Novo Testamento [i]
Evangelho
Mc VII, 24-37; Mc VIII, 1-9
Jesus e a cananeia
24
Partindo dali, Jesus foi para a região de Tiro e de Sídon. Entrou numa casa e
não queria que ninguém o soubesse, mas não pode passar despercebido, 25 porque
logo uma mulher que tinha uma filha possessa de um espírito maligno, ouvindo
falar dele, veio lançar-se a seus pés. 26 Era gentia, siro-fenícia de origem, e
pedia que lhe da filha o demónio. 27 Ele respondeu: «Deixa que os filhos comam
primeiro pois não está bem tomar o pão dos filhos para o lançar aos
cachorrinhos.» 28 Mas ela replicou: «Dizes bem, Senhor, mas até os cachorrinhos
comem debaixo da mesa <as migalhas dos filhos.» 29 «Em atenção a essa
palavra, vai: o demónio saiu de tua filha.» 30 Ela voltou para casa e encontrou
a menina recostada na cama. O demónio tinha-a deixado.
O surdo mudo
31
Tornando a sair da região de Tiro, veio por Sídon para o mar da Galileia,
atravessando o território da Decápole. 32 Trouxeram-lhe um surdo tartamudo e
rogaram-lhe que impusesse as mãos sobre ele. 33 Afastando-se com ele da
multidão, Jesus meteu-lhe os dedos nos ouvidos e fez saliva com que lhe tocou a
língua. 34 Erguendo depois os olhos ao céu, suspirou dizendo: «Effathá», que
quer dizer «abre-te.» 35 Logo os ouvidos se lhe abriram, soltou-se a prisão da
língua e falava correctamente. 36 Jesus mandou-lhes que a ninguém revelassem o
sucedido; mas quanto mais lho recomendava, mais eles o apregoavam. 37 No auge
do assombro, diziam: «Faz tudo bem feito: faz ouvir os surdos e falar os
mudos.»
Segunda multiplicação dos pães
VIII 1
Naqueles dias, havia outra vez uma grande multidão e não tinham que comer.
Jesus chamou os discípulos e disse: 2 «Tenho compaixão desta multidão. Há já
três dias que permanecem junto de mim e não têm que comer. 3 Se os mandar
embora em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, e alguns vieram de
longe.» 4 Os discípulos responderam-lhe: «Como poderá alguém saciá-los de pão,
aqui no deserto?» 5 Mas Ele perguntou: «Quantos pães tendes?» Disseram: «Sete.»
6 Ordenou que a multidão se sentasse no chão e, tomando os sete pães, deu graças,
partiu-os e dava-os aos seus discípulos para eles os distribuírem à multidão. 7
Havia também alguns peixinhos. Jesus abençoou-os e mandou que os distribuíssem
igualmente. 8 Comeram até ficarem satisfeitos, e houve sete cestos de sobras. 9
Ora, eram cerca de quatro mil. Em seguida despediu-os.
Texto:
A grandeza e
dignidade do amor
E, assim, o ser humano tem, de facto uma dignidade
e uma estatura que lhe permitem, com toda a propriedade, poder ser chamado
colaborador de Deus na obra da Criação.
É esta grandiosa
dignidade humana que tem de ser considerada e defendida, a todo o custo, contra
os que, por desvario mental ou grave desvio de valores, querem fazer crer que,
o ser humano é tão só mais um ser vivo existente na natureza podendo, portanto,
ser manipulado e conduzido de qualquer forma julgada conveniente para alcançar
inconfessáveis e mórbidos fins.
A alteração das regras
iniciais, as estabelecidas pelo Criador, como seja a criação de seres humanos
diferentes, homem e mulher, não pode nem deve ser admitida.
Ao homem cabe um papel e à mulher outro,
machos e fêmeas têm papéis diferentes com especificidades muito bem definidas,
de resto como acontece na natureza.
A união dos dois
destina-se a gerar novos seres - e esta é a maior e mais importante colaboração
com o Criador, como se tivesse determinado: ‘a partir de agora, a continuação
da vossa espécie fica a vosso cargo, já não é tarefa Minha mas sim trabalho
vosso.’
Deus poderia ter feito de mil maneiras
diferentes, porque pode absolutamente tudo, mas quis que fosse assim e, mais
uma vez por Amor, dando ao ser humano essa oportunidade de extraordinária
relevância.
Portanto é lícito concluir que a razão
primeira porque um homem e uma mulher se unem - uma vez mais estando o amor na
base e origem dessa decisão - é com a finalidade de provocar descendência.
Tal é impossível, por natureza, entre pessoas
do mesmo sexo e, assim, conclui-se que uma união assim é “contra natura” e não
tem justificação séria.
Ora ao legislar sobre este assunto, no que
aos seres humanos respeita, o poder civil está a intrometer-se em algo que lhe
está vedado, justamente porque não deve elaborar leis que vão contra a ordem
natural.
Já quanto ao mundo
animal, o caso pode ser diferente.
Mas, de facto, o ser humano, é neste aspecto
radicalmente diferente dos outros seres vivos que procuram a união sexual entre
machos e fêmeas unicamente e só, impulsionados por um instinto irreprimível de
procriar, enquanto no ser humano o impulso sexual é gerido pela inteligência,
pela vontade.
Esta enormíssima
diferença é fundamental para se perceber que a sexualidade humana não tem
comparação absolutamente nenhuma com o cio dos animais.
Há uns anos, um professor de filosofia contou
que, depois de uma aula recheada com a argumentação de alguns alunos acerca das
práticas homossexuais considerando-as algo natural e aceitável e, portanto,
passível de ser legislado, já francamente incomodado com o assunto, lhe saiu
uma consideração final: ‘Que fique bem claro, para todos, que nem o ânus nem a
boca são órgãos sexuais do corpo humano e que, portanto, defender o contrário
é, no mínimo, aberrante!’
A crua dureza da argumentação só se aceita
por ser verdade insofismável e indiscutível.
De facto, sexualidade, para muitos, deixou de
ser uma propriedade natural do ser humano destinada a altíssimos fins de
colaboração com o Criador, para passar a ser tão só uma consideração mais ou
menos vaga da satisfação do desejo, da utilização sem qualquer regra ou
limites, das sensações, estímulos e prazer que se obtêm na exploração do libido
sensual.
Virá a propósito falar de:
Castidade
Ao longo dos tempos este tema tem
sido abordado por inúmeros autores espirituais e outros sob os mais diversos
ângulos e perspectivas.
De facto ao considerar a castidade
como uma virtude de altíssima nobreza fazêmo-lo sob a consideração das
dificuldades que apresenta ao comum das pessoas possuí-la e
mantê-la viva e actuante.
O nosso líbido é muito forte e permanece mais ou menos presente desde a
tenra idade até aos últimos momentos da nossa vida.
Requer um controlo constante e uma vigilância permanente.
Ceder, deixar-se arrastar pelas chamadas “solicitações da carne” pode
tornar-se um hábito e, naturalmente converter-se em vício difícil de extirpar.
Como todos os vícios mantém a
pessoa presa retirando-lhe a liberdade de escolher, sujeitando-a à
procura inconsequente do prazer que se revela sempre efémero e passageiro.
E, ainda como todos os vícios,
deixa marcas quer no carácter quer no comportamento. Enfraquece a vontade,
debilita a nobreza de sentimentos, domina a imaginação.
Quem se deixa manobrar - é o termo
- abdica da vontade própria e tem enorme dificuldade em viver, pensar e agir
correctamente.
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