(Cfr. Lc 8, 49-56)
O coração
O Coração de Cristo
é, também, um coração humano, que se enternece, que estremece de alegria, que,
por vezes, se encolhe com a tristeza. Temos, no Evangelho, tantos exemplos do
coração humano de Cristo!
«O forno arde. Ao
arder, queima todo o material, seja lenha ou outra matéria facilmente
combustível.
O Coração de Jesus,
o Coração humano de Jesus, queima com o amor que o enche. E este é o amor ao
Pai Eterno e o amor aos homens: as filhas e os filhos adoptivos.
O forno, queimando,
pouco a pouco apaga-se. O Coração de Jesus, ao contrário, é forno
inextinguível. Nisto parece-se com a “sarça
ardente” do Êxodo, em que Deus Se
revelou a Moisés. A sarça ardia com o fogo, mas... não se consumia. [1]
Efectivamente, o
amor que arde no Coração de Jesus é sobretudo o Espírito Santo, no qual
Deus-Filho se une eternamente ao Pai. O Coração de Jesus, o Coração humano de
Deus-Homem, está abrasado pela chama
viva do Amor trinitário, que jamais se extingue.
Coração de Jesus, forno ardente de caridade. O forno,
enquanto arde, ilumina as trevas da noite e aquece os corpos dos viajantes
inteiriçados com o frio.
Hoje queremos pedir
à Mãe do Verbo Eterno, para que no horizonte da vida de cada uma e cada um de
nós não cesse nunca de arder o Coração de Jesus, forno ardente de caridade. Para que Ele nos revele o amor que não
se extingue nem se deteriora jamais, o Amor que é eterno. Para que ilumine as
trevas da noite terrena e aqueça os corações.
Dando-Lhe as graças
pelo único amor capaz de transformar o mundo e a vida humana, dirigimo-nos com
a Virgem Imaculada, no momento da Anunciação ao Coração Divino que não cessa de
ser forno ardente de caridade.
Ardente: como a sarça que Moisés viu
ao pé do monte Horeb.» [2]
Quando não sabemos
o que fazer com o nosso coração, porque se rebela contra o que nem por ser
justo nos agrada, se entristece sem motivo justificado, quando parece que não
nos obedece, que tem vida própria, entreguemo-lo a Jesus, Ele sabe o que fazer
com ele.
«Nestes breves minutos na Tua presença, real,
verdadeira, no Santíssimo Sacramento presente no Sacrário, deixo o meu coração
vir para fora do peito, aperto-o nas minhas mãos e ofereço-to todo inteiro,
assim, amarfanhado pelas minhas mãos, num gesto simbólico da completa entrega
de todas as minhas preocupações, inquietudes e medos.
Tu, Senhor, recebes este meu pobre coração
e, embora saibas muito bem o que fazer com ele, atrevo-me a sugerir-te que não
mo devolvas sem o teres transformado completamente, absolutamente purificado e cheio dos Teus dons.
(AMA, reflexões).
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.