24/02/2021

Leitura espiritual

 


Novo Testamento [i]

 

Evangelho

 

Mc XVI, 1-20

 

As santas mulheres no sepulcro

1 Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para irem embalsamar Jesus. 2 Partindo no primeiro dia da semana, de manhã cedo, chegaram ao sepulcro quando o sol já era nascido. 3 Diziam entre si: «Quem nos há-de retirar a pedra da entrada do sepulcro?». 4 Mas, olhando, viram removida a pedra, que era muito grande. 5 Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado do lado direito, vestido de uma túnica branca e ficaram assustadas. 6 Ele disse-lhes: «Não vos assusteis. Buscais a Jesus Nazareno, o crucificado? Ressuscitou, não está aqui. Eis o lugar onde O depositaram. 7 Mas ide, dizei a Seus discípulos e a Pedro que Ele vai diante de vós para a Galileia; lá O vereis, como Ele vos disse». 8 Elas, saindo do sepulcro, fugiram, porque as tinha assaltado o temor e estavam como que fora de si. Não disseram nada a ninguém, tal era o medo que tinham.

 

Missão dos Apóstolos

9 Jesus, tendo ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demónios. 10 Ela foi noticiá-lo aos que tinham andado com Ele, os quais estavam tristes e chorosos. 11 Tendo eles ouvido dizer que Jesus estava vivo e que fora visto por ela, não acreditaram. 12 Depois disto, mostrou-Se de outra forma a dois deles, enquanto iam para a aldeia; 13 os quais foram anunciar aos outros, que também a estes não deram crédito. 14 Finalmente, apareceu aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a sua incredulidade e dureza de coração, por não terem dado crédito aos que O tinham visto ressuscitado. 15 E disse-lhes: «Ide por todo o mundo, e pregai o Evangelho a toda a criatura. 16 Quem crer e for baptizado, será salvo; mas quem não crer, será condenado. 17 Eis os milagres que acompanharão os que crerem: Expulsarão os demónios em Meu nome, falarão novas línguas, 18 pegarão em serpentes e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal; imporão as mãos sobre os doentes, e serão curados».

 

Ascensão de Jesus, difusão da Boa Nova

19 O Senhor, depois de assim lhes ter falado, elevou-Se ao céu e foi sentar-Se à direita do Pai. 20 Eles, tendo partido, pregaram por toda a parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os milagres que a acompanhavam.

 

Textos

 


Dinheiro; saúde; sexo; sabedoria.

 

  Quatro amigos discutem sobre a felicidade.

  Alípio diz: ‘se eu tiver dinheiro, muito dinheiro, serei feliz.’

  Francisco, afirma: ‘por mim o que me trará a felicidade é a saúde, não saber o que é a dor, o sofrimento.’

  ‘Por meu lado, aduz Jerónimo, serei feliz se tiver à minha disposição mulheres bonitas, airosas, disponíveis para me agradar...’

  ‘Eu’, declara José, ‘considerar-me-ei feliz, muito feliz, se tiver sabedoria.’

  Os outros três olharam para ele com um certo desdém e alguma incredulidade.

  Alípio perguntou: ‘Mas tu não queres saber de dinheiro?! Mas que incompatibilidade há entre ter dinheiro e possuir sabedoria?’

  ‘Bem... própriamente incompatibilidade não há nenhuma mas torna-se muito mais difícil porque a tendência será fazer o que o desejo apetece e não o que a sabedoria recomenda.

Por outro lado, se agires com sabedoria na tua vida, no trabalho e, por isso, conseguires meios de fortuna... terás alcançado, na tua forma de ver, a felicidade.

Quanto a ti, parece evidente que vivendo com sabedoria se evitam os excessos, as más práticas, os vícios tudo o que traz consigo pesado ónus para a saúde’.

  Como se escolhe, como se opta por um caminho?

  Por um apetecer de momento?

Por imitar um outro?

Porque não se quer ter “trabalho” ou fazer um esforço na escolha?

  Resulta mais fácil e é muito mais seguro se recorrermos à sabedoria.

  Pesando todos os prós e contras, avaliando o que convém, o que é importante e o acessório, a escolha surge naturalmente como a mais conveniente e acertada.

  Ninguém sabe, por si mesmo, nada de verdadeiramente importante, o que sabemos é apenas o conhecimento fruto das experiências da vida e, alguma parte, do que sabemos de experiências de outros.

  Para saber há que aprender e, sempre, por esta ordem.

  A aprendizagem é uma actividade sequencial.

Não se começa pelo resultado para conhecer um efeito nem nos ficamos neste sem saber a causa.

Aprender, portanto, necessita de método e, este consegue-se, tanto melhor, quanto melhor for o ensino e o que ensina.

  “Despejar” informação no conhecimento pessoal não educa coisa nenhuma até porque, quase sempre nestes casos, nem se sabe o que convém saber, ou o que é dispensável ou não interessa.

Tem-se a ilusão de possuir um vasto conhecimento quando, na realidade se esconde a ignorância mais gritante acerca das coisas mais comezinhas.

  A tendência de considerar o ser humano como uma máquina leva a essa descaracterização do ensino.

Partindo do princípio que a pessoa tem de saber tudo sobre tudo, descura-se a necessidade de conhecer bem o pormenor, o detalhe do que é realmente importante para a pessoa.

  Daqui surgem os desajustes de comportamentos e as incongruências nas relações interpessoais ou, então, o isolamento mais feroz e castrador da principal característica humana que é a sociabilidade.

  A sabedoria é, repete-se, um bem de inestimável valor, exactamente porque permite à pessoa as escolhas acertadas em cada momento.

  Salomão foi, talvez, o mais excelente e poderoso Rei do seu tempo e tal deve-se à sabedoria com que Deus, a seu pedido, o cumulou.

  Qual de nós, pessoas normais e correntes, ou figuras de destaque na sociedade, qual de nós, se nos fosse colocada a escolha, pediria para si, como bem mais precioso, a sabedoria?

  Examine-se cada um e, seguramente, concluirá que nem tal lhe ocorreria.

  Sendo um Dom do Espírito Santo, a Sabedoria é-nos dada.

Absolutamente, ninguém a adquire por si só.

  Isso que chamamos “a sabedoria dos mais velhos”, não é outra coisa que experiência acumulada.

  Quando uma criança se queima numa brasa incandescente, grava umas sensações desagradáveis que levam a que evite repetir o acto.

Isso não tornou a criança sábia mas experiente.

  Se um fumador evita fumar porque sabe que o fazê-lo poderá contribuir para uma melhoria na sua saúde está a agir motivado pela sabedoria.

 

 

 



[i] Sequencial todos os dias do ano

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