26/02/2021

Leitura espiritual Fev 26



Novo Testamento [i]

 

Evangelho

 

Lc I, 21-28

 

Promessa e concepção do Percursor

21 O povo, entretanto, aguardava Zacarias e admirava-se por ele se demorar no santuário. 22 Quando saiu, não lhes podia falar e eles compreenderam que tinha tido uma visão no santuário. Fazia-lhes sinais e continuava mudo. 23 Terminados os dias do seu serviço, regressou a casa. 24 Passados esses dias, sua esposa Isabel concebeu e, durante cinco meses, permaneceu oculta. 25 Dizia ela: «O Senhor procedeu assim para comigo, nos dias em que viu a minha ignomínia e a eliminou perante os homens.»

 

Anunciação de Maria e Encarnação do Verbo

26 Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. 28 Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» 29 Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. 30 Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. 31 Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. 32 Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, 33 reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.» 34 Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?» 35 O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. 36 Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, 37 porque nada é impossível a Deus.» 38 Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.

Textos



Educação

  Os pais sabem muito bem que os filhos não são iguais uns aos outros nem nos defeitos nem nas qualidades, nos gostos ou inclinações de carácter e, consequentemente, nos “quereres”. O que a um pode parecer de vital importância pode perfeitamente não interessar minimamente a outro. Por isso, o que devem é procurar construir aquilo que poderíamos chamar a identidade da família, isto é, aquelas bases, alicerces ou travejamento que sendo comuns, pertencem a todos e deles todos beneficiam e, mais, para eles acarretam contribuição pessoal.

  Mas como na construção de uma casa não se começa pelo telhado ou pela pintura das paredes, assim na construção da família, tudo deve principiar pela metódica progressiva arquitectura da relação do casal.

  Evidentemente que o namoro e, depois, o noivado, são etapas importantíssimas para o conhecimento de um pelo outro e ir encontrando os pontos em que os desejos, objectivos e quereres podem convergir e, fundamental, os caminhos que, juntos, querem seguir para os realizar.

  É fundamentalmente errado desejar que ambos - o homem e a mulher - pensem exactamente da mesma forma a este respeito.

  Cada um tem o seu carácter, a sua idiossincrasia que além de, naturalmente, ser respeitado pelo outro sem nunca tentar impor os seus pontos de vistaem detrimento dos do outro, deve ser aproveitado para de um e de outro porem de pé algo comum.

  Aqui é, obviamente, necessário o amor começando pelo sentimento que deverá durar toda a vida: O respeito mútuo.

  Sem respeito não há amor verdadeiro e, muito menos, relação que perdure.

  Entenda-se que o respeito deve ser algo tão vasto que abarque todas as incidências da vida do casal e que a sua base assenta no respeito próprio.

  Sim... respeito próprio, por si mesmo como criatura excelente criada à imagem e semelhança de Deus.

Agir e viver com moderação, equilibradamente, com uma postura de intocável honestidade, estas são manifestações de respeito.

  Tudo quanto seja exageros, destempero na conduta, adições ou vícios a que se sujeita deixa a pessoa à mercê de perigos reais de destruição de carácter.

  Outra forma de manifestar respeito é viver a virtude da temperança.

Em primeiro lugar, respeito por si próprio não consentindo excessos na comida ou na bebida, procurar o conforto ou bem-estar a qualquer preço.

Mas, também, pelos demais já que estes comportamentos, de uma forma ou outra, também os afectam.

  A temperança vai de “mãos dadas” com a modéstia e o pudor. Não se trata de “apagar-se” mas de se assumir como aquilo que na realidade se é e não o que se presume ser.

  Uma das formas eficazes de darmos conta disto é ter bem presente que todos somos filhos de Deus e que Cristo morreu na Cruz por cada um.

  Assim, nivelados num mesmo plano, de que vale outorgar-se uma categoria superior - seja no que for - ou, talvez, uma proeminência desajustada da realidade?

  Sim, porque a realidade é esta: O que temos, o que sabemos, o que somos capazes não passam de graças ou bens recebidos do uso dos quais teremos de prestar estreitas contas.

  Cobardia

  Mas quem sou eu para ir, agora, fazer “esse tal apostolado” que me urgem?

  Esta pergunta, infelizmente tão frequente é, antes, a resposta cobarde e tíbia dos que não querem dar-se incómodos ou correr o risco de serem considerados importunos.

  O Senhor deu o Seu mandato a todos os baptizados sem excepção, a uns poucos, doze, encarregou-os de instruir e pregar, aos outros que se empenhassem em dar o que recebem daqueles.

  Mas, se persiste a dúvida sobre as capacidades ou conhecimentos pessoais para a tarefa, mesmo assim, o encargo mantém-se já que o apostolado se faz primeira e principalmente, pelo exemplo de vida que se leva e das obras que se praticam. [1]

A cobardia não se reduz ao cristão, evidentemente, mas este, pelo facto de ser baptizado, tem uma responsabilidade acrescida que os outros não têm:

Pertencem a uma família divina com especial referência a um Irmão, Jesus Cristo, que não Se poupou a nada, inclusive a morte e morte de cruz, para nos redimir e salvar.

E podia tê-lo feito de mil maneiras diferentes - a Deus nada é impossível - mas manteve o Seu desígnio até ao fim.

  Mesmo depois da tremenda agonia em Getsémani, onde viu tudo quanto viria a acontecer pouco depois, mesmo então, decide que o caminho é aceitar e fazer a Vontade do Pai, não por ser indiscutível em si, mas por o ser, devido à sua qualidade intrínseca:

Absolutamente necessária para a salvação humana.

 

 



[1] AMA, comentário sobre Mt 13, 54-58, 2012.08.03



[i] Sequencial todos os dias do ano

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