Santo
Rosário - Mistérios
Gloriosos
Primeiro Mistério
Ressurreição de Jesus
_ «A quem procurais?»
_ «A Jesus, meu Senhor».
_ Não vos assusteis. Procurais a Jesus Nazareno, O Crucificado.
Ressuscitou, não está aqui. Vede o lugar onde O tinham posto. Agora ide, dizei
aos Seus discípulos e a Pedro que Ele vai diante de vós para a Galileia. Lá O
vereis, como vos disse. Mc
16, 1-7 [1]
Este diálogo tão curto entre
o Teu Anjo e as mulheres que Te foram ver uma vez mais, no Teu sepulcro, revela
toda uma espantosa realidade: A Tua Ressurreição.
Não sei de todos se dão
conta da fantástica prova da Tua divindade que quises-Te deixar-nos, Senhor:
Por Teu poder, o Teu espirito reúne-se com o Teu corpo que vive novamente!
FosTe descido da Cruz pelos
Teus amigos mais íntimos. Há pressa. Aproxima-se a noite e têm de regressar a
suas casas todos os participantes do drama do Gólgota. Celebra-se a festa da
Páscoa e o cumprimento da Lei é escrupulosamente observado.
O Teu corpo exangue é lavado
apressadamente e os óleos dos defuntos são aspergidos. Uma toalha de linho cru
e eis que és deposto naquele túmulo novo cuja pedra é rolada para tapar a entrada.
Não creio que seja um
funeral definitivo. Foi o possível, para o que houve tempo.
Estás, apesar de tudo, limpo
e perfumado, os cabelos arranjados, Tens um ar composto, digno. Nem um só osso
Te foi quebrado, só o sangue foi derramado. Até à última gota!
Todo o Teu sangue, Senhor,
ficou pelas pedras do caminho, no madeiro negro onde Te pregaram e, finalmente,
naquele trapo imundo que mal tapava a Tua nudez aos olhos dos mirones.
Repousa finalmente o Teu
corpo martirizado ainda húmido das lágrimas dos Teus amigos que amarga e
tristemente choravam o seu Senhor morto, agora apenas há as testemunhas
convenientes: os soldados enviados pelos Príncipes dos Sacerdotes depois de
Pilatos se ter recusado a fazê-lo. (Mt 27, 62-66)
E Jesus ressuscita!
O meu Senhor volta a
assumir-Se plenamente como homem e como Deus.
Perfeito homem, perfeito
Deus.
Não se notam os sinais das
vergastadas, nem as feridas dos espinhos. Toda a pele visível tem uma palidez
resplendorosa, como que irreal. E, no entanto, o Senhor fala, caminha, come com
os discípulos.
Oh meu Senhor, Tu
ressuscitasTe só para que eu, finalmente, acreditasse em Ti?
Não me bastou, Senhor,
assistir a todo o horror da Tua Paixão, Ter visto os milagres, as multidões?
Nada disto foi suficiente?
Tive que, por uma última
vez, pedir-Te um sinal?
Pobre de mim, Senhor, que
não mereço tal honra da Tua parte. Mas Tu, com uma compaixão infinita, voltas a
esta terra, assumes o Teu corpo e, novamente, Te sujeitas à forma humana.
RessuscitasTe, Senhor, e com
a Tua Ressurreição, quebram-se finalmente os grilhetas da servidão. Não mais o
pecado será mal sem remédio. O perdão, a misericórdia, a conversão estarão
definitivamente ao alcance e dentro das possibilidades de qualquer um.
Esta Ressurreição é, Senhor,
o sacrifício mais sublime que poderias Ter feito por todos os Teus filhos,
porque alem de lhes restituíres a dignidade e reabrir as portas do Céu, viesTe
dar-lhes a certeza que sob o Teu corpo de homem, Tu Senhor, permanecerás até ao
fim dos tempos, a nosso lado, à nossa espera.
Possa eu, Senhor, não
defraudar a Tua expectativa e chegar convenientemente preparado ao encontro que
terás comigo no dia e hora que escolheres.
(AMA, 1999)
[1] A designação do
apóstolo Pedro pelo seu nome, é uma maneira de destacar a figura de quem faz de
cabeça no Colégio Apostólico, precisamente nuns momentos em que a perturbação e
o desalento tinham feito presa neles. É também uma manifestação delicada de
que Pedro foi perdoado das suas negações e uma confirmação do seu primado
apostólico. (Bíblia Sagrada, anotada pela Fac. de Teologia da Univ. de Navarra,
Comentário Mc 16, 7)
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