Novo Testamento [i]
Evangelho
Lc I, 21-28
Promessa e concepção do
Percursor
21 O povo, entretanto, aguardava
Zacarias e admirava-se por ele se demorar no santuário. 22 Quando saiu, não
lhes podia falar e eles compreenderam que tinha tido uma visão no santuário.
Fazia-lhes sinais e continuava mudo. 23 Terminados os dias do seu serviço,
regressou a casa. 24 Passados esses dias, sua esposa Isabel concebeu e, durante
cinco meses, permaneceu oculta. 25 Dizia ela: «O Senhor procedeu assim para
comigo, nos dias em que viu a minha ignomínia e a eliminou perante os homens.»
Anunciação de Maria e Encarnação do Verbo
26
Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia
chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de
David; e o nome da virgem era Maria. 28 Ao entrar em casa dela, o anjo
disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» 29 Ao ouvir estas
palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal
saudação. 30 Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de
Deus. 31 Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome
de Jesus. 32 Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai
dar-lhe o trono de seu pai David, 33 reinará eternamente sobre a casa de Jacob
e o seu reinado não terá fim.» 34 Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu
não conheço homem?» 35 O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e
a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai
nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. 36 Também a tua parente Isabel
concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam
estéril, 37 porque nada é impossível a Deus.» 38 Maria disse, então: «Eis a
serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de
junto dela.
Textos
Educação
Os pais sabem muito bem que os filhos não são
iguais uns aos outros nem nos defeitos nem nas qualidades, nos gostos ou
inclinações de carácter e, consequentemente, nos “quereres”. O que a um pode
parecer de vital importância pode perfeitamente não interessar minimamente a
outro. Por isso, o que devem é procurar construir aquilo que poderíamos chamar
a identidade da família, isto é, aquelas bases, alicerces ou travejamento que
sendo comuns, pertencem a todos e deles todos beneficiam e, mais, para eles
acarretam contribuição pessoal.
Mas como na construção de uma casa não se
começa pelo telhado ou pela pintura das paredes, assim na construção da
família, tudo deve principiar pela metódica progressiva arquitectura da relação
do casal.
Evidentemente que o namoro e, depois, o
noivado, são etapas importantíssimas para o conhecimento de um pelo outro e ir
encontrando os pontos em que os desejos, objectivos e quereres podem convergir
e, fundamental, os caminhos que, juntos, querem seguir para os realizar.
É fundamentalmente errado desejar que ambos -
o homem e a mulher - pensem exactamente da mesma forma a este respeito.
Cada um tem o seu carácter, a sua
idiossincrasia que além de, naturalmente, ser respeitado pelo outro sem nunca
tentar impor os seus pontos de vistaem detrimento dos do outro, deve ser
aproveitado para de um e de outro porem de pé algo comum.
Aqui é, obviamente, necessário o amor
começando pelo sentimento que deverá durar toda a vida: O respeito mútuo.
Sem respeito não há amor verdadeiro e, muito
menos, relação que perdure.
Entenda-se que o respeito deve ser algo tão
vasto que abarque todas as incidências da vida do casal e que a sua base
assenta no respeito próprio.
Sim... respeito próprio, por si mesmo como
criatura excelente criada à imagem e semelhança de Deus.
Agir e
viver com moderação, equilibradamente, com uma postura de intocável honestidade,
estas são manifestações de respeito.
Tudo quanto seja exageros, destempero na
conduta, adições ou vícios a que se sujeita deixa a pessoa à mercê de perigos
reais de destruição de carácter.
Outra forma de manifestar respeito é viver a
virtude da temperança.
Em
primeiro lugar, respeito por si próprio não consentindo excessos na comida ou
na bebida, procurar o conforto ou bem-estar a qualquer preço.
Mas,
também, pelos demais já que estes comportamentos, de uma forma ou outra, também
os afectam.
A temperança vai de “mãos dadas” com a
modéstia e o pudor. Não se trata de “apagar-se” mas de se assumir como aquilo
que na realidade se é e não o que se presume ser.
Uma das formas eficazes de darmos conta disto
é ter bem presente que todos somos filhos de Deus e que Cristo morreu na Cruz
por cada um.
Assim, nivelados num mesmo plano, de que vale
outorgar-se uma categoria superior - seja no que for - ou, talvez, uma
proeminência desajustada da realidade?
Sim, porque a realidade é esta: O que temos,
o que sabemos, o que somos capazes não passam de graças ou bens recebidos do
uso dos quais teremos de prestar estreitas contas.
Cobardia
Mas quem sou eu para ir, agora, fazer “esse
tal apostolado” que me urgem?
Esta pergunta, infelizmente tão frequente é,
antes, a resposta cobarde e tíbia dos que não querem dar-se incómodos ou correr
o risco de serem considerados importunos.
O Senhor deu o Seu mandato a todos os
baptizados sem excepção, a uns poucos, doze, encarregou-os de instruir e
pregar, aos outros que se empenhassem em dar o que recebem daqueles.
Mas, se persiste a dúvida sobre as capacidades ou conhecimentos pessoais para a tarefa, mesmo assim, o encargo mantém-se já que o apostolado se faz primeira e principalmente, pelo exemplo de vida que se leva e das obras que se praticam. [1]
A
cobardia não se reduz ao cristão, evidentemente, mas este, pelo facto de ser
baptizado, tem uma responsabilidade acrescida que os outros não têm:
Pertencem
a uma família divina com especial referência a um Irmão, Jesus Cristo, que não
Se poupou a nada, inclusive a morte e morte de cruz, para nos redimir e salvar.
E podia
tê-lo feito de mil maneiras diferentes - a Deus nada é impossível - mas manteve
o Seu desígnio até ao fim.
Mesmo depois da tremenda agonia em Getsémani,
onde viu tudo quanto viria a acontecer pouco depois, mesmo então, decide que o
caminho é aceitar e fazer a Vontade do Pai, não por ser indiscutível em si, mas
por o ser, devido à sua qualidade intrínseca:
Absolutamente
necessária para a salvação humana.
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