Oração
Ano de acção de graças pela minha vocação. Trinta e
seis anos de entrega! Muito ou pouco tempo? Depende da perspectiva: Muito tempo
para corrigir e melhorar, pouco tempo porque me falta tanto para o conseguir.
CONSIDERAÇÕES
Dar largas à imaginação pode ser coisa
boa. Mantém o espírito ocupado. Mas, atenção: o controlo da imaginação é
fundamental; como dizia a Santa de Ávila "A imaginação é a louca da casa", daí que é mister manter
"as baias" estreitasbpara que não "voe" para onde não deve.
MEDITAÇÃO
Santíssima
Virgem
Dores e angústias
Agonia
de Jesus no horto
O meu Senhor retirou-se para rezar.
Procurou a solidão no silêncio do fim do dia. A Sua Humanidade sofria
intensamente com a visão dos tormentos que se aproximavam. Poderia Jesus ter
suportado a flagelação, as vergastadas, os espinhos cravando-se na Sua cabeça,
os pregos rasgando a carne, o horror do suplício da Cruz? Estou certo que sim.
Jesus era um homem perfeito e o sofrimento, por excessivo que fosse não deveria
atemorizá-Lo de forma tão absoluta. Outros sofreram também horrores,
sacrifícios inauditos de incrível crueldade. Julgo que o atroz sofrimento de
Jesus, no Horto das Oliveiras, nascia principalmente no Seu espírito, no Seu
coração. Ele tinha dado tudo quanto tinha para dar, oferecido todos os meios,
apontado todos os caminhos e, agora, iam fazer pouco, escarnecê-Lo, violentá-Lo
na Sua inteireza de homem bom e recto, iam negá-Lo como Filho de Deus, Deus
verdadeiro feito homem. Tudo isto, e muito mais, e não só nessa noite e no dia
seguinte, mas depois, em todas as noites e todos os dias até ao final dos
tempos. Milhões de homens e mulheres que O iriam negar, escarnecer, cuspir e
crucificar outra vez. Que peso, Senhor, que peso incrível seria o conhecimento
de tudo isto! Ah! Meu Jesus, se ainda se salvassem todos os homens! Se, apesar
de tudo, essas almas conhecessem a Vida Eterna no seio de Deus Pai, como tinhas
previsto e desejado desde o início dos tempos! Mas não, Jesus, o que mais Te
dói agora, neste fim de dia no Horto das Oliveiras é que tantos milhões de
homens e mulheres se percam eternamente. Dói-te tanto, Senhor, não pelo Teu
sacrifício ter sido inútil para esses, mas porque o Teu coração bondoso, a Tua
misericórdia infinita se entristecem mortalmente com esse fim trágico dos Teus
filhos. Não foi isso que quisesTe. Nunca desejas-Te outra coisa senão a eterna
felicidade de todos os homens, que todos, absolutamente todos, se salvassem e
pudessem estar conTigo, com o Pai, com o Espírito Santo, com a Tua Santíssima
Mãe, com a legião de Anjos e Santos, por toda a eternidade. Não tens, ali, a Tua
Mãe extremosa, para Te amparar e dar consolo. Nesta hora tão triste, de certeza
que o seu coração se contrai também na dor que não pode deixar de sentir em
uníssono com o seu Filho. Talvez, na casa onde pernoita, vele angustiada,
esperando o horror que adivinha. Decerto que Tu, Filho fiel, com todo o carinho
e ternura lhe terás desvendado algo do que irá acontecer nas próximas horas.
Soube, antes que lho contasses, da tristeza que já Te invadia o coração,
bastava-lhe olhar o rosto adorado do seu Divino Filho para se aperceber do
vendaval de emoções que n'Ele se chocavam. Também ela, a Tua Santíssima Mãe,
reza com fervor repetindo o “Fiat”
que pronunciara trinta e três anos antes. Punha nas mãos de Deus, Teu e seu
Pai, toda a vida, toda a morte, todos os sofrimentos do seu Filho. Tem
confiança, tem esperança mas, sobretudo, sabe, que há-de voltar a ver-Te
ressuscitado e glorioso. Esta certeza, do sofrimento de Tua Mãe, junta-se às
dores que Te partem o coração e tornam tão grande, tão incomensurável a Tua dor,
tens tanta pena, que suas sangue e, numa fraqueza momentânea, pedes a
Teu Pai que afaste esse cálice. Por momentos, Senhor, a Tua humanidade
tornou-se mais evidente. Mas logo, a Tua perfeição absoluta, reduziu a nada
esse desejo legítimo, a esse desabafo: «não se faça o que Eu quero, senão o que
Tu queres!» Também eu digo, faça-se a Tua vontade, Deus e Senhor de tudo e de
todas as coisas e não a minha vontade de homem! A Tua dor, Senhor, é uma dor de
amor que só pode ser mitigada com amor. Posso eu, Senhor, ter sempre presente a
Tua agonia enorme e inimaginável, ou estou sempre tão ocupado, tão absorvido,
tão disperso que nem sequer sou capaz de estar conTigo uma simples hora do meu
dia, inteiramente dedicada a Ti, fazendo-Te companhia, compartilhando a Tua
dor, carregando um pouco do Teu sofrimento? Minha Mãe Santíssima, ajuda-me a
ter uma dor de amor tão completa que me faça despertar deste sono que me
carrega o espírito e permanecer ao lado do teu divino Filho, vigilante e
decidido a não ceder nem à dor nem ao cansaço. Jesus, ajuda-me a acompanhar a
Tua Santíssima Mãe e compartilhar com ela estes Mistérios Dolorosos, animando-a
e confortando-a na sua dor e angústia.
Flagelação
de Jesus
Amarrado
a uma coluna, o meu Senhor está para ali, estremecendo a cada golpe dos algozes
que se revezam. Cada vergastada é um suplício. Os pedaços de osso de carneiro
que pendem das extremidades das finas tiras de couro enegrecidas de sangue
antigo, causam dores indescritíveis, vergões e ferimentos profundos, arrancam a
pele e pedaços de carne e rasgam os músculos. A experiência dos algozes atinge
os locais mais sensíveis e, talvez mais acicatados pelo silêncio deste Homem a
quem o suplício não arranca um queixume, redobram de energia e os golpes caiem,
rápidos, fortíssimos, procurando com maquiavélica destreza provocar o maior
sofrimento possível. Mas é em vão. Apenas um som abafado sai da garganta
ressequida de Jesus. É um estertor involuntário que a violência do castigo
provoca. Eu, escondido num vão, não intervenho. Estou atónito e assustado com o
que vejo. É uma cena de uma brutal ferocidade inaudita. Não me julgo capaz de
Te provocar tal suplício... quem? Eu? Oh Senhor! Eu não..., eu amo-Te com todas as minhas
forças, nunca seria capaz de tal coisa. E, no entanto, as minhas frequentes
faltas e pecados o que são, senão chicotadas na Tua carne santa. Acabou o
terrível suplício. Solto da coluna imunda à qual Te ataram cais por terra,
desfalecido, meio morto. Eu, caio também de joelhos e peço-Te perdão. Perdão
pela minha cobardia, pela minha pouca fé, a minha tibieza, pela minha falta de
carácter. E tu, minha Mãe, que no exterior, com o coração angustiado, aguardas
o fim do suplício que infligem ao teu Filho, tu, Senhora de Dores, acolhe-me
junto de ti e sossega o meu espírito. Diz-me que jamais, jamais consentirás que
eu me converta em carrasco, algoz, do teu Divino Filho. Afiança-me que a tua
confiança de filha de Deus Pai, ajudará a minha pouca fé. Persuade-me que a tua
certeza de Mãe de Deus Filho aumentará a minha esperança. Garante-me que o teu
amor de Esposa do Espírito Santo, suprirá a minha falta de caridade. Incute no
meu espírito o desejo de estar com Jesus, nesta hora solene, em que o Rei do
Reis, o Senhor dos Senhores, está amarrado como um malfeitor, recebendo um
castigo duríssimo que não mereceu. A interpor-me entre os carrascos e o teu
Filho, aparando os golpes. A limpar os vergões e as feridas da Sua carne. Por
um bálsamo, lavar o sangue, limpar as feridas. Permite-me querer ficar com Ele,
ofegante de emoção, amarrado também a essa coluna, partilhando o possível da
Sua Flagelação.
Coroação
de espinhos
Todo eu me angustio,
Senhor, com este quadro horrível. Não já tanto pelo sofrimento, mas ainda mais
pela troça, pelo escárnio.
É
para mim uma das mais pungentes cenas da Via Sacra porque revela um desprezo,
uma troça, um aviltamento de tal forma soezes e
inqualificáveis que custa acreditar. Mas, na verdade aconteceu os
evangelistas relatam-no com detalhe e eu não quase não consigo sufocar um grito
de revolta e esconjurar os algozes. Mas tenho de o fazer porque tudo aconteceu
para que se cumprissem as Escrituras e porque O Senhor assim o quis. Não SE
poupou a nada nem ao sofrimento nem às troças, aos sarcasmos, ás violências.
Por vezes parece-me que Ele “foi longe de mais”, para empregar palavras humanas
que são as minhas, mas um Rei verdadeiro, autêntico nunca vai “longe de mais”
porque faz o que é necessário fazer para bem dos Seus súbditos que nele confiam
e dele esperam exemplo de fortaleza e bem proceder. Mal sabiam eles que de
facto ajoelhavam em frente do Rei, não só dos Judeus, mas de todos os homens.
Mal sabiam eles que Jesus sabia muito bem quem Lhe batia, não só naquele
momento, mas durante mais dois mil anos, quantos Lhe bateram e Lhe enterraram a
horrível Coroa na cabeça. E eu, onde estava, Senhor? Escondido atrás de alguma
coluna, estarrecido com tal cena, ou era dos que Te atormentavam e troçavam de
Ti? Quantos espinhos da Tua Coroa foram directamente cravados por mim na Tua
fronte sublime? E quantas vezes o fiz? Ah, Senhor! Muitas decerto,
infelizmente. E Tu perdoas-me ainda! Queixo-me eu por um pequeno incómodo, uma
dorzita, um mal estar de nada, um desconforto, que está frio, que está calor… e
Tu, senhor, ali, sentado num escabelo, naquela tristíssima e pungente figura de
um justiçado silencioso, olhando para os Teus algozes, para mim, com os teus
doces olhos serenos e cheios de mágoa. E o Teu pensamento, ao mesmo tempo: «Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!»
Mas eu sei, Senhor, ah!, eu sei o que faço. Sempre soube, só que fingia e finjo
que não sei. Quero convencer-me que não sou um dos Teus martirizadores, que
talvez não passe de um espectador passivo.A verdade é bem diferente e eu tenho
que humildemente reconhecer que, também eu, por diversas vezes, Te cravei
espinhos na cabeça, fiz pouco de Ti, e Te magoei profundamente. E agora desejo
que com todo o cuidado retire a coroa da Tua cabeça, procure os espinhos um a
um, lave as feridas com as minhas lágrimas, Te vista uma roupa decente e…
finalmente, ocupe o Teu lugar no escabelo onde estás sentado. Sei bem que não
tenho merecimento para tal, nem sou digno sequer de tal pedido, mas, Senhor,
dar-me-ias Tu coragem para fazer isto? Consentirias Tu, Senhor, que um pecador
como eu, ocupasse o Teu lugar neste momento? Sucumbiria eu ao sofrimento?
Rebelar-me-ia eu contra os vexames? Responderia, com rancor, ao escárnio?Não,
com a Tua ajuda, Senhor, porque Tu és a minha força e a minha razão. Tudo em
mim me impele para junto de Ti. Deixa, Senhor, que me aproxime apesar de tudo
quanto fiz e faço, das minhas misérias e fraquezas. Deixa-me, Senhor, olhar
para Ti tão intensamente que jamais esqueça esta Tua imagem dolorosa e de tal
forma ela fique gravada em mim que eu não seja mais capaz de Te ofender com os
meus pecados. Permite, Senhor, que seja eu a receber a troça, os insultos, que
seja eu a sofrer as dores dos espinhos e das bofetadas, para aliviar um pouco
que seja a Tua imensa dor e para poder ser um pouco mais merecedor deste Teu
enormíssimo sacrifício que levasTe a cabo por minha salvação.
Jesus
toma a Cruz
Sobre
os Teus ombros doridos, repousa agora a Cruz que, desde sempre, Te estava
reservada. Enfraquecido como estás, o sofrimento atroz do Getsémani, as
vergastadas, os encontrões, deixaram-Te quase sem forças, uma noite inteira sem
dormir naquele simulacro de julgamento perante o Sinédrio que finalizou naquele
espasmo tétrico e absurdo de seres acusado de blasfemoe declarado réu de morte.
O Teu Espirito está como que aturdido pelos insultos, as palavras soezes, o
ódio e a raiva que vês nos homens que Te rodeiam e que toda a noite Te
atormentaram. Para alguns judeus, príncipes dos sacerdotes e os outros do
Sinédrio, és um inimigo e há que exacerbar ao máximo a multidão dos simples,
analfabetos, pouco mais que brutos, para que peçam mais e mais sofrimentos,
mais e mais troça e escárnio. Só descansarão quando Te virem morto, pregado na
Cruz. Há o secreto medo que os Teus discípulos que se contam por milhares,
acorram em Teu auxílio, se sublevem e subvertam facilmente toda uma turba de
pobres homens e mulheres ávidos de um chefe, de um líder contra os odiados
opressores romanos. Para estes últimos, não passas de um divertimento. Algo que
sai da rotina. Ainda por cima, não têm qualquer responsabilidade; não lavou as
mãos do assunto, o seu chefe, Pôncio Pilatos? E onde estou eu, Senhor? No grupo
turbulento, inconsciente e sem vontade própria os que gritam: «Crucifica-O!», daqueles que se
aglomeram, ávidos de verem como é que vais aguentar o pesado madeiro? Ou estou
no meio daqueles que se limitam a cumprir ordens, sem querer saber, como nem
porquê, se são justas ou injustas, e assim Te flagelei e agora Te arrasto para
receberes a Cruz? Acrescento, talvez, alguma coisa da minha lavra: uso o
azorrague com mais força, fui eu quem se lembrou da coroa de espinhos, dei-Te
algumas bofetadas por minha conta? Ou sou, ainda, dos que, de longe,
disfarçadamente, olham tudo, apavorados que descubram qualquer ligação conTigo,
olhando em volta, perscrutando se alguém se lembra de me Ter visto no meio dos
quatro mil que alimentas-Te milagrosamente com uns pouco de peixes e pães? Esta
angústia de não saber onde estou, faz-me encolher na minha própria
insignificância cobarde e pusilânime. Quantas vezes me deixei ir com os outros,
sem querer saber para onde ia, onde levava aquele caminho? Quantas vezes
inventei eu próprio algumas modificações nesses caminhos ínvios tornando-os
mais tortuosos? Quantas vezes não fugi e não me escondi, fiquei calado e
atentei passar despercebido com medo de cair em “ridículo”, de “chocar” os
outros, ou muito simplesmente de me afirmar como Teu filho e não consentir
ofensa ao meu Pai na minha presença? Descansa agora a Cruz no Teu ombro dorido,
Senhor que Tu és homem, embora perfeito, sentes em todo o Teu corpo esse peso
enorme desse lenho duro que há-de receber o teu Corpo martirizado. E conheces,
um a um, todos os pecados de todos os homens que constituem o peso dessa Cruz.
Os meus também. E eu queixo-me da minha cruz. Que é pesada, que é incómoda,
que, até por vezes, me tira o sono! Perdoa-me, Senhor, a minha insensibilidade
perante a Tua Cruz. Não olhes para mim, Senhor, com o Teu olhar magoado e
triste. Deixa-me respirar um pouco, tomar alento, ganhar coragem para então,
postado a Teu lado, volveres para mim o Teu olhar misericordioso e,
silenciosamente, dizeres-me: Estás perdoado; não tornes a pôr mais peso nesta
tão pesada Cruz. E eu, senhor, com o coração cheio de alegria pela Tua bondade,
prometo solenemente fazer tudo, com a Tua ajuda, para não tornar mais pesada a
Tua Santa Cruz.
Jesus
morre na Cruz
Chegou ao fim o Teu calvário. O
sofrimento, os insultos, o vexame de seres despido em público, o opróbrio de
seres contado entre os salteadores, tudo se consumou. Inclinas a cabeça
gotejante, e expiras. E o mundo cobre-se de trevas. E muitos ressuscitaram.
E eu? Coberto pelas trevas ou ressuscitado? Inclinado em prostração pelo
sacrifício tremendo, coberto de crepes, as lágrimas correndo, o corpo
alquebrado pela angústia do meu Senhor morto, ou, ao contrário, ressuscitado
para a vida que acabas-Te de dar-me, para a luminosa realidade de Teu filho e
irmão, para a felicidade de finalmente ter sido liberto da minha escravidão ao
pecado? Como pude eu, Senhor, mergulhar nas trevas? Como posso eu, Senhor,
passear-me indiferente ao Teu sacrifício? Como é possível que eu não me
transfigure num homem novo, diferente? Porquê não começo a caminhar em frente,
para Ti, em vez dos desvios que faço continuamente, das paragens para deter-me
em coisas que não valem nada, nesta minha viagem para me juntar a Ti? Nessa
Cruz onde expiras-Te, caberei eu também? Posso, Senhor, juntar-me a Ti de
braços estendidos e participar conTigo? Porque não quisesTe Senhor, que eu
fosse, ao menos, esse ladrão que levaste conTigo para o Paraíso? Mais fácil,
muito mais fácil teria sido, sem dúvida. Tu queres de mim, Senhor, toda a minha
entrega e, eu, não Te dou senão bocadinhos de mim, da minha vida e, mesmo
esses, de má vontade e sem determinação. Posso eu merecer este Teu sacrifício?
Decerto que sim, mas só com a Tua ajuda, Senhor. Só com a Tua ajuda constante.
Bastará um momento, uma fracção de segundo, que me falte o Teu apoio e eu sou
de novo aquele que Te flagela, que Te coloca a coroa de espinhos, que Te
trespassa o peito com a lança, que Te vê morrer sem compreender nada, sem fazer
nada. Não podes, Senhor, deixar-me. Tenho de ser digno da Tua morte, tenho de
merecer o Teu calvário, a Tua Cruz. Protesto eu que a minha cruz é pesada,
difícil e, no entanto, não morro nela. Pelo contrário, constantemente sinto a
Tua mão a ajudar-me a carregá-la, o seu peso descansar também no Teu ombro
dorido. Pois é, Senhor, mas eu não passo de um pobre pecador, desnorteado por
vezes, cheio de ambições, de vaidade e fraquezas. Tenho á minha frente a Tua
cruz, essa enorme cruz onde morresTe por mim. Inclino-me contristado e com o
coração compungido pela dor de Te ver partir, de Te ver morrer. Sei porem que
ressuscitarás e que estarás sempre comigo, até que resolvas chamar-me para o pé
de Ti. Nada mais quero, nada mais desejo. O que for preciso, Senhor, o que for necessário
fazer para merecer esta Tua morte, que eu o faça com a Tua ajuda, com o alento
que sabes dar, com a Tua misericórdia e bondade infinitas. E então, quando
prostrado Te adorar, quando estiver no Teu seio, dir-Te-ei: Obrigado Senhor,
pela Tua morte, sem ela não estaria aqui gozando a Vida Eterna.
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