(Cfr. Lc 8, 49-56)
«Lembro-me que houve muitos dias em que não conseguia rezar de uma forma
consistente. Os pensamentos entrechocavam-se e resultavam numa confusão sem
sentido. Entreguei-me com decidida persistência às orações vocais: Ave-Marias,
Pai-nossos, Mistérios do Rosário, as orações simples que rezo desde criança.
Aprendi agora que não me aconteceu nada de estranho, nem fui o primeiro – nem
serei seguramente o último – a passar por tal transe.» [1]
«Para que a oração desenvolva força purificadora, deve, por um lado, ser
muito pessoal, um confronto do meu eu com Deus, com o Deus vivo; mas, por
outro, deve ser incessantemente guiada e iluminada pelas grandes orações da
Igreja e dos santos, pela oração litúrgica, na qual o Senhor nos ensina
continuamente a rezar de modo justo». O cardeal Nyugen Van Thuan contou no seu
livro de Exercícios Espirituais, como na sua vida tinha havido longos períodos
de incapacidade para rezar, e como ele se tinha agarrado às palavras de oração
da Igreja: ao Pai-nosso, à Ave-Maria e às orações da Liturgia. [2]
Na oração, deve haver sempre este entrelaçamento de oração pública e oração
pessoal, Assim podemos falar a Deus, assim Deus nos fala a nós» [3]
De facto, nada é novo, não somos os primeiros em nada, antes de nós, já
alguém pensou, fez ou desejou algo semelhante. Esta é, sem dúvida, a tendência
que todos - mais ou menos -, temos para nos considerarmos únicos, peculiares,
especiais. Na verdade, só somos particulares aos olhos de Deus, que nos conhece
pelo nosso nome, pelo qual nos chamou mesmo antes do início do mundo.
Se acreditarmos nisto, que é essencial para a nossa fé, facilmente concluiremos
que, o nosso caminho se cruza, definitivamente, com o caminho do Jesus que
passa, na nossa vida, sempre tão perto de nós.
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
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