28/01/2021

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 28

Evangelho

 

Mc IV 1- 20

 

Parábola do semeador

1 De novo começou a ensinar à beira-mar. Uma enorme multidão vem agrupar-se junto dele e, por isso, sobe para um barco e senta-se nele, no mar, ficando a multidão em terra, junto ao mar. 2 Ensinava-lhes muitas coisas em parábolas e dizia nos seus ensinamentos: 3 «Escutai: o semeador saiu a semear. 4 Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho e vieram as aves e comeram-na. 5 Outra caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra e logo brotou, por não ter profundidade de terra; 6 mas, quando o sol se ergueu, foi queimada e, por não ter raiz, secou. 7 Outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, sufocaram-na, e não deu fruto. 8 Outra caiu em terra boa e, crescendo e vicejando, deu fruto e produziu a trinta, a sessenta e a cem por um.» 9 E dizia: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça.» 10 Ao ficar só, os que o rodeavam, juntamente com os Doze, perguntaram-lhe o sentido da parábola. 11 Respondeu: «A vós é dado conhecer o mistério do Reino de Deus; mas, aos que estão de fora, tudo se lhes propõe em parábolas, 12 para que ao olhar, olhem e não vejam, ao ouvir, oiçam e não compreendam, não vão eles converter-se e ser perdoados.»

 

Explicação da parábola

13 E acrescentou: «Não compreendeis esta parábola? Como compreendereis então todas as outras parábolas? 14 O semeador semeia a palavra. 15 Os que estão ao longo do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; e, mal a ouvem, chega Satanás e tira a palavra semeada neles. 16 Do mesmo modo, os que recebem a semente em terreno pedregoso, são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria, 17 mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes e, quando surge a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, logo desfalecem. 18 Outros há que recebem a semente entre espinhos; esses ouvem a palavra, 19 mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e as restantes ambições entram neles e sufocam a palavra, que fica infrutífera. 20 Aqueles que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, a recebem, dão fruto e produzem a trinta, a sessenta e a cem por um.»

 


O Amor!

 

Interroguemo-nos por momentos, qual a necessidade, vantagem ou proveito que Deus poderia pensar ter ao criar o ser humano com estas características e desta forma?

  A resposta parece evidente: Absolutamente nenhuma, Deus não precisa do ser humano para nada, não acrescenta nem, diminui coisa alguma à Sua Grandeza e Omnipotência, porque Deus É e, sendo, é completo, total, absoluto.

Não precisa de nada, não Lhe faz falta coisa nenhuma.

  A única explicação que encontramos é, portanto, o Amor!

  O Amor incomensurável de Deus levou-o, leva-o, a criar seres capazes de serem felizes como Ele é feliz, a gozarem como Ele goza, a usufruírem de todo o bem por toda eternidade como Ele próprio usufrui e, nisto, está o Seu contentamento, o Seu Amor.

  Imiscuir-nos neste plano magistral, nem que seja a título de curiosidade experimental, é um abuso inqualificável que não se pode admitir.

  Ao contemplar a obra de Deus na criação do ser humano, na complexidade da sua construção física e psíquica, o homem capaz de ver mais longe que a sua própria ambição de conhecimento, deveria ficar-se pela descoberta das causas e efeitos das perturbações dessa construção.

Parece inadmissível que, sem conseguir respostas cabais e completas para as alterações físicas a que o homem está sujeito – as chamadas doenças -, sem ter ainda conseguido um conhecimento completo, profundo, credível, da constituição humana e das suas variadíssimas especificidades, alguns, em nome de uma ciência que não conhecem nem dominam totalmente, se deem ao desplante de tentar interferir naquilo que parece mais fácil: dar origem a um ser humano.

E o que hoje parece um avanço notável neste campo, passado pouco tempo, ficará irremediavelmente ultrapassado e sem nenhum interesse.

  Porque as coisas da ciência constroem-se passo a passo, dizem.

É verdade, mas o Criador não fez experiências, não estabeleceu princípios nem métodos, regras ou calendários; dispôs que fosse assim e assim foi e tem sido.

  Se nascer, criar um ser humano parece importante para alguns iluminados da dita ciência, porque não houve – que conste – um movimento ou compulsão científica de igual impacto que se dedique a evitar a morte?

  Parece ser simples a resposta; porque se sabe que isso não é possível; pode, talvez, prolongar-se, artificialmente, o tempo de vida mas, a morte, evitá-la, banila de vez, não!

  Falamos de seres humanos mas podemos considerar qualquer ser vivo.

Não consigo encontrar nenhum cientista, laboratório ou comunidade interessada em decidir que, por exemplo, os cães de estimação não morram.

  Bom, pode-se aduzir que se trata de um processo natural, o ser vivo nasce, cresce e acaba por morrer porque se desgasta.

  É evidente!

  Mas porque tem de ser assim?

  Porque não se consegue construir uma base científica que estabeleça que todos os cães vivam, por exemplo, vinte anos?

  Estas alegações parecem um disparate, porque a vida não se comanda completamente: não se pode evitar o envelhecimento, determinadas doenças, acidentes e outros factores que intervêm no processo.

  Pois não!

  Mas, então, qual é a legitimidade de querer “fabricar” um ser vivo só porque se conhece – mais ou menos – o princípio que dá origem à vida?

 

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