21/02/2020

THALITA KUM 108


THALITA KUM 108

(Cfr. Lc 8, 49-56)


 O coração

O Coração de Cristo é, também, um coração humano, que se enternece, que estremece de alegria, que, por vezes, se encolhe com a tristeza. Temos, no Evangelho, tantos exemplos do coração humano de Cristo!

«O forno arde. Ao arder, queima todo o material, seja lenha ou outra matéria facilmente combustível.
O Coração de Jesus, o Coração humano de Jesus, queima com o amor que o enche. E este é o amor ao Pai Eterno e o amor aos homens: as filhas e os filhos adoptivos.
O forno, queimando, pouco a pouco apaga-se. O Coração de Jesus, ao contrário, é forno inextinguível. Nisto parece-se com a “sarça ardente” do Êxodo, em que Deus Se revelou a Moisés. A sarça ardia com o fogo, mas... não se consumia. [1]

Efectivamente, o amor que arde no Coração de Jesus é sobretudo o Espírito Santo, no qual Deus-Filho se une eternamente ao Pai. O Coração de Jesus, o Coração humano de Deus-Homem, está abrasado pela chama viva do Amor trinitário, que jamais se extingue.
Coração de Jesus, forno ardente de caridade. O forno, enquanto arde, ilumina as trevas da noite e aquece os corpos dos viajantes inteiriçados com o frio.

Hoje queremos pedir à Mãe do Verbo Eterno, para que no horizonte da vida de cada uma e cada um de nós não cesse nunca de arder o Coração de Jesus, forno ardente de caridade. Para que Ele nos revele o amor que não se extingue nem se deteriora jamais, o Amor que é eterno. Para que ilumine as trevas da noite terrena e aqueça os corações.
Dando-Lhe as graças pelo único amor capaz de transformar o mundo e a vida humana, dirigimo-nos com a Virgem Imaculada, no momento da Anunciação ao Coração Divino que não cessa de ser forno ardente de caridade. Ardente: como a sarça que Moisés viu ao pé do monte Horeb.» [2]

Quando não sabemos o que fazer com o nosso coração, porque se rebela contra o que nem por ser justo nos agrada, se entristece sem motivo justificado, quando parece que não nos obedece, que tem vida própria, entreguemo-lo a Jesus, Ele sabe o que fazer com ele.

 «Nestes breves minutos na Tua presença, real, verdadeira, no Santíssimo Sacramento presente no Sacrário, deixo o meu coração vir para fora do peito, aperto-o nas minhas mãos e ofereço-to todo inteiro, assim, amarfanhado pelas minhas mãos, num gesto simbólico da completa entrega de todas as minhas preocupações, inquietudes e medos.
Tu, Senhor, recebes este meu pobre coração e, embora saibas muito bem o que fazer com ele, atrevo-me a sugerir-te que não mo devolvas sem o teres transformado completamente, absolutamente purificado e cheio dos Teus dons.
Já vês, Senhor, o que Te peço é um coração novo, por estrear!» [3]


(AMA, reflexões).






[1] Ex 3,2
[2] são joão Paulo II, Angelus, 23.06.1985.
[3] AMA, orações pessoais

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