Evangelho
Mt VII, 12 – 29
Regra da caridade
12
«Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles,
porque isto é a Lei e os Profetas.»
Os
dois caminhos
13
«Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que
conduz à perdição, e muitos são os que seguem por ele. 14 Como é estreita a
porta e quão apertado é o caminho que conduz à vida, e como são poucos os que o
encontram!»
Os falsos profetas
15
«Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de
ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. 16 Pelos seus frutos, os
conhecereis. Porventura podem colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos
abrolhos? 17 Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus
frutos. 18 A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons
frutos. 19 Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo. 20
Pelos frutos, pois, os conhecereis.»
Fazer a Vontade de Deus
21 «Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’
entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está
no Céu. 22
Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que
profetizámos, em teu nome que expulsámos os demónios e em teu nome que fizemos
muitos milagres?’ 23 E, então, dir-lhes-ei: ‘Nunca vos conheci; afastai-vos de
mim, vós que praticais a iniquidade.’»
O verdadeiro sábio
24 «Todo aquele que escuta estas minhas palavras
e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a
rocha. 25 Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela
casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. 26 Porém, todo aquele
que escuta estas minhas palavras e não as põe em prática poderá comparar-se ao
insensato que edificou a sua casa sobre a areia. 27 Caiu a chuva, engrossaram
os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se, e grande foi
a sua ruína.»
Epílogo
28
Quando Jesus acabou de falar, a multidão ficou vivamente impressionada com os
seus ensinamentos, 29 porque Ele ensinava-os como quem possui autoridade e não
como os doutores da Lei.
JESUS CRISTO
NOSSO SALVADOR
Iniciação à
Cristologia
Capítulo V
CRISTO
ENQUANTO HOMEM CHEIO DE GRAÇA E DE VERDADE
3. O
conhecimento humano de Jesus Cristo
Como
Cristo tem duas naturezas perfeitas tem dois modos de conhecer, um infinito e
divino – comum a toda a Trindade -, e outro humano. Agora vamos estudar só este
último.
a) A
existência de um conhecimento humano em Cristo
A
afirmação de um conhecimento humano em Cristo é patente em todo o Novo
Testamento. E a Igreja, seguindo a revelação divina, defendeu sempre a
integridade da natureza humana de Cristo, que tem uma alma racional e uma
inteligência humana. Esta inteligência humana não pode estar privada da
actividade que lhe é própria: o conhecer por si mesma; sendo o contrário seria
vã e imperfeita. Por exemplo, o Concílio Vaticano II diz que o Filho de Deus
«trabalhou com mãos de homem, pensou com
inteligência de homem, obrou com vontade de homem, amou com coração de
homem»[1].
Além
disso, os teólogos colocaram-se a pergunta se Jesus, durante o seu caminhar
terreno, teve os diversos modos de conhecer a que a inteligência humana está
aberta e são possíveis para ela (a ciência adquirida, a visão beatífica e a
ciência infusa). Como é lógico os Evangelhos não distinguem teologicamente os
diversos modos de conhecimento, ainda que sugiram algumas coisas. E o
Magistério da Igreja, ainda que tenha defendido a existência de um conhecimento
humano em Cristo, não determinou a natureza e o alcance de todos os diversos
modos de conhecer. Vejamos, pois, o que ensina a teologia mais segura.
Vicente Ferrer Barriendos
(Tradução
do castelhano por ama)
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