16/01/2021

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 16

 

Evangelho

 

Mt XXVI 1 - 29

 

Jesus prediz a Sua Morte

1 Tendo acabado todos estes discursos, Jesus disse aos discípulos: 2 «Como sabeis, a Páscoa é daqui a dois dias, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado.»

 Reunião do Sinédrio

3 Então, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo reuniram-se no palácio do Sumo Sacerdote, que se chamava Caifás, 4 e deliberaram prender Jesus, à traição, e matá-lo. 5 Diziam, porém: «Que não seja durante a festa, para não haver alvoroço entre o povo.»

Refeição em Betânia

6 Jesus encontrava-se em Betânia, em casa de Simão, o leproso. 7 Enquanto estava à mesa, aproximou-se dele uma mulher, que trazia um frasco de alabastro com um perfume de alto preço e derramou-lho sobre a cabeça. 8 Ao verem isto, os discípulos ficaram indignados e disseram: «Para quê este desperdício? 9 Podia vender-se por bom preço e dar-se o dinheiro aos pobres.» 10 Jesus apercebeu-se de tudo e disse: «Porque afligis esta mulher? Ela praticou uma boa acção para comigo. 11 Pobres, sempre os tereis convosco; mas a mim nem sempre me tereis. 12 Derramando este perfume sobre o meu corpo, ela preparou a minha sepultura. 13 Em verdade vos digo: Em qualquer parte do mundo onde este Evangelho for anunciado, há-de também narrar-se, em sua memória, o que ela acaba de fazer.»

Judas vende Jesus

14 Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15 e disse-lhes: «Quanto me dareis, se eu vo-lo entregar?» Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata. 16 E, a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.

Jesus manda preparar a Última Ceia

 17 No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?» 18 Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.’» 19 Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.

Jesus indica o traidor

20 Ao cair da tarde, sentou-se à mesa com os Doze. 21 Enquanto comiam, disse: «Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar.» 22 Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?» 23 Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse me entregará. 24 O Filho do Homem segue o seu caminho, como está escrito acerca dele; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse homem não ter nascido!» 25 Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu, Mestre?» «Tu o disseste» - respondeu Jesus.

Instituição da Eucaristia

26 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: «Tomai, comei: Isto é o meu corpo.» 27 Em seguida, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho, dizendo: «Bebei dele todos. 28 Porque este é o meu sangue, sangue da Aliança, que vai ser derramado por muitos, para perdão dos pecados. 29 Eu vos digo: Não beberei mais deste produto da videira, até ao dia em que beber o vinho novo convosco no Reino de meu Pai.»

 


Desejo de melhoria e bem comum (cont)

  O carácter é, chamemos-lhe assim, o disco formatado da nossa estrutura humana.

  É o conjunto de capacidades, virtudes, defeitos, desejos, anseios de cada um e a estrutura combinada destes mesmos atributos que nos leva a eleger a prática desta ou aquela acção, a aceitar ou repudiar este ou aquele sentimento.

  É o que os psicólogos chamam:

 Personalidade

   Sabemos que houve a tentativa de separar as duas definições como sendo, o carácter o conjunto que a pessoa tem desde que nasce, ao passo que, a personalidade seria a súmula dos conhecimentos adquiridos ao longo da vida.

  Não se deve concordar com esta articulação, principalmente porque, tal equivaleria dizer que o carácter se atém a uma imutabilidade inicial e, a personalidade, dependeria de uma variação constante, o que, não se pode considerar como possível.

  A personalidade forma-se, de facto, como o carácter, na sucessão de acontecimentos ao longo da vida mas, até um certo ponto, quer dizer, há um momento a partir do qual o carácter (a personalidade) estão definidos e assentes e já não mudam substancialmente na sua estrutura.

Esse momento é aquilo a que chamamos a “idade madura” ([1]) ou seja, quando a pessoa sabe, definitivamente o que quer e o que lhe convém e, também, o que não deve querer nem lhe deve interessar para a sua vida.

 Quando?

  Esse momento surge em cada um em tempo e de forma diferente e, claro dependendo do que recebeu, e quanto recebeu, nos primeiros anos de vida.

Daqui, repete-se, o contributo fundamental dos Pais, em primeiríssimo lugar, os professores e demais formadores depois.

  Mas não frisemos apenas o contributo fundamental, mas a obrigação inalienável, o dever grave, de cada um dos actores mencionados cumprir com rigor o seu papel.

  Quem não recebe esta formação em devido tempo terá muito maior dificuldade em afirmar-se na vida como ser individual e independente, com uma capacidade de opção e liberdade de escolha a que tem direito como qualquer ser humano.

Pode vir a colmatar esta lacuna no futuro, é evidente, mas, voltamos a mencionar, não existindo a formatação inicial, levá-lo-á a vaguear por conta própria por diversos caminhos que, se não o conduzirem a más soluções, pelo menos, o farão perder um tempo precioso porque, sempre, escasso.

  Chegado o momento das opções sérias que podem mudar de forma mais ou menos radical a própria vida, a pessoa deficientemente formada não tem capacidade de eleição e, até talvez, lhe passe despercebido esse chamamento íntimo, que normalmente se denomina como vocação própria.

  O que vou fazer da minha vida?

  Esta a questão fundamental com a qual, mais tarde ou mais cedo, o homem se depara.



[1] ‘Tenho que admitir que o termo maturidade (maturité, maturity reife), aplicado à personalidade é um tópico comum e de ampla circulação, cujo uso coloquial está muito espalhado entre os habitantes das mais diversas comunidades. Mas tenho de advertir que resisti durante muito tempo a empregá-lo – e quando o usei, fi-lo contra a minha vontade e com certa repugnância – devido à sua ambiguidade, indefinição, polisemia e anfibiologia. Compreendo, todavia, que quando alguém me fala de maturidade da personalidade” ou de uma pessoa “madura”, consigo entender, apesar do que acabo de afirmar, o que o meu interlocutor quer significar. Na realidade, o que acontece, na minha opinião, é que não dispomos de uma definição rigorosa e operativa para expressar de forma inconfundível, e de uma vez por todas, o que queremos significar com o termo maturidade.’  aquilino polaino-lorente, MATURIDADE PESSOAL E AMOR CONJUGAL, Factores psicológicos e psicopatlógicos, Quinta Edição, documentos do instituo de ciências para a família.

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