CRISTO E O DESTINO DO HOMEM
Voltaire escreveu um
dia a Bayle, desconsolado e triste, a lamentar que os seus amigos se
desonrassem, quase todos na morte, chamando o padre, confessando-se, comungando, e repudiando, como perigosa e
falsa a sua antiga rebeldia anticristã, mais cómoda, ao que parece, para viver, do que para
morrer!
E é sabido que o mesmo Voltaire se teria
desonrado - também, confessando-se e comungando, se lho tivessem consentido
d'Alembert e Diderot.
D'Alembert, por seu
turno, quando viu que a morte se
avizinhava, mandou chamar, para se confessar, o pároco de Saint-Germmain, que Condorcet não deixou entrar, o
mesmo sucedendo, a Diderot, que se teria confessado ao pároco de S. Sulpicio, o
bom P. Térsac, se os e amigos o não impedissem de o fazer.
(A.
Veloso, BROTÉRIA, Vol. LVI, Fasc. 4, 1953, pag. 278)
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