(Cfr. Lc 8, 49-56)
As palavras de
Jesus contrastam com as dos servos do chefe da sinagoga; eles dizem: «A tua
filha morreu»; Jesus, pelo contrário: «Não morreu, mas dorme».
Estava morta para
os homens, que não podiam despertá-la; para Deus, dormia, porque a sua alma
vivia submetida ao poder divino, e a carne descansava para a ressurreição.
Daqui que se tenha
introduzido entre os cristãos o costume de designar os mortos, que sabemos que
ressuscitarão, com o nome de “adormecidos”.
A expressão de Jesus
revela que a morte é para Deus nada mais que um sono, porque Ele pode despertar
para a vida quando quer.
É o mesmo que
aconteceu com a morte e ressurreição de Lázaro. Jesus diz: «Lázaro, nosso
amigo, está adormecido, mas vou despertá-lo».
E quando os
discípulos pensam que se tratava do sono natural, o Senhor afirma claramente: «Lázaro morreu». [1]. [2]
«Quem Me tocou nos vestidos?», pergunta
Jesus. «Diziam-lhe os discípulos: Vês que
a multidão Te aperta e perguntas: Quem Me tocou?»
Jesus não precisa de
ver para sentir, mas necessita que nos mostremos para que outros vejam que Lhe
tocámos e, assim, com o nosso exemplo, levemos os demais a quererem, de facto,
aproximar-se d’Ele e tocar-lhe.
É o que se passa com a pobre mulher.
Tremendo de medo, vem prostrar-se
aos Seus pés. Sabe-se curada e, o seu desejo é fugir dali, afastar-se para
longe da multidão para poder dar largas à sua alegria.
Mais tarde, há-de procurar o Mestre
para Lhe agradecer, do fundo do coração, a sua cura.
Mas, perante a atitude de Jesus, não
tem mais remédio e mostra-se a todos na atitude mais humilde de que é capaz:
prostrando-se reverentemente.
Os circunstantes
dão-se conta do insólito: uma mulher, que muitos
sabem ser “impura” aos olhos da lei, atreveu-se a insinuar-se no meio deles e,
além disso, a tocar os vestidos do Senhor!
Há um movimento de
espanto e assombro.
Qual será a reacção
de Jesus?
Saberá Ele quem é
esta mulher?
Ouvem então as
palavras do Rabi que, em tom carinhoso e tranquilizador diz à pobre que está
curada e que se vá em paz.
Não é a primeira
vez que, pelo menos alguns, ouviram estas mesmas palavras:
A tua fé te salvou”; “Fica curado do teu mal”; “vai
em paz”… mas, como sempre, não percebem muito bem o que se está a passar e
todos procuram interrogar a mulher que entretanto se retirara, para saber o que
se tinha passado. E, ela, naturalmente chorosa e tremendo, ia repetindo o que o
Senhor lhe tinha feito e dito:
‘Curou-me e
mandou-me embora em paz’!
(AMA, reflexões).
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.