(Cfr. Lc 8, 49-56)
Quantos, neste
momento, se aproveitam das mentes fracas ou pouco esclarecidas, para darem
corpo a estas personagens que Jesus menciona pondo de sobreaviso os Seus
Discípulos.
Quantos se
apresentam como os detentores da verdade última, com soluções para as
ansiedades e angústias do homem de hoje. Mais que charlatães, são na verdade
portadores de um estigma, tão velho como a sociedade humana, o estigma dos
exploradores dos mais fracos ou débeis.
As chamadas Igrejas
de “pregação evangélica”, normalmente servidas por poderosos meios de
comunicação e atracção de massas, os videntes, bruxos, adivinhos e pessoas de
"virtude" que enganam, dissimulam, espreitam as oportunidades que a
cada passo a sociedade desnorteada lhes sugere.
E porquê o aparente
êxito de tais pessoas ou organizações?
Porque as gentes
perderam o sentido da fé, o horizonte da esperança, a noção do critério justo e
são das relações humanas.
Tudo se permite,
nada é reservado ou proibido, tudo é possível.
As televisões
encharcam-nos com histórias de vidas sem Deus e sem moral, desprovidas de
sentido crítico ou, sequer, preocupações sociais. Mas nem por serem
disparatadas, quiméricas ou fantasiosas, essas histórias, ou novelas, deixam de
ter espectadores interessados e coniventes.
‘Que não faz mal’,
dizem uns, ‘que não me afecta’, dizem outros, mas, na verdade, faz mal e
afecta. Nenhum de nós é imune e, mesmo revestido de uma carapaça de
indiferença, algo penetra, e fica, e corrompe.
«Qual de nós, não
reagiria com vigor se, à porta de casa, nos batesse um bando de mulheres nuas?
Mas… se for pela
janelinha da televisão?
AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
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