Diz
o Senhor: "Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Nisto
se conhecerá que sois meus discípulos". – E São Paulo: "Levai a carga
uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo". – Eu não te digo
nada. (Caminho,
385)
Olhando à nossa volta,
talvez descobríssemos razões para pensar que a caridade é realmente uma virtude
ilusória. Mas considerando as coisas com sentido sobrenatural, descobrirás
também a raiz dessa esterilidade, que se cifra numa ausência de convívio
intenso e contínuo, de tu a tu, com Nosso Senhor Jesus Cristo, e no desconhecimento
da acção do Espírito Santo na alma, cujo primeiro fruto é precisamente a
caridade.
Recolhendo um conselho do
Apóstolo – levai uns as cargas dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo –
acrescenta um Padre da Igreja: amando a Cristo, suportaremos facilmente a
fraqueza dos outros, mesmo a daquele a quem ainda não amamos, porque não tem
boas obras.
Por aí se eleva o caminho
que nos faz crescer na caridade. Enganar-nos-íamos se imaginássemos que
primeiro temos de nos exercitar em actividades humanitárias, em trabalhos de
assistência, excluindo o amor do Senhor. Não descuidemos Cristo por causa do
próximo que está enfermo, uma vez que devemos amar o enfermo por causa de
Cristo.
Olhai constantemente para
Jesus, que, sem deixar de ser Deus, se humilhou tomando a forma de servo para
nos poder servir, porque só nessa mesma direcção se abrem os afãs por que vale
a pena lutar. O amor procura a união, a identificação com a pessoa amada; e, ao
unirmo-nos com Cristo, atrair-nos-á a ânsia de secundar a sua vida de entrega,
de amor sem medida, de sacrifício até à morte. Cristo coloca-nos perante o
dilema definitivo: ou consumirmos a existência de uma forma egoísta e solitária
ou dedicarmo-nos com todas as forças a uma tarefa de serviço. (Amigos
de Deus, 236)
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