12/10/2020

Outubro - Mês do Rosário




Santo Rosário - Mistérios Gloriosos 

Primeiro Mistério

Ressurreição de Jesus

_ «A quem procurais?»

_ «A Jesus, meu Senhor».

_ Não vos assusteis. Procurais a Jesus Nazareno, O Crucificado. Ressuscitou, não está aqui. Vede o lugar onde O tinham posto. Agora ide, dizei aos Seus discípulos e a Pedro que Ele vai diante de vós para a Galileia. Lá O vereis, como vos disse. Mc 16, 1-7 [1]

Este diálogo tão curto entre o Teu Anjo e as mulheres que Te foram ver uma vez mais, no Teu sepulcro, revela toda uma espantosa realidade: A Tua Ressurreição.

Não sei de todos se dão conta da fantástica prova da Tua divindade que quises-Te deixar-nos, Senhor: Por Teu poder, o Teu espirito reúne-se com o Teu corpo que vive novamente!

FosTe descido da Cruz pelos Teus amigos mais íntimos. Há pressa. Aproxima-se a noite e têm de regressar a suas casas todos os participantes do drama do Gólgota. Celebra-se a festa da Páscoa e o cumprimento da Lei é escrupulosamente observado.
O Teu corpo exangue é lavado apressadamente e os óleos dos defuntos são aspergidos. Uma toalha de linho cru e eis que és deposto naquele túmulo novo cuja pedra é rolada para tapar a entrada.

Não creio que seja um funeral definitivo. Foi o possível, para o que houve tempo.
Estás, apesar de tudo, limpo e perfumado, os cabelos arranjados, Tens um ar composto, digno. Nem um só osso Te foi quebrado, só o sangue foi derramado. Até à última gota!
Todo o Teu sangue, Senhor, ficou pelas pedras do caminho, no madeiro negro onde Te pregaram e, finalmente, naquele trapo imundo que mal tapava a Tua nudez aos olhos dos mirones.
Repousa finalmente o Teu corpo martirizado ainda húmido das lágrimas dos Teus amigos que amarga e tristemente choravam o seu Senhor morto, agora apenas há as testemunhas convenientes: os soldados enviados pelos Príncipes dos Sacerdotes depois de Pilatos se ter recusado a fazê-lo. (Mt 27, 62-66)

E Jesus ressuscita!
O meu Senhor volta a assumir-Se plenamente como homem e como Deus.
Perfeito homem, perfeito Deus.
Não se notam os sinais das vergastadas, nem as feridas dos espinhos. Toda a pele visível tem uma palidez resplendorosa, como que irreal. E, no entanto, o Senhor fala, caminha, come com os discípulos.

Oh meu Senhor, Tu ressuscitasTe só para que eu, finalmente, acreditasse em Ti?
Não me bastou, Senhor, assistir a todo o horror da Tua Paixão, Ter visto os milagres, as multidões? Nada disto foi suficiente?
Tive que, por uma última vez, pedir-Te um sinal?

Pobre de mim, Senhor, que não mereço tal honra da Tua parte. Mas Tu, com uma compaixão infinita, voltas a esta terra, assumes o Teu corpo e, novamente, Te sujeitas à forma humana.
RessuscitasTe, Senhor, e com a Tua Ressurreição, quebram-se finalmente os grilhetas da servidão. Não mais o pecado será mal sem remédio. O perdão, a misericórdia, a conversão estarão definitivamente ao alcance e dentro das possibilidades de qualquer um.
Esta Ressurreição é, Senhor, o sacrifício mais sublime que poderias Ter feito por todos os Teus filhos, porque alem de lhes restituíres a dignidade e reabrir as portas do Céu, viesTe dar-lhes a certeza que sob o Teu corpo de homem, Tu Senhor, permanecerás até ao fim dos tempos, a nosso lado, à nossa espera.

Possa eu, Senhor, não defraudar a Tua expectativa e chegar convenientemente preparado ao encontro que terás comigo no dia e hora que escolheres.

(AMA, 1999)






[1] A designação do apóstolo Pedro pelo seu nome, é uma maneira de destacar a figura de quem faz de cabeça no Colégio Apostólico, precisamente nuns momentos em que a perturbação e o desalento tinham feito presa neles. É também uma manifestação delicada de que Pedro foi perdoado das suas negações e uma confirmação do seu primado apostólico. (Bíblia Sagrada, anotada pela Fac. de Teologia da Univ. de Navarra, Comentário Mc 16, 7)

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