25/11/2020

Virtudes

 


Caridade 2

Com a força da caridade

A fé no amor de Jesus Cristo conduz-nos a um descanso cheio de amor na Trindade Beatíssima. Nada move tanto a amar como o saber-se amado por esse Deus que nos quer fazer entrar na corrente trinitária do Seu Amor. Com a medida do nosso amor a Deus, com a fé no Seu amor por todos e cada um, amamos os outros vendo neles pessoas amadas por Deus. É a caridade que dá vida e força às obras; sem caridade, as obras em favor dos outros reduzem-se a um altruísmo ou um egoísmo encoberto: ainda que repartisse todos os meus bens e entregasse o meu corpo para me deixar queimar, se não tenho caridade, de nada me aproveitaria. A caridade é paciente, a caridade é amável; não és invejosa, não age com soberba, não se vangloria, não é ambiciosa, não procura o seu, não se irrita, não leva em conta o mal, não se alegra com a injustiça, compraz-se na verdade; tudo aguenta, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Cor 13,4-7).

Como chegar a essa caridade? Não é possível amar a humanidade inteira – nós amamos todas as almas, e não rejeitamos ninguém – se não for a partir da Cruz (São Josemaria, En diálogo con el Señor, p. 146 (AGP, Biblioteca, P 09). Só a partir da Cruz é possível amar a humanidade inteira. A cruz leva a esquecer-se de si mesmo, o que por sua vez não é possível senão por amor a Deus, sabendo-nos amados por Ele. «Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos tendes amor uns aos outros» (Jo 13, 34-35).

Nos momentos em que desaparecem os motivos humanos de segurança e alegria, é decisiva a fé no amor de Deus, um amor que só se vê com os olhos da fé: a consciência da grandeza da dignidade humana - de um modo eminente e inefável, pois fomos, pela ação da graça, constituídos filhos de Deus - é no cristão uma só coisa com a humildade, visto que não são as nossas forças que nos salvam e nos dão a vida, mas o favor divino. É uma verdade que não se pode esquecer, porque senão pervertia-se o nosso endeusamento, convertendo-se em presunção, em soberba e, mais cedo ou mais tarde, em ruína espiritual perante a experiência da nossa fraqueza e miséria (Cristo que passa, 133).

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