(Cfr. Lc 8, 49-56)
Sim, é verdade, salvou-nos a todos sem excepção.
Há algo, também, no comportamento de Jesus que deixa
os judeus muito interessados na Sua Pessoa.
Ao contrário de outros antes d’Ele, os Chefes do Povo – nomeadamente a
maioria dos Príncipes dos Sacerdotes – manifestam-se claramente contra Ele.
Constantemente procuram confrontá-Lo com a Lei que tão bem conhecem e
interpretam.
Principalmente a constante discussão sobre a guarda do Sábado, quando, com
tanta frequência, Jesus operava milagres, curava doentes, socorria aflitos
precisamente ao Sábado.
Isto era naturalíssimo, porque, ao Sábado, o povo reunia-se nas Sinagogas
e, Jesus também, pelo que não se podia entender nunca que Jesus procurasse
especialmente o Sábado para fazer milagres, no que seria, isso sim, um claro
afrontamento aos doutores da Lei.
Talvez
alguns, mais instruídos, se apercebessem que tudo não passava de uma discussão
estéril e sem sentido. Jesus respondia sempre às perguntas que Lhe faziam,
nunca os deixava sem resposta por mais capciosas que pudessem ser as questões,
o mais das vezes, com intenções escondidas.
O povo
assiste, então, a algo inédito: os Doutores da Lei, os ilustres sábios, ficavam
sem palavras perante as respostas de Jesus. Jesus mantém-se sempre na mesma
linha de ideias, defende os mesmos princípios, só que de forma diferente.
A alguns constara que dissera:
E, na sequência, ia enunciando a Lei, capítulo a
capítulo dizendo sempre:
Esta simples declaração era, de facto, a pedra de toque da discórdia,
porque, ao fazê-la, Jesus, assumia-se como o autor da Lei e, portanto, o seu
último, derradeiro e definitivo intérprete. Isto, obviamente, para os letrados
equivalia a assumir-se como Deus, ou, como Jesus gostava de Se chamar, o Filho
do Homem, o que era a mesma coisa.
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
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