15/12/2020

LEITURA ESPIRITUAL Dez 15

         Evangelho

 

Mt X, 16 – 42

 

Oposição prevista

 

16 «Envio-vos como ovelhas para o meio dos lobos; sede, pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas. 17 Tende cuidado com os homens: hão-de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas suas sinagogas; 18 sereis levados perante governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e dos pagãos. 19 Mas, quando vos entregarem, não vos preocupeis nem como haveis de falar nem com o que haveis de dizer; nessa altura, vos será inspirado o que tiverdes de dizer. 20 Não sereis vós a falar, mas o Espírito do vosso Pai é que falará por vós. 21 O irmão entregará o seu irmão à morte, e o pai, o seu filho; os filhos hão-de erguer-se contra os pais e hão-de causar-lhes a morte. 22 E vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo. 23 Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo: Não acabareis de percorrer as cidades de Israel, antes de vir o Filho do Homem.» 24 «O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do senhor. 25 Basta ao discípulo ser como o mestre e ao servo ser como o senhor. Se ao dono da casa chamaram Belzebu, o que não chamarão eles aos familiares!

 

Falar sem medo

 

26 Não os temais, portanto, pois não há nada encoberto que não venha a ser conhecido. 27 O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia; e o que escutais ao ouvido, proclamai-o sobre os terraços. 28 Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer na Geena o corpo e a alma. 29 Não se vendem dois pássaros por uma pequena moeda? E nem um deles cairá por terra sem o consentimento do vosso Pai! 30 Quanto a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados! 31 Não temais, pois valeis mais do que muitos pássaros.» 32 «Todo aquele que se declarar por mim, diante dos homens, também me declararei por ele diante do meu Pai que está no Céu. 33 Mas aquele que me negar diante dos homens, também o hei-de negar diante do meu Pai que está no Céu. 34 Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada. 35 Porque vim separar o filho do seu pai, a filha da sua mãe e a nora da sua sogra; 36 de tal modo que os inimigos do homem serão os seus familiares. 37 Quem amar o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem amar o filho ou filha mais do que a mim, não é digno de mim. 38 Quem não tomar a sua cruz para me seguir, não é digno de mim. 39 Aquele que conservar a vida para si, há-de perdê-la; aquele que perder a sua vida por causa de mim, há-de salvá-la.» 40 «Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. 41 Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá recompensa de profeta; e quem recebe um justo, por ele ser justo, receberá recompensa de justo. 42 E quem der de beber a um destes pequeninos, ainda que seja somente um copo de água fresca, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa.»

 



JESUS CRISTO NOSSO SALVADOR

 

Iniciação à Cristologia

 

Capítulo V

 

CRISTO ENQUANTO HOMEM CHEIO DE GRAÇA E DE VERDADE

 

4. A auto-consciência de Cristo

 

a) A auto-consciência de Cristo segundo algumas teorias subjectivistas recentes.

 

    A partir do século XX a cristologia mostrou um especial interesse pela consciência que Jesus tinha de si mesmo: se se sabia Filho de Deus e Messias. Sem dúvida, esta tendência está relacionada com a evolução do pensamento filosófico moderno para com a subjectividade, que reduz a realidade pessoal de Cristo á sua auto-consciência.

    Esta concepção leva não só a pôr em Cristo um centro de consciência humano diferente do Verbo, como a imaginar que essa consciência se reduz aos fenómenos psíquicos humanos. Então, como poderia Jesus chegar a conhecer a sua identidade de Filho de Deus?

    Alguns autores respondem negando que Jesus tivesse consciência da sua divindade. E outros sustentam que Jesus, des uma ignorância inicial pela qual se considerava como um simples galileu, iria pouco a pouco tomando consciência de ser o Filho de Deus e o Salvador do mundo (processo que não explicam satisfatoriamente). De qualquer forma, esta consciência de Jesus nunca chegaria a ser clara, nem sequer no final da sua vida na cruz, onde o vêm cheio de dúvidas e de perplexa obscuridade sobre o sentido da sua vida e da sua morte.

    Apesar de que nada proíba que se façam indagações mais profundas acerca da humanidade de Cristo com métodos psicológicos, estas teorias afastam-se da verdade pois levam a cabo uma transposição unívoca da nossa psicologia para Cristo, o que não é legítimo pois Ele não é um simples homem, mas Deus e homem, que, além do mais, na sua humanidade possuía a visão de Deus. Deste modo, contradizem o que nos diz a fé sobre a plenitude do conhecimento de Cristo, no qual não cabe a ignorância, e chocam com o ensinamento da Escritura sobre a consciência de Jesus acerca da sua divindade.

 

(Tradução do castelhano por ama)

 

 

 

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