17/02/2020

THALITA KUM 104


THALITA KUM 104 

(Cfr. Lc 8, 49-56)

  
Jesus retoma a conversa com Jairo, mas por pouco tempo. Este é interpelado por dois de sua casa que, pressurosos, «vêm dizer-lhe: Tua filha morreu. Para que incomodar mais o Mestre?»

É um choque para Jairo, desconsolado, pensa que se não fosse, talvez, a interrupção da hemorroíssa, já teriam chegado a casa e ainda a tempo de evitar tão doloroso desfecho. Fica abatido e amargurado. Fora em vão o seu intento de arrastar Jesus a sua casa para que operasse o milagre da cura da sua querida filha.
Mas, Jesus, retoma o seu braço e, na sua voz profunda e apaziguadora diz-lhe:

«Não temas; basta que tenhas fé.»

Jairo recompõe-se.
A mesma fé que o trouxera ao Mestre, regressa agora mais forte. Por momentos duvidara, mas agora, a dúvida converte-se em certeza:

Jesus fará o que lhe pediu.

Connosco acontece muitas vezes o mesmo que a Jairo.
Rezamos, cheios de fé pedindo auxílio, protecção, um favor. No nosso íntimo reside a convicção que o Senhor nos ouve e nos fará o que Lhe pedimos. Mas, quando não se verifica o que ambicionámos, quando parece que foi em vão o nosso pedido, não obstante a confiança que nele pusemos, o desânimo apodera-se de nós e como que uma frustração entra insidiosamente destruindo a nossa confiança.

Queremos que Deus nos faça exactamente o que Lhe pedimos e, se o não faz, sentimo-nos abandonados e preteridos na nossa petição. Chegamos, por vezes, a duvidar que Deus nos escute.

Atrever-me-ia a dizer que o Senhor concede a graça que pedimos movido pelo esforço, empenho e persistência que pusemos da nossa parte em conquistá-la.

Com Deus não se fazem chantagens ou exercem pressões, ou se fazem negócios do género: se me concederes isto eu, faço aquilo.

O leproso diz-lhe muito claramente:

Si vis potes me mundare - se quiseres podes curar-me. [1]

E temos de admitir, reconhecer e estar preparados para que Deus não queira.
Nos Seus desígnios, Ele sabe o que é melhor para nós.

Confiança no Senhor, sem dúvida, mas uma confiança total, absoluta.

Uma confiança de filhos que têm a certeza que o seu Pai jamais lhes concederá algo que não seja para seu próprio bem.


(AMA, reflexões).



[1] Lc 5, 12.

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