O homem e a mulher
humildes estão abertos à acção da Providência sobre o seu futuro. Não procuram
nem desejam controlar tudo, nem ter explicação para tudo. Respeitam o mistério
da pessoa humana e confiam em Deus, mesmo que o amanhã apareça incerto. Não tentam
conhecer as secretas intenções divinas, nem aquilo que supera as suas forças (cf. Si 3, 21). Basta-lhes a
graça de Deus, porque a força manifesta-se na fraqueza (2 Cor 12, 9). Encontramos a
graça no trato com Jesus Cristo: é participação na sua vida.
A seguir a uma
emocionante ação de graças a Deus Pai, Jesus convida os seus discípulos de
todos os tempos a aproximar-se d’Ele, quia mitis sum et humilis corde (Mt 11, 29): o Senhor é manso
e humilde de coração, e por isso encontraremos n’Ele compreensão e sossego.
Aproximamo-nos de Cristo na Eucaristia, aproximamo-nos do Seu Corpo ferido e
ressuscitado: in humilitate carnis assumptae, reza o Prefácio I do
Advento – vem pela primeira vez na humildade da nossa carne. Tocamos a inefável
humildade de Deus. Humildade de Jesus: em Belém, em Nazaré, no Calvário...
Porém, mais humilhação e mais aniquilamento na Hóstia Santíssima; mais que no estábulo,
e que em Nazaré, e que na Cruz. Nossa Senhora acompanha-nos para que O
recebamos com a humildade com que Ela recebeu o seu Filho Jesus. Salve
radix, salve porta, ex qua mundo lux es orta (Hino Ave Regina
Cælorum): Salve raíz,
salve porta, pela qual a luz nasceu para o mundo submerso nas trevas do
orgulho: Jesus Cristo, Luz de Luz ((São Josemaria, Caminho, 533), revela-nos a misericórdia de Deus Pai.
Guillaume Derville
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