torrente
lágrimas que sentia impetuosa a vir-me aos olhos. Deixei de ouvir os ruídos das
conversas à minha volta, os barulhos do bulício normal de uma rua de cidade,
dos automóveis, nada. Como se uma espécie de “bolha” invisível me tivesse
encerrado isolando-me do mundo exterior. Pensei:‘O que faço agora?’Ali perto há
uma Igreja aberta ao público. Quase como um “zombie” levantei-me e fui até lá.O
Templo estava deserto pelo que me senti muito à vontade e comecei num monólogo
íntimo, mas aceso e confiante:‘Pronto, Senhor, não sabia onde ir, ou antes,
onde querias que fosse para seguir-Te por isso vim aqui. Desculpa a minha
ousadia e a minha pouca fé mas, se há mais alguma coisa…’ E não acabei porque
Ele, - tive então a certeza absoluta que era Ele – disse-me:- ‘Fizeste
exactamente o que Eu queria. Sabes: estou aqui neste Sacrário há mais de quatro
horas e não aparece ninguém para Me fazer um pouco de companhia, ou, sequer,
para Me cumprimentar! Que bom! Agora estás aqui e podemos passar uns bons
momentos juntos.’ Para mim já não havia quaisquer “barreiras” ou impedimentos
de falsa vergonha e por isso comecei a falar como se de repente tivesse aberto
as portas do meu coração, da minha alma, e deixasse vir cá para fora quanto
guardava cioso da minha Fé e do meu Amor. Sentia-me tão contente e feliz por
ter merecido – sem merecimento – o convite do Senhor que nem sei quanto tempo
ali estive, nem o que Lhe disse ou contei. Nunca me interrompeu e eu fui
falando, falando ininterruptamente até que uma senhora com alguma idade entrou
na Igreja. Nessa altura disse-me: - Pronto! Gostei do nosso convívio, podes
ir-te embora. - Ah! E obrigado por Me teres seguido! O convite de Jesus Cristo a segui-Lo é
muito simples e pragmático.
«Segue-Me!»
Posso imaginar o tom, a inflexão das Suas
palavras: Não são “imperiosas” nem “formais”. São simples e concretas e não
admitem interpretações. O tom é normal e corrente. É, de facto um convite mas,
parece uma ordem. Dirige-se sempre a alguém especialmente e não é nem
multitudinário nem abrangente. Realmente as pessoas - multidões, lê-se nos
Evangelhos - acompanham Jesus mas tal não quer dizer que O sigam. Seguir alguém
é acompanhar – permanentemente – essa pessoa, escutando o que diz, vendo o que
faz e como faz, no fim e ao cabo ter essa pessoa como guia e mestre. Não consta
nos Evangelhos que alguém não tenha aceitado o convite a não ser, mas, neste
caso, o jovem que desejava ser perfeito e, Jesus, ofereceu-lhe a solução e foi
esta que o jovem não quis aceitar. O Senhor escolhe quem muito bem entende e
fá-lo – sempre – com a esperança que a pessoa que convida aceite e, com
segui-Lo, deseje imitá-Lo e alcance a Salvação Eterna.Talvez que o caso mais
paradigmático que consta nos Evangelhos seja o convite endereçado a Mateus.
Jesus passa pelo seu lugar de trabalho: sentado no telónio de cobrador de
impostos. Olha-o nos olhos e diz as “famosas palavras”: «Segue-me.» A resposta foi
pronta e imediata: Mateus levantou-se e seguiu Jesus. A decisão de Mateus de
seguir Jesus sugere-me algumas “lições”. Uma primeira “lição”: Não pode
adiar-se para um momento qualquer num futuro sempre incerto, ou é – como disse
– pronta e imediata ou corre-se o risco de nunca acontecer. Uma segunda
“lição”: Não põe condições ou levanta obstáculos, impedimentos. (Mateus, por
exemplo, poderia demorar um pouco para terminar o que estava a fazer.) Uma
terceira “lição”: A exigência do desprendimento pessoal seja o que for:
importante ou de escasso valor, necessário ou não, com a confiada certeza que o
Senhor providenciará o que se mostrar útil. (Foi este desprendimento que faltou
ao “Jovem Rico”. Uma quarta “lição”: As “consequências” de seguir Jesus são
inimagináveis! Por exemplo, Mateus tornou-se um dos Doze Apóstolos e foi autor
de um dos Evangelhos.
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