13/02/2020

THALITA KUM 100


THALITA KUM 100 

(Cfr. Lc 8, 49-56)


 Há, portanto, uma responsabilidade muito “alargada” e não é aceitável que alguém se refugie no repúdio e crítica desses actos e leis quando, na verdade, o seu voto - ou ausência dele – o permitiu.
Dizemos muitas vezes que são “os outros”, o governo, os deputados, os ministros… e esquecemo-nos que, na base de tudo, estamos nós – todos – os que levámos essas pessoas aos lugares onde estão.

O que podemos fazer?

Podemos fazer tudo e devemos fazer tudo.
Começando pelo princípio, votando em consciência nas pessoas que nos merecem crédito.
Nunca votar por conveniência – mais vale votar neste, que é um mal menor, que votar naquele, como de facto desejava – o que equivale a fazer depender a nossa opinião e vontade de cálculos imponderáveis e “estratégias” absolutamente falíveis.
Muito menos, deixar de votar, quer dizer, eximir-se de uma obrigação grave.
Esta atitude tem sempre consequências devastadoras.
Quando se vê que num país a abstenção é elevada – muitas vezes ultrapassa mais de metade da população – é a mesma coisa que dizer que os eleitos governarão para essa percentagem que os elegeu em detrimento ou desconsideração da outra parte.

Nunca se pode “servir a dois senhores”!

«As famílias, os grupos, os Estados, a própria Comunidade internacional, necessitam de abrir-se ao perdão para restaurar os laços interrompidos, superar situações estéreis de mútua condenação, vencer a tentação de excluir os outros, negando-lhes a possibilidade de apelo.
A capacidade de perdão está na base de cada projecto de uma sociedade futura mais justa e solidária. 
Pelo contrário, a falta de perdão, especialmente quando alimenta o prolongamento de conflitos, supõe custos enormes para o desenvolvimento dos povos.
Os recursos são destinados para manter a corrida aos armamentos, as despesas de guerra, as consequências das represálias económicas.
Acabam assim por faltar os recursos financeiros necessários para gerar desenvolvimento, paz e justiça.
Quantos sofrimentos a humanidade padece por não saber reconciliar-se, e quantos atrasos por não saber perdoar!
A paz é a condição do desenvolvimento, mas uma verdadeira paz torna-se possível somente com o perdão.
A proposta do perdão não é de imediata compreensão nem de fácil aceitação; é uma mensagem de certo modo paradoxal.
De facto, o perdão implica sempre uma aparente perda a curto termo, mas garante, a longo prazo, um lucro real.
Com a violência é exactamente o contrário: opta-se por um lucro de vencimento imediato, mas prepara para depois uma perda real e permanente.
À primeira vista, o perdão poderia parecer uma fraqueza, mas não: Tanto para ser concedido quanto para ser aceite supõe uma força espiritual e uma coragem moral a toda a prova.
Em vez de humilhar a pessoa, o perdão leva-a a um humanismo mais pleno e mais rico, capaz de reflectir em si um raio do esplendor do Criador.». [1]


(AMA, reflexões).






[1] são joão paulo ii, Mensagem no Dia Mundial da Paz 2002 § 9-10.

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