(Cfr. Lc 8, 49-56)
O aparato, ou
declarada intenção, de dar nas vistas, são ridículos e até condenáveis - as
múltiplas rezas e benzeduras, o orar a todos os santinhos de uma Igreja
percorrendo os diversos altares, o assistir e comungar em várias Missas por dia
-, são falsas manifestações de piedade que Deus não deseja.
O contrário: a
postura correcta numa Missa, ajoelhando-nos quando está indicado que o façamos,
uma genuflexão bem-feita diante do Sacrário, o recitar as orações comuns, são
atitudes que agradam a Deus porque demonstram os nossos sentimentos de
respeito, veneração e adoração que devemos ao Nosso Senhor e Criador e que,
também, atestam perante os outros, a nossa pública manifestação desses mesmos
sentimentos, servindo-lhes de exemplo a imitar.
Muitos têm a
tentação de ler com olhos estreitos os ensinamentos do Evangelho.
Para não
participarem em manifestações religiosas - Santa Missa, a recitação do Terço,
uma procissão etc. - dizem que Jesus disse que:
«Quando orares, entra no teu quarto, fecha a
porta pà chave e ora a teu Pai que está em lugar secreto». [1]
À primeira vista
até parece contraditório com a instrução antes dada sobre a luz que se deve pôr
onde ilumine todos.
De facto, não é.
Jesus não se
contradiz, antes pelo contrário, reforça a Sua doutrina.
Com efeito, devemos procurar
participar nas cerimónias e manifestações religiosas públicas, conduzidas pela
Igreja, porque a ela pertencemos e fazemos parte do Povo de Deus, mas, não
devemos ficar-nos por aqui.
É preciso, também, procurar aquela
conversa íntima com o Senhor, aquilo a que chamamos oração mental, que é aquela
oração que fazemos recolhidos, num contacto íntimo com Deus.
Recolhidos, entenda-se, não
necessariamente no nosso quarto - que apenas é uma expressão - mas no nosso
coração, no nosso íntimo.
«Quem tem ouvidos para ouvir, oiça»,
diz-nos Jesus neste trecho do Evangelho que estamos a meditar, como de resto
no-lo repete por várias vezes.
O Senhor faz um
apelo muito sério à recta intenção que devemos ter em todos os nossos actos,
nomeadamente, naqueles que de alguma forma estão relacionados com Deus.
Seria um disparate,
e um gravíssimo erro, tentar enganar Deus ou, de qualquer maneira,
pressioná-lo, com práticas ou atitudes que não traduzam um são e correcto
sentimento interior.
Tirar o chapéu, ou benzer-se, quando
se passa em frente de uma Igreja, pode ser um acto de ofensa a Deus se for
feito apenas mecanicamente, ou, pior ainda, para que alguém veja como somos
respeitosos, porque revelará ou indiferença ou vaidade.
Pelo contrário,
quem passe em frente de uma Igreja sem se descobrir ou benzer, mas no seu
coração eleve um pensamento, uma saudação, ao Senhor ali presente na Sagrada
Eucaristia, terá, com certeza, agradado muito a Deus.
Porque, o
importante não é descobrir-se ou benzer-se,
embora possa ser muito meritório, se for feito correspondendo a um verdadeiro desejo
interior de saudar respeitosamente o Senhor ali presente, o importante é, sim,
a atitude interior que nos brota do coração.
É importante
preparar os nossos sentidos para participar na Santa Missa.
‘Vejo-me
tal como sou: nada, absolutamente. E tenho esta percepção da grandeza que me
está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade
do Rei e Senhor do Universo.
Eu,
António, este pobre homem com pés de barro e vontade frágil, estou aqui na
expectativa do momento sublime em que Te receberei, meu Deus e Senhor.
O
meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado,
confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites
pela caridade que me fazes.
Aqui
me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não
sou digno, não sou digno, não sou digno!
Sei
porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o
direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse.
(AMA, reflexões).
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