Chamas-me
de longe e eu salto do barco e fico de pé na água!
Parece
que já nada me espanta quando estou contigo!!!
Nada,
nem um bocadinho de mim se afunda naquelas águas calmas em que ao longe, de pé,
me esperas de braços abertos.
Surge
uma pequena onda, quase nada, apenas uma “ruga” na água calma, mas eu hesito e
começo a sentir os pés a afundarem-se na água.
Faço
um esforço, olho ao longe e vejo-Te perto e redobra a confiança e continuo a
minha caminhada sobre a água, alegre e feliz à procura dos Teus braços.
Levanta-se
o vento, as ondas tomam tamanho e eu já não consigo vencer o medo!
Começo
a afundar-me!
O
meu coração grita-me bem alto: Confia, acredita, vais ver que consegues andar
sobre as ondas. Ele espera-te!
Mas
a cabeça deixa-se levar pelos pensamentos da minha vontade e diz-me com voz
forte: Não vês que Ele está longe? Como queres tu chegar perto d’Ele sobre a
água? Se Ele quiser, Ele que venha ter contigo!
Afundo-me!
A
água já me dá pelo peito!
Ainda
rezo, mas sem convicção, quase por rotina, e sinto já a água no meu pescoço,
pronta para me engolir num todo.
Num
derradeiro esforço, olho-Te nos olhos que sorriem para mim, estendo a minha mão
e grito: Senhor, salva-me!
Estendes
a Tua mão, agarras a minha, puxas-me para Ti e junto comigo, como crianças,
corremos, damos saltos e cambalhotas sobre as águas, sobre as ondas e Tu
abraças-me e dizes-me ao ouvido, repassado de amor: Homem de pouca fé!
E
eu envergonhado, mas feliz respondo: É verdade, Senhor, Tu nunca nos faltas
mesmo nas ondas mais alterosas. Obrigado, Senhor!
Marinha
Grande, 3 de Agosto de 2020
Joaquim
Mexia Alves
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.