Novo Testamento [1]
Evangelho
Mc XIII, 14-37
Destruição de Jerusalém
14
«Quando virdes a abominação da desolação instalada onde não deve estar -
entenda quem lê! - então os que estiverem na Judeia fujam para os montes; 15
quem estiver no terraço não desça nem entre a tomar coisa alguma da sua casa.
16 E quem estiver no campo não volte atrás para apanhar a capa. 17 Ai das que
estiverem grávidas e das que andarem a amamentar nesses dias! 18 Orai para que
isto não suceda no Inverno, 19 pois nesses dias a angústia será tal, como nunca
houve desde que Deus criou o mundo até agora, nem voltará a haver. 20 E se o
Senhor não abreviasse esses dias, nenhuma criatura se salvaria; mas, por causa
dos eleitos que escolheu, abreviou esses dias.»
Sinais do fim do mundo
21
«Então, se alguém vos disser: ‘Aqui está o Messias’ ou: ‘Ei-lo ali’, não
acrediteis; 22 pois surgirão falsos messias e falsos profetas que farão sinais
e prodígios para enganar, se possível, até os eleitos. 23 Portanto, ficai
atentos; de tudo vos preveni.» 24 «Mas nesses dias, depois daquela aflição, o
Sol vai escurecer-se e a Lua não dará a sua claridade, 25 as estrelas cairão do
céu e as forças que estão no céu serão abaladas. 26 Então, verão o Filho do
Homem vir sobre as nuvens com grande poder e glória. 27 Ele enviará os seus
anjos e reunirá os seus eleitos dos quatro ventos, da extremidade da terra à
extremidade do céu.» 28 «Aprendei, pois, a parábola da figueira. Quando já os
seus ramos estão tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo. 29
Assim, também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que Ele está
próximo, às portas. 30 Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que
todas estas coisas aconteçam. 31 O céu e a terra passarão, mas as minhas
palavras não passarão.
Exortação à vigilância
32
Quanto a esse dia ou a essa hora, ninguém os conhece: nem os anjos do Céu, nem
o Filho; só o Pai.» 33 «Tomai cuidado, vigiai, pois não sabeis quando chegará
esse momento. 34 É como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa,
delegou a autoridade nos seus servos, atribuiu a cada um a sua tarefa e ordenou
ao porteiro que vigiasse. 35 Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono
da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar o galo, se de manhãzinha; 36
não seja que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. 37 O que vos digo a
vós, digo a todos: vigiai!»
Texto:
Família
Uma criança, para aprender, terá,
preferencialmente, de frequentar a escola já que, será ali que preencherão as
lacunas do seu conhecimento e onde encontrará a ajuda necessária para construir
o edifício da sua personalidade.
Na praça pública, na
rua, na discoteca, não alcançará o que pretende.
Cada coisa o seu lugar.
Por isso é tão importante, talvez crucial, a
eleição da escola para os filhos.
O que alguns pais parecem considerar: quanto
mais caro o colégio mais garantida estará a educação, é uma falsa premissa
porque a bondade da educação não tem a ver com o seu preço mas sim pela
capacidade e qualificação dos professores.
De facto, é uma
comodidade muito grande entregar o menino aos cuidados de um estabelecimento de
ensino que o transporta de casa para o colégio e daqui para casa, fornece um
bom almoço e lanche, tem actividades desportivas que bastem, passeios,
excursões, visitas guiadas a museus e monumentos, um bom plano de estudos...
enfim... um descanso para os pais que têm meios económicos mas não têm tempo
para se ocuparem, eles próprios, da educação do filho, limitando a sua acção à
maçada de ler os relatórios que periodicamente o colégio lhes envia.
A desculpa costumada de que “hoje os tempos
são outros” não passa de um subterfúgio para fugir ao papel de educadores que,
preferencialmente, os pais devem ter.
Com o tempo, conseguidas as qualificações
necessárias, o filho ruma o estrangeiro, uma escola de prestígio cuja
frequência e graduação garantem só por si um óptimo emprego.
E... pronto... missão cumprida!
Mas esta história tão real como frequente,
tem muito pouco a ver com pais e filhos e, muito menos, com família.
Isto é uma organização da sociedade humana
como outra qualquer, em que o pragmatismo e as conveniências ocupam o lugar do
amor, do carinho, da vida familiar vivida em conjunto, onde pais e filhos têm
um lugar próprio, interdependente e solidário.
Talvez, nos outros
casos, se possa falar de modernismo, e neste, que, indubitavelmente preferimos,
sejamos levados a invocar paternalismo, mas isso, no fundo, não interessa para
a verdadeira questão que é a vida familiar.
Sem cair nos extremos em que pais e filhos se
tratam como colegas e quase não existe privacidade entre uns e outros ou, por
outro lado, se mantém uma distância mais ou menos cerimoniosa, num caso e
noutro, esquecendo que a familiaridade não é, não deve, ser incompatível com o
respeito que se devem mutuamente.
Não há justificação
alguma que um pai possa invocar para desrespeitar um filho, fazendo tábua rasa
das suas opções, gostos e desejos.
O filho, é, antes de mais, uma pessoa e como
tal deve ser respeitada.
O que o pai pode - e deve - fazer, é
orientar, aconselhar e, sobretudo, acompanhar o seu filho.
Um pai ausente tem
muito pouca autoridade natural, ao contrário daquele que, acompanhando, ao
máximo possível, a vida do filho, lhe proporciona o exemplo donde,
naturalmente, emerge uma autoridade que não carece de imposição para ser
aceite.
Há que considerar a gravidade de que se pode
revestir a imposição ao filho da escolha de uma carreira profissional o que,
naturalmente, não quer dizer que não se oriente ou ajude na escolha.
Os filhos não são pertença dos pais nem estes
têm o direito de lhes exigir que se comportem como tal e a verdade é que,
também os pais têm bastante a aprender dos filhos.
É comum ouvir-se dizer: ‘Quero proporcionar
ao meu filho tudo aquilo que eu não tive.’
Isto, revela, antes de mais uma profunda
injustiça contra os próprios progenitores que, seguramente, fizeram o que
puderam e, depois, porque, ao filho, deve bastar o necessário para a sua vida,
dentro dos parâmetros normais para a sua idade, sem coisas supérfluas que não
necessita e o podem distinguir - num mau sentido - dos seus companheiros e
amigos.
Um filho não é amigo do pai conforme a
resposta que obtém a um pedido.
Um sim ou um não usados como moeda para obter
amizade é um erro gravíssimo, sobretudo porque perverte o princípio sagrado da
família que se exprime em - ser-se amado pelo que se é e não pelo que se tem -,
princípio este que é, realmente, exclusivo da família.
A família é a única comunidade na qual todo o
homem ‘é amado por si mesmo’, pelo que é e não pelo que tem. [2]
Por isso mesmo se insiste que antes de qualquer
outro sentimento, talvez mesmo o amor, o mais importante é sem dúvida o
respeito, já que, de certo modo, todos estão na sua dependência.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.