
Sede leais, generosos. Fazemos parte de um só corpo,
do Corpo Místico de Cristo, da Igreja Santa, à qual estão chamados muitos que
procuram nobremente a verdade. Por isso temos obrigação estrita de manifestar
aos outros a qualidade, a profundidade do amor de Cristo. O cristão não pode
ser egoísta. Se o fosse, atraiçoaria a sua própria vocação. Não é de Cristo a
atitude daqueles que se contentam com conservar a sua alma em paz - falsa paz é
essa... - despreocupando-se dos bens dos outros. Desde que aceitemos o
significado autêntico da vida humana - que nos foi revelado pela fé - não
podemos sentir-nos satisfeitos, persuadidos de que nos comportamos bem
pessoalmente, se não fizermos com que os outros se aproximem de Deus, de
maneira prática e concreta.
Há um obstáculo real para apostolado: o falso
respeito, o temor de tocar temas espirituais, a suspeita de que uma tal
conversa não agradará em determinados ambientes, o medo de ferir
susceptibilidades. Quantas e quantas vezes esse raciocínio não é mais do que a
máscara do egoísmo!. Não se trata de ferir ninguém, mas, pelo contrário, de
servir. Embora sejamos pessoalmente indignos, a graça de Deus torna-nos
instrumentos para sermos úteis aos outros, comunicando-lhes a boa nova de que
Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.
E será licito meter-se desse modo na vida das outras
pessoas? É necessário. Cristo meteu-se na nossa vida sem nos pedir autorização.
Assim procedeu também com os primeiros discípulos: passando, ao longo do mar da
Galileia, viu Simão e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram
pescadores. E disse-lhes Jesus: Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens.
Cada um de nós mantém a liberdade, a falsa liberdade, de responder a Deus que
não, como aquele jovem carregado de riquezas,de quem nos fala S. Lucas. Mas o
Senhor e nós - se lhe obedecermos: ide e ensinai - temos. o direito e o dever
de falar de Deus, deste grande tema humano, porque o desejo de Deus é o mais
profundo que nasce no coração do homem.
Santa Maria, Regina Apostolorum, rainha de todos
aqueles que desejam dar a conhecer o amor de teu filho: tu, que compreendes tão
bem as nossas misérias, pede perdão pela nossa vida, pelo que em nós poderia
ter sido fogo e não passou de cinzas, pela luz que deixou de iluminar, pelo sal
que se tomou insípido. Mãe de Deus, omnipotência suplicante: dá-nos juntamente
com o perdão, a força de vivermos verdadeiramente de fé e de amor, para
podermos levar aos outros a fé de Cristo. (Cristo
que Passa, 175)
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