Quarto Mistério
Transfiguração do Senhor
Contemplamos neste mistério um dos acontecimentos
talvez mais enigmáticos da vida de Jesus na terra.
Percebemos que houve uma intenção clara de mostrar aos três Apóstolos uma como que antevisão da aparência de Cristo como Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Mas porquê?
Jesus saberia, por certo, que eles não iriam entender ou sequer aperceber-se da realidade que lhes revelava.
Mais ainda, quando sabemos que os proíbe de falar no assunto até depois da Sua Ascensão.
O facto é que, não obstante, ficou gravado para sempre nas suas memórias e, por isso mesmo, consta do Evangelho.
Seria a Transfiguração necessária para os confirmar na fé em Jesus Cristo como O Filho de Deus?
Mas como… se adormecem?
Aliás é sintomática esta reacção dos três discípulos
perante o "peso" ou solenidade de situações que vivem com o Mestre.
Na agonia em Getsémani perante o indizível sofrimento do Senhor também são vencidos pelo sono.
Como se a realidade fosse de tal forma "chocante ou extraordinária" que a sua amizade e carinho pelo Senhor se recusam a admitir o que constatam.
O sono é muitas vezes desculpa para muitas faltas de coragem em que é necessário mostrar solidariedade, apoio, solicitude.
Não poucas vezes somos vencidos pelo sono, o torpor que nos leva a não considerar as realidades que não compreendemos.
É como que uma "defesa" do nosso espírito recusando-se a encarar algo difícil que se nos apresenta como que fora do comum e, a verdade, é que a nossa Fé cristã necessita debruçar-se continuamente sobre os seus fundamentos num constante exame e estudo para melhor compreender.
Temos de vencer uma atávica tendência para a rotina que, na prática da Fé, talvez seja o pior defeito que possamos ter.
Que a Doutrina não muda sabemo-lo bem, o que deve ser mais uma razão para que não deixemos nunca de aprofundar, esmiuçar, detalhar para alcançar a segurança que é necessária para o seu fiel cumprimento.
Não cedamos ao cansaço ou modorra; são tentações que pretendem levar-nos ao abandono do dever; não deixemos para “mais tarde” o que temos de fazer agora; NUNC COEPI – agora começo - é, deve ser, a nossa disposição permanente.
Optar por rezar o Terço no automóvel ou transporte
público não é o mais aconselhável, porque será difícil evitar as distracções
involuntárias.
Deixar a recitação do
Santo Rosário para mais tarde, antes de dormir, tem, frequentemente, como
consequência que, esse Terço, será recitado de forma atabalhoada, incoerente,
sem cuidado.
Para garantir razoávelmente a recitação diária do
Rosário o melhor que pudemos fazer - e os directores espirituais aconselham – é
incluir no nosso Plano de Vida Diário uma hora certa em que o poderemos fazer,
com tranquilidade, recolhimento e atenção.
Rosário significa a “Coroa de Rosas” com que desejamos
coroar Nossa Senhora.
Não havemos de querer com todas as veras da nossa alma
que essa “Coroa” seja bela, perfeita?
(ama,
Malta, Abril de 2016)
[1]
São João Paulo II acrescentou estes
“Mistérios” a que chamou da Luz – ou Luminosos– ao Rosário de Nossa Senhora.
Não sei, evidentemente, a razão que terá levado o Santo Pontífice a fazê-lo e
alguém poderá questionar o que têm a ver com o Rosário Mariano. Têm tudo a ver
porque a vida de Nossa Senhora está tão intimamente unida à do Seu Filho, nosso
Salvador, que me parece muito lógico e adequado. Os Cinco Mistérios levam-nos a
considerar, principalmente, a instituição dos sacramentos que Jesus nos quis
deixar como preciosos e imprescindíveis meios para obter a Salvação Eterna que
nos ganhou na Cruz.
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