09/02/2021

Leitura espiritual Fev 09

 


Novo Testamento [i]


Evangelho


Mc IX, 30-50

 

Nova profecia da Paixão

30 Partindo dali, atravessaram a Galileia, e Jesus não queria que ninguém o soubesse, 31 porque ia instruindo os seus discípulos e dizia-lhes: «O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens que o hão-de matar; mas, três dias depois de ser morto, ressuscitará.» 32 Mas eles não entendiam esta linguagem e tinham receio de o interrogar.

 

Humildade

33 Chegaram a Cafarnaúm e, quando estavam em casa, Jesus perguntou: «Que discutíeis pelo caminho?» 34 Ficaram em silêncio porque, no caminho, tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior. 35 Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: «Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos.» 36 E, tomando um menino, colocou-o no meio deles, abraçou-o e disse-lhes: 37 «Quem receber um destes meninos em meu nome é a mim que recebe; e quem me receber, não me recebe a mim mas àquele que me enviou.»

 

Zelo sem ciúmes

38 Disse-lhe João: «Mestre, vimos alguém expulsar demónios em teu nome, alguém que não nos segue, e quisemos impedi-lo porque não nos segue.» 39 Jesus disse-lhes: «Não o impeçais, porque não há ninguém que faça um milagre em meu nome e vá logo dizer mal de mim. 40 Quem não é contra nós é por nós.

 

Caridade

41 Sim, seja quem for que vos der a beber um copo de água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.»

 

Escândalo e inferno

42 «E se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor seria para ele atarem-lhe ao pescoço uma dessas mós que são giradas pelos jumentos, e lançarem-no ao mar. 43 Se a tua mão é para ti ocasião de queda, corta-a; mais vale entrares mutilado na vida, do que, com as duas mãos, ires para a Geena, para o fogo que não se apaga, 44 onde o verme não morre e o fogo não se apaga. 45 Se o teu pé é para ti ocasião de queda, corta-o; mais vale entrares coxo na vida, do que, com os dois pés, seres lançado à Geena, 46 onde o verme não morre e o fogo não se apaga. 47 E se um dos teus olhos é para ti ocasião de queda, arranca-o; mais vale entrares com um só no Reino de Deus, do que, com os dois olhos, seres lançado à Geena, 48 onde o verme não morre e o fogo não se apaga. 49 Todos serão salgados com fogo. 50 O sal é coisa boa; mas, se o sal ficar insosso, com que haveis de o temperar? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros.»


Texto:

 


E o que é o ideal?

  Podemos afirmar que ideal é tudo aquilo que reúne toda a perfeição imaginável, mas, também, o conjunto imaginário de perfeições que não podem ter realização concreta.

  Das muitas explicações optar-se-á por aquela que estabelece o ideal como num exemplo a seguir, uma referência a ter em conta.

  Uma vez mais voltamos atrás para observar como havia uma preocupação em apresentar à juventude em particular e à sociedade em geral, inúmeras personagens que personificavam a excelência do comportamento ou da performance nos mais variados aspectos e incidências da vida corrente e dos desafios que nela se põem aos seres humanos.

Desde as brumas da Idade Média que os homens, a juventude sobretudo, alimentavam os sonhos de heroicidade e proeminência com as histórias sempre enriquecidas com novos detalhes, de figuras como Amadis de Gaula, os Cavaleiros da Távola Redonda e, em épocas mais modernas com, Cid El Campeador ou São Nuno de Santa Maria.

  Toda a vida tinha um objectivo, uma finalidade de destino grandioso, notável e causa da admiração geral.

A honra, o pundonor, a aura, eram cultivadas em extremo como pressupostos imprescindíveis à grandeza da missão pessoal a que cada um estava inevitavelmente fadado.

Era sem dúvida a era dos grandes ideais que levavam os jovens a abandonar os amigos e a casa paterna e a lançarem-se na aventurosa vida de missionários em terras distantes e desconhecidas, dispostos a correr riscos sem fim, nalguns casos, oferecendo a própria vida.

  Foram homens como Francisco Xavier ou João de Brito que levados por um aceso e ardente amor ao Evangelho arrostaram com tremendas dificuldades em países inóspitos no meio de gentes hostis, bárbaras e selvagens.

  Deixaram um rasto luminoso de estrelas candentes que iluminaram os Céus, com o entusiasmo e do Amor a Deus, de numerosos jovens contemporâneos.

De alguma forma, podemos chamá-los “Cavaleiros de Deus” porque lutaram numa guerra sem quartel cuja vitória foi alcançada com a própria vida oferecida em holocausto, por vezes, de tremenda ferocidade.

  Arrastados por estes exemplos, milhares de jovens, sobretudo na velha Europa, atiraram-se entusiasmados nas asas da grandiosa missão de levar a Palavra e o Conhecimento de Deus às mais recônditas partes do mundo.

Da maior parte nem sabemos nem os nomes que usaram nem as gestas que viveram; podemos, no entanto, encontrar traços bem marcados da sua passagem.

Hoje em dia, parece que nada disto é necessário e, portanto, o ideal, o idealismo, está moribundo e tende a desaparecer de vez.

  Engana-se quem assim pensa.

 



[i] Sequencial todos os dias do ano

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