PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
Segunda-Feira
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Sorrir; ser amável; prestar serviço.
Senhor
que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente
em minha casa, boa disposição.
Senhor
que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com
naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que
nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade”
ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando
graças pela oportunidade de ser útil.
Lembrar-me:
Sorrir,
ser amável.
LEITURA ESPIRITUAL
Evangelho
Lc II, 1-40
Nascimento de
Jesus
1 Por aqueles dias, saiu um
édito da parte de César Augusto para ser recenseada toda a terra. 2 Este
recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria. 3 Todos
iam recensear-se, cada qual à sua própria cidade. 4 Também José, deixando a cidade
de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David, chamada Belém,
por ser da casa e linhagem de David, 5 a fim de se recensear com Maria, sua
esposa, que se encontrava grávida. 6 E, quando eles ali se encontravam,
completaram-se os dias de ela dar à luz 7 e teve o seu filho primogénito, que
envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na
hospedaria.
Os pastores e o
presépio
8 Na mesma região
encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos campos, guardando os seus
rebanhos durante a noite. 9 Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do
Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo. 10 O anjo disse-lhes:
«Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo:
11 Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor. 12
Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado
numa manjedoura.» 13 De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército
celeste, louvando a Deus e dizendo: 14 «Glória a Deus nas alturas e paz na
terra aos homens do seu agrado.» 15 Quando os anjos se afastaram deles em
direcção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: «Vamos a Belém ver o que
aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.» 16 Foram
apressadamente e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura. 17
Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito
daquele menino. 18 Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os
pastores. 19 Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no
seu coração. 20 E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo
o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado.
Circuncisão e
apresentação no templo
21 Quando se completaram os
oito dias, para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus indicado
pelo anjo antes de ter sido concebido no seio materno. 33 Seu pai e sua mãe
estavam admirados com o que se dizia dele. 34 Simeão abençoou-os e disse a
Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em
Israel e para ser sinal de contradição; 35 uma espada trespassará a tua alma.
Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.» 36 Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da
tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter vivido casada
sete anos, após o seu tempo de donzela, 37 ficou viúva até aos oitenta e quatro
anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns e
orações. 38 Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do
menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
Jesus em Nazaré
39
Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à
Galileia, à sua cidade de Nazaré. 40 Entretanto, o menino crescia e
robustecia-se, enchendo-se de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.
Comentário
Lição de humildade, exemplo de cumprimento da Lei
que é a Vontade de Deus, eis o que a Santíssima Virgem nos quer dizer neste
trecho do Evangelho de São Lucas.
Se Maria se tivesse eximido a tal disposição
legal, o que com inteira propriedade poderia ter feito porque era Imaculada,
teria suscitado entre as pessoas de seu conhecimento, vizinhos, parentes,
etc., estranheza e admiração, talvez, críticas, seguramente perguntas a que
não tinha porque responder.
Tal como seu Filho, uma criança em tudo igual às
outras crianças da sua aldeia, também Maria, não quer sobressair quando o
próprio Filho pretende que a Sua Divindade passe, por enquanto, incógnita.
São Lucas detém-se
com alguma demora, nestes episódios da vida de Jesus, que, só Maria Santíssima
lhe poderia ter transmitido com tanta abundância de pormenores.
São relato de
acontecimentos normais e correntes naqueles tempos e, ao participar neles a
Sagrada Família age com toda a simplicidade das restantes famílias da sua
terra, em nada sobressai, nada se evidencia de peculiar.
Exemplo de
humildade e discrição que podemos - e devemos - imitar.
Não
tinhas porque ir ao templo. Estavas -
eras - Imaculada.
Mas quiseste dar-nos o exemplo: Cumprir
as leis humanas justas e, com maior obrigação, as Leis do Magistério. Que
eu saiba encontrar neste teu exemplo a direcção da minha conduta.
Bem-aventurado Simeão que soubeste reconhecer
Quem ali era apresentado!
Foram os olhos da alma, da esperança, da fé e
da confiança que tal te permitiram.
Não eras nenhum imperador ou rei, sábio ou
letrado mas tão só um homem com uma confiança total no Senhor.
Ajuda-nos a todos a ter essa confiança que dá
a luz necessária aos nossos olhos para ver, sempre, em qualquer circunstância,
o nosso Senhor.
É apresentado no Templo o Senhor do
Templo!
Outra magnifica manifestação de
humildade da Família Sagrada! Cumpre as prescrições da Lei em tudo agindo com
tanta naturalidade e discrição que ninguém se dá conta excepto os que,
iluminados pelo Espírito Santo reconhecem naquele Menino o Filho de Deus
incarnado.
Que lição para nós que tanto
gostamos de ser vistos e as nossas acções reconhecidas! Aprendamos, pois, do
Rei dos Reis a submeter-nos às nossas obrigações com diligência e
simplicidade.
Também nós, cristãos, fomos apresentados a Deus no
Templo. Ao colo dos nossos pais, com o testemunho dos nossos padrinhos e outras
pessoas, familiares e amigos, fomos entregues ao Criador, foi-nos dado um nome
e assinalados com o sinal da Cruz convertemo-nos em familiares de Deus Pai,
Deus Filho e Deus Espírito Santo. A nossa alma purificada, alvíssima, pela
acção da água baptismal, passou a brilhar cintilante junto dos santos de Deus.
É tão grande,
tão extraordinária a acção deste Sacramento que só se recebe uma vez na vida e
o carácter que imprime perdura para sempre.
Quando levamos uma criança ao Templo para ser baptizada estamos a
cumprir um sagrado dever e uma obrigação.
Esperamos que Deus a receba no seu
seio, a integre na Sua Família a aceite como membro de pleno direito da
comunidade cristã. A partir de então, a pequena criatura não é só uma maravilha
fruto da colaboração humana com o próprio Criador de todas as coisas, é um
templo, ela própria, do próprio Deus que passa a habitar a sua alma pura e
santa, incólume de toda a mancha de pecado, num estado de pureza de tal forma
brilhante e em tão sumo grau que contempla directamente a Face de Deus.
Há uma evidente
preocupação no Evangelista de registar com pormenor os acontecimentos
sucedidos nos primeiros dias de vida do Senhor. Para que não restem dúvidas
referem-se os nomes e juntam-se elementos identificativos dos personagens
envolvidos nesses acontecimentos.
Jesus existiu de facto não é uma invenção nem um mito mas alguém real e
concreto.
«Depois que cumpriram tudo,
segundo o que mandava a Lei do Senhor». Esta a
"chave" da vida do cristão: cumprir, em primeiro lugar, o que o
Senhor quer que façamos. Depois, só depois, haveremos de fazer as outras coisas
que, por importantes que possam ser, vêm sempre em segundo lugar.
(AMA, 1999)
FILOSOFIA E RELIGIÃO,
VIDA HUMANA
Chestertoninas:
Como discutir com um oponente
“Aqui,
neste momento, encontra-se talvez o seu [de São Tomás de Aquino] único momento
de paixão pessoal, com excepção daquela efusão solitária durante as
dificuldades da sua juventude. E mais uma vez ele está lutando contra os seus
inimigos com uma tocha ardente. No entanto, mesmo neste isolado apocalipse de
fúria, há uma frase que poderia ser recomendada às pessoas de todos os tempos
que às vezes ficam irritadas por muito menos. Se há uma frase que poderia ser
esculpida em mármore para representar a racionalidade mais calma e resistente,
é a frase que surgiu juntamente com todo o resto desta lava derretida. Se há
uma frase que passou para a história como típica de Tomás de Aquino, é a frase
sobre o seu próprio argumento: “Não se baseia em documentos da fé, mas nas
razões e nas afirmações dos próprios filósofos”. Que bom teria sido se todos os
doutores ortodoxos da Igreja, quando enraivecidos, tivessem sido tão razoáveis
quanto Aquino! Que bom seria se todos os apologistas cristãos se lembrassem
daquela máxima e a escrevessem em letras grandes na parede antes de pregar ali as
suas teses. No auge da sua fúria Tomás de Aquino entende o que muitos
defensores da ortodoxia não conseguem entender. É inútil dizer a um ateu que é
ateu; ou atirar contra um negador da imortalidade a infâmia da sua negação; ou
imaginar que alguém pode forçar um adversário a admitir que está equivocado
demonstrando que está equivocado segundo os princípios de outra pessoa e não de
acordo com seus próprios princípios. Após o grande exemplo de São Tomás, foi
estabelecido o princípio — ou deveria ter sido estabelecido para sempre — de que,
ou não devemos discutir com uma pessoa de forma alguma, ou devemos fazê-lo em
seu próprio terreno e não no nosso. Podemos fazer outras coisas em vez de
discutir, de acordo com nossa concepção de acções moralmente admissíveis; mas,
se nós discutimos, devemos fazê-lo “com as razões e as afirmações dos próprios
filósofos”. Este é o senso comum contido em uma frase atribuída a um amigo de
Tomás, o grande São Luis, rei de França, que as pessoas superficiais citam como
exemplo de fanatismo e cujo significado é: ou te dedicas a discutir com um
infiel como somente um verdadeiro filósofo pode discutir, ou então “crava-lhe
uma espada no corpo o mais profundamente possível”. Um verdadeiro filósofo
(mesmo um da escola contrária) seria o primeiro a concordar que São Luis foi
inteiramente filosófico neste assunto.”
(G.
K. Chesterton, São Tomás de Aquino)
REFLEXÃO
Ignorância
Se bem
que seja evidente que um homem ignorante possa ser virtuoso, é igualmente
verdade que a ignorância não é uma virtude. Houve mártires que não teriam sido
capazes de enunciar correctamente a doutrina da Igreja, sendo o martírio a prova
máxima do amor. Todavia, se tivessem conhecido mais a Deus, o seu amor teria
sido maior.
(F. L. Sheed, Teologia para todos, Palabra,
Madrid, 1977, nr. 15-16)
SÃO JOSEMARIA - textos
A única medida é amar sem medida
Cumpres um plano de vida exigente: madrugas, fazes
oração, frequentas os Sacramentos, trabalhas ou estudas
muito, és sóbrio, mortificas-te..., mas notas que te falta alguma coisa! Leva
ao teu diálogo com Deus esta consideração: como a santidade (a luta por
atingi-la) é a plenitude da caridade, tens de rever o teu amor a Deus e, por
Ele, aos outros. Talvez descubras então, escondidos na tua alma, grandes
defeitos contra os quais nem sequer lutavas: não és bom filho, bom irmão, bom
companheiro, bom amigo, bom colega; e, como amas desordenadamente "a tua
santidade", és invejoso. "Sacrificas-te" em muitos pormenores
"pessoais"; e por isso estás apegado ao teu eu, à tua pessoa e, no
fundo, não vives para Deus nem para os outros; só para ti. (Sulco,
739)
A
todos os que estamos dispostos a abrir-lhe os ouvidos da alma, Jesus Cristo
ensina no Sermão da Montanha o mandato divino da caridade. E, ao terminar, como
resumo, explica: amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai sem esperardes
nada em troca, e será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo,
porque Ele é bom, mesmo com os ingratos e os maus. Sede, pois, misericordiosos
como também o vosso Pai é misericordioso. A misericórdia não se limita a uma
simples atitude de compaixão; a misericórdia identifica-se com a
superabundância da caridade que, ao mesmo tempo, traz consigo a superabundância
da justiça. Misericórdia significa manter o coração em carne viva, humana e
divinamente repassado por um amor rijo, sacrificado e generoso. Assim glosa S.
Paulo a caridade no seu canto a esta virtude: A caridade é paciente, é
benéfica; a caridade não é invejosa, não actua precipitadamente; não se
ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se
irrita, não pensa mal dos outros, não folga com a injustiça, mas compraz-se na
verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.
(Amigos de Deus, 232)
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